Médico e tricologista. É certificado como Tricologista pela Internacional Association of Trichologists (IAT). Membro e d...
iPara entender a calvície genética é preciso saber como e por quê ela se manifesta. Tenho certeza que a grande maioria das pessoas já deve ter ouvido falar que a testosterona, um hormônio masculino, é a vilã da queda capilar, o que não é verdade.
No entanto, a testosterona não deixa de participar do processo, sendo a matéria prima para a formação de um outro hormônio, este sim, um dos vilões da calvície.
Neste texto, vamos entender realmente quem são os verdadeiros responsáveis pela calvície androgenética (queda capilar genética), e o que fazem os verdadeiros causadores deste processo.
Para que alguém tenha calvície androgenética é preciso que ela tenha uma predisposição a doença, e isso é transmitido geneticamente pelo pai ou pela mãe.
Porém, é errado acreditar que o pai ou a mãe tenham necessariamente que ser calvos ou terem pouco cabelo para que essa predisposição seja herdada. É importante dizer também que a calvície genética pode pular gerações e que membros de uma mesma geração podem ter graus diferentes de calvície.
Uma vez predisposto, o indivíduo com tendência à calvície, ao entrar na puberdade, começa a produzir testosterona. A partir dela, um outro hormônio, conhecido como deidrotestosterona (DHT) é criado.
O que é DHT?
O DHT sim é o hormônio causador da calvície, uma vez que ele se liga ao DNA das células das raízes dos cabelos e faz com que elas trabalhem cada vez menos. Por conta disso, os folículos vão ficando atrofiados de forma gradativa, e os cabelos que estavam em seu interior caem mais do que o normal, sendo substituídos por cabelos mais finos, curtos e frágeis.
Assim, o couro cabeludo começa a manifestar uma cabeleira mais rala, e as entradas e coroas começam a aparecer.
Para que a testosterona dê origem à DHT, há a necessidade da ação de uma enzima, a 5-alfa redutase. Acredito que se há um vilão nesta história é a 5-alfa redutase, e não necessariamente o DHT. Afinal, se ela não existisse, a testosterona não seria utilizada para formar o DHT, e consequentemente a calvície não se manifestaria.
É neste princípio que se baseiam os atuais tratamentos da calvície. Inibir a ação da enzima 5-alfa redutase impede a formação da DHT e o processo de atrofia do folículo não se manifesta. Com isto podemos ter a interrupção do quadro e a melhora da calvície.
Para concluir, podemos dizer que a calvície androgenética depende de hormônios masculinos para ocorrer (seja em homens ou em mulheres). Porém, ela não ocorreria sem a predisposição genética e o trabalho da enzima 5-alfa redutase.
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