![Livia D'Ambrosio - Analista editorial](https://static1.minhavida.com.br/authors/a2/b0/de/84/2l27aqmbzxe6q7cafslftoa0vdvbw3votfhiqamz-user_small-1.jpg)
Jornalista com sete anos de experiência em redação na área de beleza, saúde e bem-estar. Expert em skincare e vivências da maternidade.
i![Cena da série "Hacks" (HBO Max, 2021)](https://static1.minhavida.com.br/articles/2a/75/b7/d8/cena-da-serie-hacks-hbo-max-2021-article_m-1.jpg)
Segundo um estudo recente da HAYS, a síndrome do impostor afeta 8 em cada 10 profissionais "em setores altamente competitivos e em cargos de alta responsabilidade". Além disso, há pesquisas que indicam que entre 70% e 80% da população já experimentou essa sensação em algum momento da vida.
Embora afete homens e mulheres, os estudos apontam que ela é especialmente comum e intensa no público feminino. Até Meryl Streep admitiu ter lidado com isso. Como explica a Dra. Jessamy Hibberd em seu livro “The Imposter Cure”, as razões para essa maior incidência em mulheres são, em grande parte, sistêmicas. Elas têm relação com o fato de que as mulheres ingressaram no mercado de trabalho profissional mais tarde do que os homens e ainda enfrentam barreiras estruturais.
A Dra. Valerie Young, especialista no tema e cofundadora do Impostor Syndrome Institute, define a síndrome como "a crença, consciente ou inconsciente, de que não somos tão inteligentes, capazes, confiantes e talentosos quanto as outras pessoas parecem pensar. Essa crença persiste apesar das evidências concretas de nossas conquistas ou habilidades passadas — e, como resultado, temos medo de ser desmascarados".
Embora não seja uma doença propriamente dita, muitos de nós sofremos com ela. Para superá-la, reunimos algumas estratégias recomendadas por psicólogos para ajudar você a deixar essa síndrome no passado e avançar na carreira sem tanta insegurança.
1. Foque nos fatos, não nos sentimentos
A síndrome do impostor tem muito a ver com a forma como interpretamos nossas experiências. A psicóloga Jessamy Hibberd explicou à Science Focus que esse sentimento é, em última análise, apenas uma percepção distorcida da realidade.
Por isso, para superá-la, é fundamental se basear em fatos concretos. Uma forma eficiente de fazer isso é documentar suas conquistas de maneira objetiva. Manter um diário profissional, onde você registra três realizações ao final de cada dia, pode ser uma excelente ferramenta para mudar sua mentalidade e reconhecer seus próprios méritos.
2. Compartilhe o que está sentindo
A sensação de que estamos sozinhos nesse sentimento pode intensificá-lo. Mas, segundo Valerie Young, reconhecer que muitas pessoas enfrentam a síndrome do impostor ajuda a contextualizar o problema e evitar que ele se torne algo pessoal.
Conversar com colegas sobre isso pode ser libertador. Em ambientes altamente competitivos, é provável que outras pessoas também estejam passando pela mesma coisa. "Se você está se sentindo assim, seus colegas provavelmente também estão. Falar sobre isso ajuda a normalizar esses sentimentos e a reduzir a sensação de isolamento", explica a especialista.
3. Esforce-se, mas não busque a perfeição
Cometer erros de propósito pode ser um exercício valioso, segundo a psicóloga Jessamy Hibberd. A síndrome do impostor geralmente faz com que as pessoas trabalhem demais, pois aqueles que sofrem com ela tendem a ter expectativas extremamente altas e tendências perfeccionistas.
Muitas vezes, mudamos constantemente nossos objetivos, alcançamos uma meta e já buscamos outra, sem sequer celebrar nossas conquistas. Se acostumar a lidar com erros e frustrações pode ajudar a enxergar seus sucessos de forma mais equilibrada.
Em vez de perseguir a perfeição — algo inatingível e frustrante —, tente entregar um trabalho bom, mas sem a pressão de ser impecável. "Em vez de concluir um projeto perfeitamente ou não concluí-lo, apresente algo sem buscar a perfeição e observe se alguém realmente nota a diferença", sugere Hibberd. Isso não significa se sabotar, mas sim entender que há beleza na imperfeição.
4. O equilíbrio é a chave
Um dos maiores equívocos sobre a síndrome do impostor é acreditar que existem apenas dois tipos de pessoas: as extremamente confiantes, que nunca se sentem uma fraude, e aquelas que vivem inseguras. Segundo Valerie Young, essa visão é limitada. Existe um meio-termo mais saudável: ser realista e humilde.
Isso significa entender que não é necessário ter certeza absoluta em todas as situações. Pessoas realistas e humildes sabem que não podem ser brilhantes em tudo — e tudo bem. Elas reconhecem seus pontos fortes e fracos, aceitam suas limitações e se permitem melhorar sem cobranças excessivas.
Se você quer deixar a síndrome do impostor para trás, adote essa abordagem mais equilibrada. Como diz Young: "Você pode ter um momento impostor, mas não uma vida impostora".
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