Especialista em Ortopedia Funcional dos Maxilares – Título Obtido junto ao CFO. Especialista em Periodontia pela Univers...
iDentro dos meus vários anos de prática odontológica, não canso de dizer, em cursos, participações em rádio, TV e até mesmo para os meus pacientes, que os implantes dentários osseo-integrados revolucionaram a Odontologia. Nos últimos anos, a estética bucal vem se tornando cada vez mais importante dentro da nossa sociedade, em todas as classes sociais. Os dentes têm importância funcional (mastigação, fala), estética e me atrevo a dizer que têm inclusive importância dentro de uma colocação profissional no concorrido mercado de trabalho que encontramos hoje em dia.
A boa condição bucal é além de saúde, qualidade de vida. Com essa maior conscientização e necessidade da população, tanto as técnicas quanto os materiais utilizados vêm evoluindo constantemente, o que nos permite atualmente conseguir resultados muito próximos a perfeição. O paciente fica encantado com o trabalho, mas eu como dentista costumo ficar mais fascinado do que ele, pois consigo perceber como evoluímos nas técnicas e nos tratamentos.
Toda essa qualidade de resultados, que acabei de citar, só foi possível para pessoas que tinham ao menos as raízes dos dentes, pois quando perdiam os elementos dentais, com certeza seriam obrigadas a utilizar uma dentadura, que podia ficar um pouco mais presa ou mais solta, um pouco mais ou menos estética, mas era uma prótese total, com todos os inconvenientes que as pessoas sabem que esses trabalhos apresentam.
Quando perdiam apenas um dente, o resultado do trabalho era muito melhor, mas eram obrigadas a fazer desgastes nos dentes ao lado para confecção de uma prótese fixa, sendo assim os dentistas precisavam fazer três dentes para corrigir a perda de apenas um.
Todos podem se beneficiar
Com a chegada dos implantes, conseguimos acabar com dentaduras soltas e quando se perde apenas um dente, não precisamos mais mexer nos dentes ao lado. Quando surgiram, esses tratamentos só eram possíveis para as classes sociais mais altas. Os pacientes de classes mais baixas, que são normalmente as pessoas que mais perdem elementos dentais, não tinham como pagar pelo tratamento.
Porém, com a evolução da indústria nacional, temos hoje em nosso mercado implantes dentários de excelente qualidade, com vários formatos, diâmetros, comprimentos e superfícies, sendo que o profissional pode escolher o mais adequado de acordo com as necessidades individuais do paciente.
Isso fez também com que o custo dos implantes tivesse uma sensível redução, ficando muito mais perto das possibilidades da maior parte da nossa sociedade. Pode reparar que é muito comum hoje em dia você conhecer alguém que já recebeu um implante dentário, sinal de que o número de pessoas atendidas tem aumentado.
As dificuldade iniciais
Mesmo com toda essa evolução, ainda tínhamos alguns problemas com pacientes que não apresentavam quantidade óssea suficiente para receber os implantes dentários (que irão fazer o papel da raiz do dente). Pacientes que perderam os dentes há muitos anos, normalmente não apresentam largura ou altura óssea necessária para a colocação do implantes e muitas vezes não apresentam nem altura e nem largura óssea.
Os pacientes sabem que precisam de enxerto ósseo, mas na maioria das vezes não tem ideia de qual o motivo dessa necessidade. É fácil explicar. Quando perdemos um ou mais dentes, o osso que segurava esse dente, deixa de ter função, de ser estimulado e com isso vai havendo uma reabsorção.
Os implantes têm, de uma maneira geral, diâmetros de 3 a 5 mm. Para colocar um implante de 3,3 mm de diâmetro, precisamos ter ao menos 0,5 mm de osso na frente e o mesmo na parte de trás do implante, somando-se as medidas, precisamos de um osso de 4,3mm de largura. Dentro da quantidade de osso que falta para que o implante fique totalmente envolvido em osso é o que será avaliado para saber qual o tipo de enxerto ósseo e a técnica que iremos utilizar.
Esses problemas ainda não foram totalmente resolvidos, mas estamos caminhando nessa direção. Cada vez mais as técnicas estão sendo simplificadas e as cirurgias estão com maior índice de sucesso, sendo hoje um procedimento de rotina dentro da implantodontia.
Novos procedimentos
Outra evolução que estamos conseguindo é o uso do PRP, Plasma Rico em Plaquetas. Esta técnica consiste em retirar sangue do próprio paciente, centrifugar, separar as plaquetas e utilizá-las juntamente com outros materiais, osso humano, bovino ou sintético, fazendo uma espécie de gelatina e preenchendo locais que precisem de osso ou fazendo o levantamento do seio da face, que é um dos locais mais comuns de perda óssea alveolar e onde obtemos um grande índice de sucesso na regeneração óssea. Esta técnica de uso de PRP tem sido muito usada também na ortopedia e cada vez mais os pacientes irão ouvir falar, pois esta se tornando mais acessível.
O PRP estimula a regeneração do local onde é colocado, tais como músculos, ossos e outros tecidos. Além de ser uma cirurgia rápida e com ótimo pós-operatório, tem demonstrado um resultado surpreendente. Como disse, no começo do texto, cada vez mais estamos avançando e quanto mais avançarmos, maior a segurança no resultado dos tratamentos, com mais qualidade e menos custos.
Quando for fazer o seu implante dentário, caso tenha pouco osso, converse com o seu dentista quais os métodos disponíveis para sanar esse problema, tenho certeza que sempre vai existir uma solução viável para o seu caso.
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