Jornalista com sete anos de experiência em redação na área de beleza, saúde e bem-estar. Expert em skincare e vivências da maternidade.
iO tratamento da gastrite é bastante variável, já que respeita as causas da inflamação. Além disso, "as medidas terapêuticas são guiadas pela gravidade dos sintomas e das eventuais lesões encontradas no exame de endoscopia", informa Roberto Carvalho Filho, gastroenterologista da Unifesp. Um cardápio especial, no entanto, entra em cena em todos os casos.
Alimentos que agridem de alguma forma a mucosa do estômago ou que favorecem a secreção de ácido gástrico devem ser consumidos com certa cautela. "É importante levar em conta as tolerâncias individuais, testar quais alimentos causam desconforto e retirá-los da alimentação, quando preciso", aconselha Roberta Panighel, nutricionista e pós-graduanda em gastroenterologia pela Unifesp.
Na lista dos alimentos que irritam o estômago, estão café, chás, refrigerantes à base de cola, bebidas alcoólicas, condimentos e temperos como pimenta, páprica, curry, vinagre e alho. Alimentos que causam fermentação no estômago, como couve-flor, rabanete, pimentão, repolho, feijão e brócolis, são mais participantes da alimentação que exigem atenção. Outros alimentos irritantes são as frutas cítricas e os alimentos ricos em gordura, como salame, presunto gordo, salsicha e preparações fritas.
De acordo com a responsável pela equipe nutricional do Minha Vida, Roberta Stella, tais alimentos só devem ser excluídos do prato durante as crises agudas de gastrite. "Quando não há mais desconforto e a crise já foi controlada, o cardápio deve voltar ao normal", afirma. Já os casos de gastrites atróficas merecem atenção especial, com acompanhamento de um médico e um nutricionista, pois não existe tratamento curativo.
A especialista do Minha Vida lembra, no entanto, que cardápio normalizado não pode ser confundido com excessos ou liberdade para ingerir tudo o que desejar. "Alimentação balanceada se traduz em um cardápio voltado para as suas necessidades individuais. As refeições devem fornecer nutrientes na quantidade recomendada".
Invista nos pratos adequados para seu estômago
Quando o assunto são os alimentos que não podem faltar no menu de quem sofre com a gastrite, a nutricionista da Unifesp ressalta que não existe comprovação científica sobre alimentos com ação terapêutica. "O papel da alimentação é ajudar a recuperar e proteger a mucosa do estômago, facilitando a digestão", explica Roberta Panighel.
Ainda de acordo com ela, há quem tolere melhor preparações mais leves, como purês, suflês, sopas, vegetais cozidos, carnes moídas, desfiadas ou picadas. De qualquer forma, quem tem gastrite, assim como as demais pessoas, deve seguir uma dieta variada, contendo frutas, legumes, verduras, carne bovina magra e carnes brancas , completa a recomendação.
Apostar em hábitos alimentares que não intensifiquem o incômodo também é válido. Roberta Panighel aconselha a não tomar líquidos junto com as refeições. "Ingira-os meia hora antes ou uma hora depois de se alimentar", ensina.
Mais um conselho da nutricionista da Unifesp é fazer de cinco a seis refeições por dia, dando um intervalo médio de três horas entre cada uma, sempre ingerindo porções moderadas e mastigando com calma. "Jejuns prolongados colaboram para a irritação da mucosa gástrica, resultando em sintomas típicos da gastrite, como dores, náuseas e vômitos", destaca Roberta Stella, nutricionista do MinhaVida.