Terapeuta Clínica há 15 anos com abordagem cognitiva comportamental. Especialista clínica em Ansiedade, Crise de Pânico...
iJornalista com sete anos de experiência em redação na área de beleza, saúde e bem-estar. Expert em skincare e vivências da maternidade.
iVocê já ouviu falar da síndrome do coração partido? Embora o nome seja um tanto incomum, trata-se de uma condição médica que reflete como o estresse emocional pode afetar nosso corpo.
Também conhecida como cardiomiopatia de Takotsubo, essa síndrome ocorre quando uma situação de grande estresse, como a perda de um ente querido ou o término de um relacionamento, leva ao enfraquecimento temporário do coração. Os sintomas podem imitar os de um infarto, e a experiência pode ser tão intensa que a condição recebe o nome de "síndrome do coração partido".
O MinhaVida entrevistou a psicóloga Larissa Fonseca, que explicou o que acontece com nosso corpo diante dessas emoções e indicou como cuidar da saúde emocional em momentos desafiadores. Acompanhe:
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Síndrome do coração partido e suas características
Embora possa parecer uma expressão romântica, essa síndrome é uma realidade médica, e suas características afetam profundamente a vida emocional do paciente.
Mais comum entre mulheres na faixa dos 40 aos 60 anos, essa síndrome pode, no entanto, atingir qualquer pessoa, independentemente da idade ou gênero. Muitas vezes, ela surge após grandes traumas, como a morte de alguém próximo ou com o fim de um relacionamento. É como se o coração, sobrecarregado por essas emoções intensas, reagisse de forma inesperada, levando a sintomas que podem ser confundidos com um infarto.
Entre as principais características da síndrome do coração partido estão a dor no peito, falta de ar e, em alguns casos, um aumento súbito dos níveis de hormônios do estresse. Embora os sintomas possam gerar preocupação, a maioria das pessoas se recupera em algumas semanas, principalmente quando as questões emocionais são abordadas e resolvidas.
Como ressalta a psicóloga Larissa Fonseca: “A recuperação está muitas vezes ligada ao enfrentamento das questões emocionais que levaram à síndrome. Ignorar esses sentimentos pode agravar ainda mais a situação.” A especialista também enfatiza a importância de buscar ajuda: “É fundamental que as pessoas entendam que o coração também pode sofrer com as emoções. Cuidar da saúde emocional é tão vital quanto cuidar da saúde física.”
Isso é o que a pessoa sente quando está com a síndrome do coração partido
Quando alguém está lidando com a síndrome do coração partido, as emoções e os sintomas físicos podem se entrelaçar. Os sinais físicos costumam ser os mais alarmantes. A pessoa pode sentir uma dor intensa no peito, semelhante à de um infarto. Além disso, a falta de ar, tonturas e até mesmo distúrbios no sono são comuns. Algumas pessoas relatam vômitos e perda de apetite, o que torna a situação ainda mais complicada.
No entanto, os aspectos emocionais não devem ser subestimados. Conforme aponta a psicóloga Larissa Fonseca, “a síndrome do coração partido pode levar a emoções intensas, como raiva e tristeza profunda, que muitas vezes se traduzem em uma acentuada perda de autoestima.” Esses sentimentos podem criar um ciclo vicioso de angústia que se torna difícil de romper. Em casos mais críticos, a pessoa pode até ter pensamentos suicidas, o que exige atenção e suporte profissional.
Como tratar a síndrome do coração partido, segundo a psicóloga
Tratar a síndrome do coração partido requer muito cuidado. Segundo a psicóloga Larissa Fonseca, o primeiro passo é passar por uma avaliação médica: "Antes de tentar qualquer abordagem terapêutica, não se deve dispensar, em hipótese alguma, a avaliação médica", ela enfatiza, destacando que sempre existe a possibilidade de comorbidades cardiológicas que precisam ser descartadas.
Com a certeza de que está tudo bem com a saúde física, existem diversas estratégias que podem ajudar na recuperação emocional. Uma das abordagens mais recomendadas é a terapia cognitivo-comportamental, que tem o objetivo de reestruturar pensamentos negativos e crenças limitantes, ajudando a pessoa a enxergar a situação sob uma nova perspectiva. "Ela é especialmente eficaz, pois auxilia a modificar a maneira como a pessoa lida com a dor e o estresse", explica Larissa.
Além disso, incorporar técnicas de relaxamento, como meditação e exercícios de respiração, pode ser um grande aliado na redução da ansiedade. “Essas práticas não só ajudam a acalmar a mente, mas também promovem um estado de bem-estar que é crucial para a recuperação”, acrescenta a psicóloga. E não podemos esquecer da importância da atividade física! A prática regular de exercícios libera endorfinas, que são fundamentais para melhorar o humor e a qualidade de vida.
Por último, mas não menos importante, cercar-se de pessoas queridas é essencial. O apoio social pode fazer toda a diferença na recuperação emocional, diminuindo a tendência ao isolamento. “Estar com pessoas que se preocupam com você traz conforto e ajuda a enfrentar a dor de forma mais leve”, conclui a especialista.