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"A sua mente pode gostar de chocolate e passar o dia pensando em comidas deliciosas, mas o seu corpo quer se sentir bem. Seu corpo quer energia. Seu corpo quer se sentir vivo, disposto e capaz de fornecer tudo o que você precisa para fazer o que realmente ama". É o que afirma a escritora americana Geneen Roth, autora dos livros Mulheres, Comida & Deus e Carência afetiva e alimentação, quando defende a técnica de ouvir o corpo e não a mente na hora de escolher os alimentos.
Para aplicar o método no dia a dia, você deve observar seu organismo, dando uma atenção especial ao estômago, para tentar descobrir do que ele necessita em cada momento. Cada um deve desenvolver seu próprio método, mas o fato de comer comidas mais saudáveis leva o organismo a naturalmente responder com vontades certas. Geneen dá um exemplo: "quando a sua mente desejar massa a todo custo, diga 'Ok, eu estou ouvindo, obrigada por ser expressar. Se não fosse por uma pequena coisa chamada corpo, nós poderíamos comer massa o dia inteiro. Mas agora vou perguntar para o meu corpo o que ele quer'". A partir daí, descubra o que vai sustentá-la e não apenas agradá-la.
Segundo a nutricionista Ligia Henriques, algumas atitudes ajudam a fazer com que o corpo dê as respostas corretas. O primeiro passo é não ficar com fome. Com horários pré-definidos para refeições, fica mais fácil para a pessoa controlar os impulsos de comer quando está fisicamente satisfeita. Manter um equilíbrio alimentar também é importante. Cortar totalmente carboidrato ou doce, o que causa falta de açúcar no organismo, pode desencadear uma compulsão. "Eu costumo dizer que ninguém engorda quando come apenas o que tem vontade. O difícil é estar atento ao que é vontade e ao que é hábito, fuga ou compensação", orienta.
A relações-públicas Juliana Schneider, de 24 anos, é adepta do método e mostra-se plenamente satisfeita com os resultados. Mas, até chegar ao estágio atual, em que, segundo ela, o corpo fala com a mente e vice-versa, eles se entendem e se respeitam, houve muito trabalho.
"Eu sempre gostei muito de comer e sempre comi de tudo. Tinha dificuldade de resistir a qualquer comida gostosa e, ainda havia a questão das quantidades", conta. A situação começou a mudar quando Juliana participou de um retiro de desintoxicação baseado na medicina milenar indiana Ayurveda. "Durante oito dias, além de me submeter a processos intensos de limpeza, pude conhecer mais sobre essa filosofia e o quanto ela integra mente, corpo e espírito. Foi aí que pude sentir a disposição do meu organismo de entrar nesse processo", relata.
No início, Juliana exigia muito de si mesma e de sua nova alimentação. "Eu tinha conflitos internos porque, mesmo sabendo dos malefícios de alguns alimentos, era difícil deixar de ingeri-los. Ao me dar conta disso, mudei minha postura e voltei a ser mais permissiva".
Atualmente, os excessos na alimentação de Juliana são mais saudáveis que tudo o que ela consumia diariamente antes da mudança de hábitos. Quando surge a vontade de atacar um doce, por exemplo, a relações-públicas recorre a frutas secas, bolos integrais e doces alternativos como pé de moleque integral (feito de amendoim e melado). "Aquelas guloseimas que a maioria das pessoas morre de vontade de atacar já não me atraem tanto", diz.
Com a vida alimentar baseada no entendimento do corpo, Juliana sentiu melhorias na digestão, eliminação, disposição e aparência, claro. Por tudo isso, ela recomenda seguir o caminho que está seguindo: "A partir do momento que você começa a ingerir alimentos cheios de vida e saúde, seu corpo se desperta para isso. Ele se reencontra, recebe o carinho merecido e se torna íntegro, radiante e mais preparado para os desafios da vida. Vale a pena!".
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