Neurologista do Hospital São Camilo Santana. Formado pela Faculdade de Ciências Medicas da Santa Casa de São Paulo...
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Redatora de saúde e bem-estar, autora de reportagens sobre alimentação, família e estilo de vida.
Os pesadelos são sonhos perturbadores que, geralmente, se manifestam durante a fase do sono REM. Apesar de ser uma manifestação comum do ser humano, a ciência descobriu que o fenômeno pode estar associado ao desenvolvimento de um problema de saúde.
De acordo com um estudo apresentado na reunião anual do Congresso da Academia Europeia de Neurologia de 2024, pessoas na meia-idade que têm pesadelos frequentemente possuem um maior risco de desenvolver demência.
Para obter os resultados, os pesquisadores analisaram dados genéticos de participantes de outro estudo, realizado no Imperial College London, em Londres. O trabalho apontou que adultos de meia-idade que sofriam com pesadelos frequentes tinham quatro vezes mais chances de sofrer declínio cognitivo na próxima década.
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Qual pode ser a relação entre os pesadelos e a demência?
Uma das hipóteses para a relação entre pesadelos e o desenvolvimento de demência é a má qualidade do sono, que pode causar um declínio cognitivo. De acordo com Edson Issamu, neurologista da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo, outros trabalhos científicos já indicaram a relação do transtorno comportamental do sono REM – quadro onde pacientes apresentam sonhos vividos, com vocalização e agitação motora – com o risco de demência.
“Existem tratamentos específicos para o transtorno comportamental do sono, (farmacológicos e não farmacológicos) que podem amenizar ou até cessar a manifestação, mas este tratamento não garante que a pessoa não vá desenvolver demência no futuro”, informa.
Como a demência é diagnosticada?
Segundo o especialista, o diagnóstico de demência é feito de forma multidisciplinar, com avaliação médica e a realização de diferentes exames, como testes neuropsicológicos e exames de imagem. Seus sintomas são variados, sendo os mais comuns:
- Perda de memória recente
- Desorientação de tempo e espaço
- Dificuldades na linguagem (fala e escrita)
- Alterações no comportamento
- Dificuldade em planejar e executar tarefas do dia a dia
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