A inclusão dos alimentos industrializados no Brasil se deu a partir da década de 60. Depois desta época, a diversidade desses produtos não parou de crescer. Vários fatores levaram a esta ocorrência, dentre eles, o crescimento da população e entrada da mulher no mercado de trabalho, que ocorreu na sequência, na década de 70.
Um dos objetivos desse crescimento de alimentos industrializados foi facilitar o processo de preparo das refeições tanto para a mulher como para sua família, com o respaldo de oferecer mais tempo para outras atividades. Logo depois dessa avalanche de novos alimentos e produtos, chegaram as redes de fast food no Brasil. Pode-se observar que algumas foram instaladas primeiro aqui no Brasil para depois de aproximadamente 20 anos chegarem em Paris, por exemplo. Esses aspectos fazem nos remeter a conceitos flexíveis que a nossa cultura carrega em relação aos hábitos alimentares e certamente a necessidade de novos mercados econômicos, pois conceitos sociais e econômicos, muitas vezes, irão ser mais relevantes para a escolha de novos ramos alimentares do que apenas aspectos nutricionais.
Tudo isto faz parte da nossa história! O Brasil por ser um país de muitas raças, também tem características de múltiplas gastronomias. O que vemos hoje nos restaurantes por quilo é esse retrato de combinações nacionais e internacionais, pois, afinal, temos na nossa história essa memória de sabores, cores e formas de muitas etnias - uma combinação de feijoada, sashimi, massas, peixes, vegetais, dentre outros. Num passado, havia uma forma de se alimentar muito regional. Depois dos anos 80 de acordo com o crescimento e homogeneização do perfil das pessoas, passamos a diminuir o consumo de alimentos como arroz, feijão, farinha de mandioca e aumentar o consumo de produtos industrializados.
Novos padrões de alimentação
As características sociais acabam determinando algumas mudanças do entorno, na praticidade e no paladar, pois ambos fazem parte do mundo que vivemos. Hoje temos a "tirania da escolha", frente a tantas opções, pode-se criar uma sensação de impotência para eleger. A simples atitude de escolher o que comer pode causar um grande mal estar, pois mantém relações com a saúde e o corpo. As escolhas com os tipos de preparações e alimentos remetem a responsabilidade com o auto-cuidado. Essas escolhas, geralmente, apresentam ambivalência - dúvida de comer porque faz bem para a saúde ou comer porque é gostoso. O resultado das nossas escolhas alimentares pode ser o retrato do nosso corpo, que nem sempre está vinculado com os quesitos de saúde. A incoerência entre o entendimento sobre o corpo e sobre o significado de saúde pode gerar aumento das atitudes de ambivalência na hora da escolha dos alimentos.
As relações desenvolvidas com a alimentação hoje, cada vez mais, mantêm relação com o prazer e com o que é saudável. O que fazer? Agora que os brasileiros podem ter uma alimentação supostamente adequada, não estamos sabendo escolher. Muito importante nos dias atuais é manter uma relação saudável com o comer. Sem exageros nas quantidades, principalmente nos alimentos ricos em gordura, sal e açúcar. É muito importante colocar no prato sempre alimentos vegetais, sem restrições, mas sem exageros, sabendo acertar a dose das combinações para alcançar saúde e bem-estar!
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