
Redatora de saúde e bem-estar, autora de reportagens sobre alimentação, família e estilo de vida.

Embora se fale muito em inteligência, esse termo não é tão fácil de medir como os testes de QI nos fazem crer. A psicóloga Iria Reguera explicou que “ainda é um conceito e não está bem definido. O que é inteligência? Não é algo tangível ou realmente mensurável”.
De acordo com o famoso estudo “Intelligence: Knows and Unknows”, “os conceitos de ‘inteligência’ são tentativas de esclarecer e organizar um conjunto complexo de fenômenos”. A inteligência não é única nem universal. Para alguns, segundo a teoria da inteligência múltipla, existem diferentes tipos. Para outros, a frase “uma pessoa é inteligente” deveria ser abolida.
Para responder à pergunta sobre como podemos reconhecer uma pessoa inteligente, talvez seja mais fácil nos concentrarmos na inteligência cognitiva. A inteligência cognitiva, conforme o psicólogo Aroa Ruiz, “pode estar relacionada a essa maneira tradicional de medir e entender a inteligência”.
Poderíamos dizer que é um conjunto de habilidades cognitivas ou intelectuais necessárias para obter conhecimento e usá-lo corretamente para resolver problemas. Esse tipo de inteligência está relacionado à nossa memória, atenção, aprendizado e raciocínio, como explicou a psicóloga Anna Kamza em uma entrevista, e é composto por seis elementos, segundo a especialista.
Entretanto, essa definição não é universal, nem é necessário ter todos eles para considerar que alguém tem inteligência.
1. Ter a capacidade de aprender
Uma pessoa inteligente, em termos de inteligência cognitiva, tem a capacidade de entender e assimilar novas informações. Ou seja, ela pode aprender compreendendo o que lê e lembrando-se de novas informações. A capacidade de aprendizado seria a capacidade pela qual desenvolvemos conhecimentos e habilidades por meio de treinamento contínuo, e as pessoas inteligentes têm essa capacidade.
2. Conseguir identificar e resolver problemas
Como explica Kamza, a inteligência também é a capacidade de resolver problemas usando habilidades para identificar e compreender as causas de um problema e, em seguida, fornecer uma solução para esse problema. Essa solução pode ser para uma tarefa específica, como um problema matemático ou a saída de um labirinto, mas também envolve, como diz Kamza, “a capacidade de resolver desafios cotidianos, como encontrar espaço de armazenamento em uma casa pequena”.
Quando falamos de uma pessoa inteligente, estamos falando de alguém que é capaz de resolver problemas com estratégias eficazes e, em muitos casos, com soluções criativas.
3. Aprender com seus erros
Aprender com a experiência e os erros também é um sinal de inteligência. A psicóloga espanhola María Jesús Álava explicou em “Aprendemos Juntos” que experimentar e aprender com os erros por meio da frustração “é a chave da inteligência”. E não só aprendemos com nossos erros, porque quem é realmente inteligente aprende com os erros dos outros.
De acordo com Kamza, as pessoas inteligentes são capazes de “reconhecer e analisar seus próprios erros, tirar conclusões deles e modificar seu próprio comportamento em situações semelhantes”.
4. Adaptar-se às mudanças
Com base no ponto anterior, poderíamos dizer que Stephen Hawking estava certo quando disse que “inteligência é a capacidade de se adaptar às mudanças” e que a mudança é, de fato, uma forma de adaptação em si que o faz aprender, o leva ao limite e exige que você seja resoluto.
“Uma pessoa inteligente também procura novas possibilidades e oportunidades que a mudança pode trazer”, diz Kamza. E embora a mudança nos assuste, ela também é necessária.
5. Possuir raciocínio lógico
O raciocínio lógico é um processo mental no qual aplicamos a lógica e tem uma dimensão muito prática, pois é a capacidade de tirar conclusões e prever como uma determinada situação ou conversa pode se desenrolar. Ele também nos permite analisar uma situação e tomar decisões com base em fatos e relações de causa e efeito.
Incluídas nesse raciocínio lógico estão as habilidades relacionadas à inteligência emocional porque, como explica Kamza, “também envolve perceber conexões entre vários tipos de eventos ou detectar as intenções de outras pessoas com base em suas expressões faciais e linguagem corporal”.
6. Desenvolver o pensamento abstrato
Um dos sinais mais complexos de inteligência é nossa capacidade de pensar abstratamente. Ele envolve a capacidade de entender e pensar sobre conceitos complexos que não estão ligados a experiências, objetos, pessoas ou situações concretas e é considerado um tipo de pensamento de ordem superior.
De acordo com os especialistas da VerywellMind, uma maneira de entender o pensamento abstrato é compará-lo com o pensamento concreto. Este último está ligado a experiências ou objetos específicos que podem ser observados diretamente, enquanto o pensamento abstrato envolve ideias e princípios que são reais, mas não estão presentes, permitindo que você antecipe resultados, detecte padrões e pense criticamente sobre situações que afetam sua vida.
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