Fisioterapeuta Oncológica com ênfase em Mastologia e Ginecologia, Dermatofuncional, Especializada no Tratamento da Dor n...
iJornalista com sete anos de experiência em redação na área de beleza, saúde e bem-estar. Expert em skincare e vivências da maternidade.
iUma mulher de 27 anos, após anos de silêncio, decidiu compartilhar pela primeira vez um problema íntimo com sua ginecologista: “Minha vagina não permite penetração, não consigo nem inserir um absorvente interno”. O relato da australiana Elena Filipczyk surpreendeu tanto que acabou virando notícia no site “news.com.au”.
Na reportagem, a jovem conta que a médica, a princípio, suspeitava de vaginismo, uma disfunção do assoalho pélvico. Mas o diagnóstico foi além. Para entender o que a australiana teve, o MinhaVida entrevistou a fisioterapeuta pélvica Cristina Nobile. Veja só!
Mulher sentia dor durante relação sexual e ao colocar absorvente interno
Sentir dor durante a relação sexual é um incômodo comum entre as mulheres, mas não deve ser considerado normal. O problema, que pode ter origem física ou até mesmo emocional, precisa ser analisado por um especialista para garantir o diagnóstico correto.
No caso de Elena Filipczyk, o incômodo é tão grande que chega a ser insuportável: “Parece que estou batendo em uma parede, e a dor é um abrasamento ofuscante, como se eu estivesse sendo rasgada".
A australiana também relata na reportagem que a suspeita da ginecologista foi de um caso de vaginismo, mas, após alguns exames, foi constatado que, além dessa disfunção, a jovem teria outras duas condições de dor pélvica:
- Vulvodínia: uma dor pélvica que ocorre na parte externa
- Estenose vaginal congênita: um estreitamento raro do canal vaginal
O que é vaginismo e por que causa dor na vagina?
O vaginismo causa uma contração involuntária dos músculos do assoalho pélvico quando se tenta penetração vaginal. A contração ocorre nos músculos do períneo, chegando a envolver o ânus e a parte interna dos músculos da coxa e da barriga.
A fisioterapeuta pélvica Cristina Nobile, especializada no tratamento da dor durante a relação sexual, afirma que existem várias mulheres que nunca conseguiram uma penetração vaginal de nenhum tipo. “A dor na penetração é algo que as prejudica para além da vida sexual, pois compromete o cuidado com a saúde como um todo.” afirma.
Leia mais: 6 sinais que indicam que é hora de fazer fisioterapia pélvica
Como tratar o vaginismo e acabar com a dor na vagina?
O tratamento do vaginismo deve ser multidisciplinar, envolvendo ginecologista, psicólogo e fisioterapeuta especializada nas disfunções sexuais. A fisioterapia pélvica também ajuda no processo.
“Com ela são tratados os sintomas físicos, que se refletem nas contrações pélvicas e na dessensibilização da região vulvovaginal, pois algumas mulheres não conseguem nem mesmo ser tocadas na vulva.” explica.
Outras alternativas de tratamento para o vaginismo são:
- Uso de gel anestésico e Botox para ajudar a relaxar a musculatura da região
- Estudar sobre anatomia sexual e resposta sexual feminina para reduzir a ansiedade e o medo associados ao sexo
- Prescrição de analgésicos para aliviar a dor associada ao vaginismo
- Técnicas de relaxamento, como yoga e meditação
- Terapia cognitivo-comportamental (TCC) focada em técnicas de relaxamento
- Terapia de casal para abordar questões relacionadas à intimidade e à comunicação
“O tratamento ajuda a melhorar a qualidade de vida dessas mulheres e promove autonomia e funcionalidade para que elas possam vivenciar sua sexualidade como quiserem, e principalmente, livres da dor”.