Nascida em São Paulo tem como formação Administração de Empresas com ênfase em Análise de Sistemas. Trabalhou em empresa...
iTudo o que vivemos passa por nossos cinco sentidos (visão, audição, tato, paladar, gustação e olfato). O significado que damos às coisas e situações vai depender de como percebemos e armazenamos cada imagem, som, palavras, emoções e sensações do mundo em que vivemos. É esse acúmulo de conhecimento e percepções que formam o nosso aprendizado e o nosso mapa mental, orientam nossas escolhas e influenciam comportamentos por toda a vida.
Nossas experiências internas têm os três componentes: visual, auditivo e sinestésico (palavra que se refere às sensações táteis, olfativas e gustativas). Estes aspectos são chamados de sistemas representacionais.
Algumas pessoas são mais ligadas aos aspectos visuais, outras aos auditivos ou ainda aos sinestésicos. Essa preferência, que não é consciente ou intencional e se desenvolve ao longo da vida, se manifesta em diversas áreas: no modo como nos comunicamos e na maneira como organizamos nosso trabalho, por exemplo. Esses sistemas representacionais podem e devem ser desenvolvidos, pois se constituem em grandes aliados na nossa comunicação com o mundo.
Pessoas visuais, quando vão a uma festa, por exemplo, dão mais importância à cor e à aparência do ambiente, enquanto que para a sinestésica o sabor da comida e bebida é fundamental. Já para a pessoa mais auditiva, o som da música ambiente é o mais importante. Um par de sapatos, largado no meio da sala, que não traz desconforto ao sinestésico, pode "enlouquecer" uma pessoa visual.
Muitos conflitos ocorrem pelo fato de as pessoas terem sistemas preferenciais diferentes. O marido (sinestésico) chega cansado afrouxando o colarinho, larga a pasta encima da mesa e nem repara que a casa está arrumada para a comemoração do aniversário de casamento. Vai tomar banho e deixa o banheiro com a toalha jogada, poças de água no chão. A esposa (visual) esquece a comemoração, e se desespera tentando colocar uma ordem em toda a bagunça.A comemoração não acontece da forma esperada, pois o marido julga ser falta de atenção o fato de a esposa esquecê-lo na sala e preferir arrumar o banheiro.
Estes desentendimentos poderiam ser minimizados se soubéssemos que o comportamento de cada um é direcionado pelo sistema representacional mais desenvolvido.
Como disse o pensador Charles Jones: "Daqui a cinco anos você estará bem próximo de ser a mesma pessoa que é hoje, exceto por duas coisas: os livros que ler e as pessoas de quem se aproximar". Acrescentaria a essa lista também as palavras que ouvimos.
O que ouvimos durante a vida é de extrema importância para que consigamos registrar e armazenar o conhecimento necessário para nosso crescimento. Nem sempre percebemos instantaneamente o que aprendemos durante uma conversa, mas essa nova informação pode ser muito importante no futuro.
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