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Já vimos que a Geração Z veio para mudar dinâmicas de trabalho tradicionalmente enraizadas. Não só no Brasil, isso acontece em muitos lugares do mundo. Até mesmo na China e no Japão, que têm uma cultura de longas jornadas de trabalho, estão notando as mudanças.
Um dos principais interesses da geração mais jovem, que já ultrapassa os boomers no mercado de trabalho, é ter tempo para equilibrar a vida profissional e pessoal e ter tempo para o lazer e os amigos ou família.
Para isso, foram implementadas várias ideias que envolvem testar se trabalhar menos pode levar aos mesmos resultados. A jornada de trabalho de quatro dias, reduzindo as horas trabalhadas semanalmente, está sendo um sucesso em muitos locais do mundo e é uma das demandas mais amplas da Geração Z.
A Islândia é um dos locais pioneiros nos testes e onde a jornada de trabalho de quatro dias deu os melhores resultados: até melhorou a sua economia ao nível nacional.
Todo mundo quer tempo livre
Em primeiro lugar, a Islândia demonstrou que algo que é amplamente solicitado pelos jovens profissionais acabou sendo adotado pelas gerações mais velhas. Por mais críticas que muitas vezes sejam dirigidas àqueles que têm sido chamados de “geração frágil”, na prática, quem todos gostam de ter mais momentos de lazer.
Na Islândia, os testes começaram em 2015 e apenas 1% da população os adotaram. Com o tempo, 86% dos trabalhadores acabaram perdendo a ideia de que passar mais horas na empresa é essencial e acabaram aderindo a essa nova forma de trabalhar. Ou seja, as gerações mais velhas também quiseram aderir, durante anos, a esta revolução na forma de trabalho.
A produtividade pode melhorar
A Geração Z aponta o caminho para ser mais produtivo no trabalho: 81% deles têm certeza de que uma jornada de quatro dias ajuda, pois os trabalhadores ficam mais descansados e motivados para o desempenho das suas tarefas. E muitos estudos apontam para o mesmo.
No caso da Islândia, em estudos conclusivos, constatou-se que as pessoas que adaptaram esta redução nos seus dias de trabalho consideram que a redução do estresse se traduziu num maior bem-estar e que aumentou significativamente a sua produtividade por hora (e a economia cresceu acima da média da região).
Conforme o Comitê de Estatísticas do Mercado de Trabalho, a produtividade do trabalho na Islândia aumentou 1,5% anualmente, em média, nos últimos cinco anos, o valor mais elevado entre os países nórdicos.
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Qualidade de vida
Os jovens trabalhadores são a geração que menos se preocupa com o salário, segundo vários estudos, mas também sabemos que valorizam muito outras coisas numa empresa, como adquirir aprendizado e ter flexibilidade para poder passar bons momentos fora do escritório.
Uma pesquisa, divulgada pela Fortune, pediu aos entrevistados que selecionassem até três opções de como definem “riqueza”. A maioria dos baby boomers (61%) concordou que isso significava simplesmente estar financeiramente seguro.
Para a Geração Z, o dinheiro e a estabilidade financeira não eram suficientes para ter riqueza. Quase 4 em cada 10 disseram priorizar “ter uma melhor qualidade de vida” e ter segurança financeira ficou em segundo lugar.
Usar a tecnologia ajuda
Nos últimos anos o governo islandês optou ativamente pela digitalização de empresas e serviços públicos. O objetivo: melhorar a eficiência dos trabalhadores, utilizando novas tecnologias nos seus processos. E eles provaram que funciona.
O estudo da Islândia, com as suas conclusões, afirma que “o impacto que a automatização e a mudança tecnológica terão nas nossas vidas profissionais, juntamente com o desejo crescente de passar menos tempo ligado ao trabalho, colocou a redução das horas de trabalho firmemente na mesa da decisão política”.
Neste caso, a Geração Z, além de ter crescido em ambientes tecnológicos, passou os anos de estudo ou as primeiras incursões no trabalho durante os anos de pandemia. Assim, sem remédio, tiveram que se adaptar para realizar todo o seu trabalho de forma online. É fato que essa é uma geração que esteve apegada à tecnologia durante toda a vida.
