Redatora de saúde e bem-estar, autora de reportagens sobre alimentação, família e estilo de vida.
Riscar alimentos de origem animal do cardápio é a medida tomada pelos seguidores do vegetarianismo. Os motivos para não incluir carnes, ovos, leites e derivados nas refeições são os mais variados, indo de consciência ecológica à pretensão de uma dieta mais saudável.
Com um menu baseado em legumes, frutas, verduras, grãos, sementes e cereais, os vegetarianos se dividem em grupos: vegetarianos estritos, ovolactovegetariano, ovo vegetarianos e veganos.
Os primeiros são pessoas que não consomem nenhum alimento obtido através dos animais. Ou seja, nada de carnes, embutidos, manteiga, leite, mel, gelatina, ovo, leite e derivados nas refeições. Já os ovo-lacto vegetarianos só restringem as carnes, sem cortar ovos, leites e derivados do prato. Aqueles que comem ovos, mas não consomem carne, leite e derivados são chamados de ovo vegetarianos.
Os veganos, por sua vez, seguem o comportamento vegan. Isso significa que, além de excluírem alimentos de origem animal do cardápio, eles não consomem nenhum tipo de produto que conte com a participação de animais na produção, como roupas e produtos de higiene.
De olho no equilíbrio alimentar
Os prós e contras que rondam o estilo alimentar dos vegetarianos ainda são bastante discutidos, principalmente, quando o foco é voltado aos vegetarianos estritos. Os pontos que merecem atenção estão relacionados aos nutrientes fornecidos pelos alimentos que eles restringem , alerta a responsável pela equipe nutricional do Minha Vida, Roberta Stella.
Em falta, cálcio, ferro, zinco e vitamina B12 (principais nutrientes contidos nos alimentos de origem animal) podem levar ao desenvolvimento de anemia e osteoporose em idade avançada, por exemplo. As doses diárias ideais de cálcio correspondem a 2,5 gramas. Já o ferro, precisa somar, ao menos, 45 miligramas no cardápio diário. Enquanto 40 miligramas de zinco e 2,4 microgramas de vitamina B12, por dia, são suficientes.
As polêmicas questões sobre os nutrientes obtidos pelas carnes dizem respeito à melhor absorção pelo organismo. A proteína e o ferro encontrados nas carnes, em especial as vermelhas, apresentam uma biodisponibilidade maior, se comparados com outras fontes, como feijão, soja, lentilha e folhas verde-escuras.
De acordo com a nutricionista do Minha Vida, existem alguns meios de melhorar a absorção do ferro vegetal. Na mesma refeição, ingerir um alimento rico em vitamina C ajuda , fala sobre o nutriente facilmente encontrado nas frutas cítricas. Além disso, ela conta que a indústria alimentícia faz a fortificação de alimentos comuns da dieta vegetariana, com minerais e vitaminas. O leite de soja, por exemplo, é fortificado com vitamina B12. Um copo de 200 ml da bebida fornece 0,36 microgramas da vitamina.
Roberta ressalta que os perigos da não-ingestão de certos nutrientes não fazem parte apenas da rotina dos adeptos do vegetarianismo. Independente da restrição alimentar, qualquer pessoa pode enfrentar problemas com um cardápio desbalanceado, apresentando deficiências de nutrientes .
A especialista exemplifica, citando o cálcio. Esse nutriente apresenta dificuldade em atingir a recomendação de taxas ideais pela falta de consumo da população, seja a pessoa vegetariana, ou não . A dica para não causar prejuízos à saúde por causa da alimentação, é conhecer todas as tendências alimentares e ficar atento à recomendação médica de cada nutriente.