O Dr. Giovanni de Almeida Prado Di Giacomo, doutorando do Departamento de Diagnóstico por imagem da UNIFESP desenvolve p...
iA odontologia, assim como outras áreas da ciência da saúde, apresentou grande desenvolvimento nos últimos anos. Avanços nas áreas da informática, de materiais e de engenharia de tecidos talvez tenham sidos os principais responsáveis por esta transformação.
Dentro deste cenário, a implantodontia dental também foi beneficiada por todo este movimento. Na década de 60, inicialmente, foram definidas as bases desta ciência. Na época, após a colocação dos implantes, aguardava-se um período de 3 a 6 meses para confecção da prótese dental. Período correspondente a remodelação do tecido ósseo sobre a parede do implantes.
Este processo foi uma revolução na odontologia, pois podíamos reabilitar um espaço com ausência do dente, sem necessidade do desgaste dos dentes vizinhos para confecção de uma prótese.
O titânio, o material de escolha, apresenta grande biocompatibilidade com os tecidos de nosso organismo. O osso se liga a este material, provocando um processo de união bastante forte. O nosso corpo tem uma reação amigável com esse metal, portanto a ideia de rejeição não existe. O que pode acontecer, em raros casos, é não ter sucesso por falha na união do osso ao implante.
De uma maneira geral, o sucesso deste procedimento está entre 95% e 98% dos casos e também não existe limite de idade. Após a puberdade, qualquer pessoa pode receber implantes.
Alguns pacientes não apresentam volume ósseo suficiente para instalação do implante. Isso ocorre por causa de processos infecciosos, perda prematura de dentes ou acidentes. Entretanto, podemos reconstruir estas áreas através de enxerto. Para tal situação, o especialista pode utilizar tecido do próprio paciente, de animal ou de material artificial.
Mais recentemente, descobriu-se que, em muitos casos, a coroa ou a prótese sobre implante poderia ser colocada imediatamente após a instalação dos implantes. Esta técnica ficou conhecida como carga imediata. Assim, em muitos casos, podemos ter uma solução protética imediatamente após a cirurgia. Nesta técnica, a maioria das próteses é fixa, ou seja, não se soltam durante a mastigação, propiciando maior conforto, segurança e eficiência.
Atualmente, o planejamento cirúrgico pode ser feito em software. O profissional simula a cirurgia em ambiente 3D, tendo uma visão privilegiada de toda área anatômica. Estes dados são enviados a um laboratório, que confecciona uma guia cirúrgica. Após anestesia esta peça é adaptada na região desdentada. Assim, o cirurgião tem as informações sobre a inclinação e profundidade dos implantes estabelecida no planejamento virtual. Com este recurso, não se faz necessário o uso do bisturi. Essa técnica, quando indicada pelo cirurgião dentista, pode proporcionar redução do tempo cirúrgico e da dor pós operatória.
Todas as técnicas e equipamentos dependem sempre de um profissional capacitado. Em todas as áreas do conhecimento, os avanços tecnológicos podem otimizar nossas ações, mas não substituem o conhecimento, a experiência, habilidade e o bom senso do operador. Ou seja, a tecnologia pode facilitar os procedimentos, torná-los mais simples, mas o diferencial está em como utilizamos estes recursos.
Hoje, temos muitos recursos para utilizar. O cirurgião dentista preparado é quem vai escolher a melhor estratégia e o melhor técnica para cada caso.