Redatora de saúde e bem-estar, autora de reportagens sobre alimentação, família e estilo de vida.
A fila de mulheres nos consultórios médicos em busca de um implante de silicone nos seios não para de crescer. Famosas ou anônimas, elas querem exibir uma comissão de frente cada vez mais avantajada. O procedimento encabeça a lista das cirurgias estéticas mais realizadas em 2008. De acordo com a Associação Brasileira de Cirurgia Plástica, 21% das cerca de 460 mil cirurgias estéticas realizadas no ano passado foram de aumento de mama. O problema é quando a paciente se empolga com o tamanho da prótese, faz a cirurgia e depois quer voltar atrás. É o que aconteceu com a ex-BBB Josiane Oliveira, que declarou recentemente à imprensa ter se arrependido dos 380 mililitros colocados e pretende trocar a prótese por uma menor, de 280. Reverter o procedimento é possível, mas também traz inconvenientes.
"Além do incômodo de enfrentar uma nova cirurgia, é preciso entender que diminuir o tamanho das próteses mamárias resulta, na grande maioria dos casos, em cicatrizes que são decorrentes da correção da pele que antes estava esticada e preenchida, mas ficou excedente", explica o cirurgião plástico Ruben Penteado, diretor do Centro de Medicina Integrada (SP).
Respeite o seu biótipo
Segundo o especialista, a média de volume de mililitros colocados hoje em dia está cada vez maior do que a utilizada nos últimos cinco anos, mesmo em mulheres de baixa estatura. Só que acertar no tamanho da prótese é essencial para deixar o corpo em harmonia e não prejudicar a silhueta. "Tão importante quanto resolver essa desarmonia estética é adequar o tamanho do implante ao tipo corporal de cada mulher. Uma prótese grande fica bem para uma mulher alta ou que tenha quadris largos, já nas baixinhas pode passar a impressão que a mulher está acima do peso", afirma.
Escolha consciente
Antes de escolher a prótese e decidir aumentar quatro números do sutiã de uma vez só, o ideal é pesar dois pontos: o primeiro, é que você deve se sentir confortável com a novas formas em todas as ocasiões, seja numa festa, na praia ou no trabalho. O segundo envolve se imaginar com a prótese num futuro mais distante. "As pacientes mais jovens, principalmente, são as que optam por implantes maiores para conquistarem um decote mais generoso. O que muitas esquecem é que a moda é passageira, mas o envelhecimento não é", alerta. "Devemos pensar, por exemplo, se com 50 anos, ainda vamos gostar desse visual", diz.
Consequências do exagero
Além de gerar o arrependimento, a prótese mamária exagerada pode causar problemas estéticos e físicos. Quanto maior o volume da prótese, cresce a probabilidade de surgirem estrias, já que as fibras da pele vão sofrer um esgarçamento. O peso do seio também vai aumentar, portanto, pode ocorrer a sobrecarga do esqueleto, que vai provocar uma projeção do tronco para frente, ocasionando problemas posturais, dores nas costas e até um desvio de coluna.
Converse com seu cirurgião
O cirurgião plástico tem a função de ajudar na escolha da prótese, por isso que uma boa conversa pode te ajudar a não errar. "O especialista vai mostrar fotografias do resultado de cirurgias com o volume considerado o ideal. Além disso, explicamos que existem outras variáveis importantes para a harmonia corporal, como o modo de distribuir o implante no tórax, se a mama vai ser mais empinada ou bem próxima uma da outra, por exemplo" , explica Ruben Penteado.
Antes ou depois da gravidez
Se você ainda pretende ter filhos ou quer ter outros, o ideal é optar por um tamanho um pouco menor da prótese. "Após a amamentação, a pele poderá estender. Se a mulher já tiver uma prótese grande, dificilmente poderá colocar uma maior do que a anterior para preencher a flacidez. Então, o ideal é colocar uma menor e depois trocar por uma mais volumosa, se for necessário", recomenda o cirurgião plástico.