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Curar os insones como indivíduos e não a insônia como uma doença que atinge muitas pessoas é a proposta da homeopatia. Com medicações individualizadas e mudanças de hábitos, o método trata ainda pacientes com sonambulismo, apneia, narcolepsia e bruxismo, entre outros distúrbios do sono.
Do ponto de vista dos homeopatas, esses problemas são sintomas de um desequilíbrio. Por isso, após analisar o paciente de forma ampla e subjetiva, o médico determina uma série de ações para a sua cura. "Diferentemente da alopatia, a homeopatia não trata sintomas, mas sim, procura atuar na energia vital do individuo para restabelecer o equilíbrio energético", explica o homeopata José Roberto Miglioli.
Dos dez pacientes que médico atende por semana, metade sofre de algum distúrbio do sono e, segundo ele, 80% são vítimas de ambientes impróprios, ou seja, quartos com muito barulho e luz ou colchão e travesseiro inadequados.
A primeira recomendação que Miglioli dá a seus pacientes é se preparar para dormir com, pelo menos, duas horas de antecedência. É aconselhável não ver televisão ou optar por programas tranquilos, além de evitar luzes e barulhos fortes.
A orientação mais importante, porém, é não levar preocupações para a cama. Para isso, cada pessoa deve descobrir uma maneira de relaxar e se distrair diariamente antes de tentar pegar no sono.
Baseado nos casos que trata, o homeopata diz que ansiedade, depressão e estresse estão os grandes responsáveis pelo desenvolvimento de distúrbios do sono. Na homeopatia, então, o desafio é encontrar as causas dos problemas emocionais para que a resolução deles ajude na melhora do quadro geral. Mas se engana quem pensa que essa é uma tarefa fácil. Os motivos pelos quais uma pessoa fica estressada podem ser tão sutis quanto os que criam medos, como de altura e de multidão.
Nesse quadro, as crianças também ganham espaço. Infelizmente, elas não são exceção no consultório médico. Segundo Miglioli, é comum as crianças apresentarem dificuldades em dormir, mesmo que aparentemente elas não enfrentem uma vida atribulada e difícil como um adulto. "As crianças tem também insônia, sono interrompido e pesadelos noturnos. Uma das causas é a ausência da presença de pais durante o dia. Por isso, à noite, acordam para conferir se os pais estão por perto. É um sintoma da sensação de abandono", afirma o homeopata.
Ele adverte que o estilo de vida, basicamente sedentário, impossibilita as crianças de gastarem energia como deveriam. "Em função disso, muitas são diagnosticadas como hiperativas, quando, na verdade, se tivessem espaço e fossem estimuladas a brincar e a exercitar seus corpos, não apresentariam esses problemas".
Miglioli ressalta que se preocupar com a qualidade do seu sono não é um luxo. A sua disposição e o seu rendimento no dia seguinte estão totalmente atrelados à capacidade de relaxar e deixar o corpo se autoajustar. "Não dormindo, a pessoa diminui a condição física e a imunidade, fica mais propenso a doenças contagiosas, a memória piora e ainda potencializa qualquer disfunção como os problemas cardíacos e de pressão", enfatiza.
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