O que significa se sentir atraído por outra pessoa quando você tem um parceiro

Você está em um relacionamento feliz. Ama seu parceiro, sente que é correspondido, e a vida a dois parece estar indo muito bem. Mas, de repente, alguém surge no seu caminho. Uma terceira pessoa. E, sem querer, você se vê atraído — fisicamente, emocionalmente ou talvez até os dois.

Calma, isso não quer dizer que você deixou de amar quem está ao seu lado ou que o relacionamento está com os dias contados. A verdade é que esse tipo de situação é mais comum (e humana) do que parece. 

O que acontece quando nos sentimos atraídos por outra pessoa mesmo estando comprometidos? O que isso diz sobre nós, nossos sentimentos e nossos vínculos? Veja o que a psicologia tem a dizer sobre isso.

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Por que sentimos atração por outras pessoas mesmo estando em um relacionamento

A primeira coisa que você precisa saber é que sentir atração por outras pessoas, mesmo estando em um relacionamento, é completamente natural. Não há uma ligação direta entre se sentir atraído por alguém e o fim de um relacionamento amoroso.

Essa atração não é, necessariamente, um problema — na verdade, é algo natural do ser humano. Não escolhemos por quem ou quando nos sentimos atraídos. O problema é que muitos mitos sobre o amor romântico ainda persistem, nos fazendo acreditar que, ao estarmos com alguém, devemos ter olhos apenas para essa pessoa.

Em seu livro “Eu me amo, eu te amo”, a psicóloga de relacionamentos María Esclapez explica que valorizar a aparência física de alguém ou sentir-se atraído por essa pessoa “não significa que você deixou de amar seu parceiro ou que está sendo infiel”. A atração é um processo fisiológico que, ao contrário do que muitos pensam, não é a mesma coisa que amor. Sentir amor por alguém e sentir atração por outra pessoa não são sinônimos e nem são processados nas mesmas áreas do cérebro.

É importante lembrar que atração é um sentimento, não uma ação. Você tem todo o direito de sentir o que quiser — o mais importante é como lida com esse sentimento e o que decide fazer a partir dele. Esse dilema, por exemplo, é explorado no programa “A Ilha da Tentação”, em que casais são expostos a novas possibilidades de atração. Nesse tipo de situação, tomamos consciência do que está acontecendo e, então, fazemos uma escolha sobre como agir.

Em alguns casos, sentir-se atraído por outra pessoa — especialmente quando há uma conexão emocional que vai além da atração física — pode ser um sinal de que algo não está indo bem. Essa conexão emocional pode surgir porque a outra pessoa está suprindo necessidades não atendidas, porque estamos nos sentindo sozinhos, porque o amor com nosso parceiro chegou ao fim ou por qualquer outro motivo que indica que o relacionamento atual está fragilizado. Se isso acontecer, talvez seja o momento de refletir sobre o que está se passando no seu relacionamento antes de cometer uma traição.

Como explica a psicóloga Silvia Congost, “podemos decidir se vamos nos deixar levar e nos aproximar dessa pessoa — podendo acabar sendo infiéis — ou se vamos nos afastar (mesmo que seja difícil) e manter distância até enxergar tudo com mais clareza, antes de cometer um erro do qual possamos nos arrepender depois”. Se houver responsabilidade emocional, o caminho nunca deve ser a infidelidade. Afinal, por mais forte que seja a atração, existe alguém com quem você ainda mantém um vínculo e que pode se machucar com suas atitudes.

Com tudo isso, aí vai um conselho: faça as coisas do jeito certo e reflita. A comunicação no relacionamento é fundamental — até mesmo durante um término. Se seu parceiro atual não é a pessoa com quem você quer continuar, termine antes de seguir seus desejos. A infidelidade costuma ter um impacto muito maior em quem é traído do que podemos imaginar.

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