O Dr. José Carlos Pareja, formou-se em medicina pela Universidade de São Paulo (FMUSP) em 1966. E após três anos de resi...
iA epidemia mundial de obesidade atinge quase 2 bilhões de pessoas. O aumento da obesidade está associado ao aumento na prevalência das co-morbidades, tais como: diabetes tipo 2 (DM2), dislipidemias, hipertensão arterial sistêmica (HAS), apnéia obstrutiva do sono, doenças cardiovasculares, câncer.
Estas co-morbidades são responsáveis por mais de 2,5 milhões de mortes por ano em todo mundo (1). Em comparação com pessoas de peso normal, uma pessoa de 25 anos de idade com obesidade mórbida apresenta uma redução de 22% em sua expectativa de vida, ou aproximadamente, uma perda de 12 anos de vida.
O aumento da obesidade em nosso meio pode ser percebido no dia-a-dia: nos consultórios médicos, na mídia, e mais facilmente nos locais públicos, nos quais a quantidade de pessoas com sobrepeso é reconhecida.
O que não esta explícito é o aumento também dos casos de diabetes nesta mesma população. Em verdade, embora a fisiopatologia do diabetes tipo 2 não esteja totalmente esclarecida, existe uma potente carga genética para a doença que exposta ao estilo de vida moderno passa a manifestar-se.
Podemos dizer que em geral o diabetes tipo 2 é também uma doença do excesso de gordura corporal. A obesidade ou o sobrepeso está presente em 80 a 90% dos casos de diabetes na população adulta ocidental.
Como exemplo, em nosso meio, nos pacientes com obesidade mórbida (IMC>40 kg/m²) a prevalência é de 20 a 25% dos casos, indicando que nem todo obeso é ou será diabético. Por um outro lado, nem todos os diabéticos são obesos. Apesar destes dados, não existem dúvidas entre a associação entre o aumento da obesidade mundial e o aumento da prevalência de diabetes tipo 2.
Os dados brasileiros de prevalência de diabetes indicaram uma taxa média nacional de 7,6% de diabetes na população adulta no início dos anos 90; mais recentemente dados preliminares indicam taxas pouco maiores que 12% em algumas regiões brasileiras como a encontrada em Ribeirão Preto-SP.
Alem disso, o aumento alarmante da prevalência de obesidade tem contribuído para o aumento dos casos de diabetes tipo 2 não apenas na população adulta como também entre crianças e adolescentes. Por outro lado também a obesidade infantil tornou-se uma epidemia nas ultimas décadas.
A quantidade de criança com excesso de peso triplicou nos paises industrializados e tornou-se um problema de saúde pública. No Brasil cerca de 10 a 12% das crianças e adolescentes já apresentam problemas de sobrepeso, e 7,3% estão já obesos. Isto significa que mais de 3 milhões de crianças e adolescentes estão com peso acima do normal.
Dr. José Carlos Pareja é gastroenterologista, especialista em Cirurgia da Obesidade, Cirurgia Digestiva, Professor Doutor da Universidade Estadual de Campinas UNICAMP e Diretor do Centro de Cirurgia da Obesidade de Campinas (CCOC)
Para mais informações, acesse: www.obesidadesevera.com.br