Médica especialista em Dermatologia e Nutrologia. Pós-graduada em Dermatologia e Medicina Estética.
Com o passar dos anos, a pele, assim como os demais órgãos do corpo, sofre alterações e envelhece. Entre as mudanças, ocorre a perda de elasticidade e luminosidade, além de aparecerem rugas e flacidez. Mas não é só o envelhecimento cronológico que faz com que a aparência da pele mude ao longo dos anos. Fatores externos como o estresse, o fumo e, principalmente, a radiação solar, influenciam e aceleram o envelhecimento da pele, fazendo com que o aspecto da pele seja alterado mais cedo, com o surgimento de manchas, casquinhas, asperezas, rugas e outros sinais do envelhecimento precoce. Apesar de não podermos fazer o tempo estacionar, alguns cuidados deixam a pele mais jovem.
O que acontece com a pele?
Na epiderme, começa a acontecer uma diminuição das camadas. O número de células que se descamam começa a diminuir em função da alteração da renovação celular.
Há uma diminuição da produção hormonal e a pele começa a apresentar ressecamento.
A derme passa a apresentar uma diminuição da quantidade e da qualidade do gel coloidal (estrutura responsável pela firmeza, elasticidade e equilíbrio da pele), perdendo sua capacidade de reter a água e de manter o equilíbrio na produção das fibras de colágeno e elastina, que sustentam a pele.
Com isso, a manutenção da firmeza e da elasticidade da pele fica fragilizada. Os vasos sanguíneos vão perdendo a capacidade de eliminar as toxinas do organismo e também de nutrir e oxigenar as células da epiderme. Moral da história: a renovação celular fica prejudicada.
Como se não bastasse, a comunicação entre todas as células, essencial para seu bom funcionamento, fica deficiente e fragilizada, desequilibrando uma série de processos naturais, dentre eles os já mencionados.
O envelhecimento natural
Quando se é adolescente, um dos primeiros sinais de envelhecimento é o surgimento da acne. Depois dos 20 anos, surgem marcas muito finas, principalmente ao redor dos olhos e da boca.
Ao alcançar os 30, você começa a ter as primeiras rugas, uma vez que as fibras de e elastina começam a sofrer alterações e, com isso, acontece a diminuição da densidade cutânea junto à perda de firmeza e elasticidade, afetando o contorno do rosto. A renovação celular e a hidratação natural da pele começam a diminuir também.
Nesta faixa etária, deve-se tratar a pele para estimular suas funções, prevenindo ou diminuindo os efeitos que se acentuarão com o passar do tempo.
Entre os 40 e 50 anos, as fibras de colágeno e elastina não são produzidas como antes e as fibras se desorganizam. A renovação celular torna-se irregular e a pele cada vez mais perde sua hidratação. A queda natural na produção de hormônios traz ainda mais prejuízo a todas as funções da pele. Todas essas alterações fazem com que ocorra perda em sua densidade, firmeza e elasticidade.
Após os 60 anos, as rugas já aparecem de um jeito acentuado, a perda da elasticidade e da firmeza é perceptível e ela se torna muito mais fina, frágil e desidratada. A renovação celular é bastante deficiente e a contínua diminuição das taxas hormonais impossibilita a recuperação natural da pele. É a fase em que os ativos que combatem os sinais do tempo são mais necessários à sua revitalização.
O perigo que vem do sol
O envelhecimento causado pela exposição incorreta à luz solar chama-se fotoenvelhecimento. A partir dos 30 anos, as células que colorem a superfície da pele, os melanócitos, diminuem de 10% a 20% a cada década. Com isso, os melanócitos que ficam se coram mais. Os raios solares nocivos aumentam o número dessas células de maneira errada, causando as manchas senis, outro sinal do envelhecimento cutâneo.
A pele fotoenvelhecida apresenta perda da elasticidade, rugas, manchas escuras ou claras e alterações da superfície, podendo tornar-se áspera e descama com frequência. Já a pele envelhecida em decorrência da deterioração natural do organismo tem uma aparência mais fina, flácida, com pouca elasticidade, mas sem manchas ou alterações em sua superfície.
Para brecar o efeito do tempo
Alguns fatores são inimigos da pele, como o fumo. Fumantes tem rugas profundas ao redor dos olhos, da boca e nas bochechas. Na pele do fumante, a fase das ruguinhas quase nunca existe: os primeiros sinais já são vincos grossos. Além disso, tomar sol em horário inadequado (das 10 às 16 horas) sem protetor solar também causa danos.
O sol tem efeito cumulativo, ou seja, na hora em que você abusa, a consequência é uma vermelhidão seguida de descamação, mas, depois dos 30 anos, as rugas e manchas aumentam. Não fumar, usar protetor solar desde cedo e adequado à sua pele são hábitos que só deixam sua pele mais jovem.
A alimentação também é um ponto forte. É preciso ter à mesa muitas saladas, frutas e alimentos ricos em fibra, além de beber bastante água e comer alimentos antioxidantes - entre eles cenoura, chá verde, frutas cítricas, linhaça e suco de uva integral -, que combatem os chamados radicais livres, que são produzidos naturalmente pela respiração e afetam negativamente o organismo, levando ao envelhecimento precoce.
Além disso, após os 20 e 25 anos, vale a pena pedir ao seu dermatologista que lhe indique um creme ou gel antirrugas.
Para tratar o efeito do tempo
Peelings e outros tratamentos a base de ácidos costumam ser os mais indicados, mas a medicina evolui sem parar: muitos princípios ativos vêm sendo empregados para diminuir os efeitos do tempo na pele. As vitaminas antioxidantes, como a vitamina C e a vitamina E, são benéficas tanto por via sistêmica como tópica e, além do efeito antioxidante, apresentam ação fotoprotetora discreta, que, somada aos benefícios dos filtros solares, melhora também a formação de colágenos.
Por isso, converse com seu dermatologista. Ele vai lhe indicar o melhor tratamento para que você não passe fugindo do espelho, combinado?