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Uma dieta enriquecida com azeite de oliva virgem e com frutas secas pode prevenir e reverter a aterosclerose, diz um estudo feito pela Universidade de Navarra, na Espanha, que contou com o apoio de outros 19 centros científicos do país. De acordo com os autores, incluir esses dois tipos de alimentos na dieta consegue reverter a doença em apenas um ano.
A aterosclerose pode ocorrer quando as artérias ficam entupidas ou estreitadas, restringindo o fluxo de sangue para o coração. Sem o sangue necessário, o coração fica carente de oxigênio e de nutrientes vitais para que ele opere de forma adequada.
O estudo contou com a participação de 190 voluntários, todos maiores de 55 anos e com alto risco cardiovascular. Eles foram divididos em três grupos aleatoriamente e receberam instruções diferenciadas de nutricionistas de como seguir uma dieta mediterrânea.
Um dos grupos recebeu 15 litros de azeite de oliva virgem a cada três meses, o que equivale a aproximadamente 160 ml por dia, enquanto outros participantes receberam 30 gramas de frutas secas, como passas e ameixas por dia. O terceiro grupo de pessoas recebeu instruções e material para seguir uma dieta baixa em gordura. Após um ano, os cientistas mediram a camada média da artéria carótida de todos os participantes.
Segundo os resultados, os indivíduos que já tinham aterosclerose antes do início do estudo e receberam azeite ou frutas secas tiveram um considerável aumento na espessura da artéria carótida, além de uma redução nas lesões nos vasos sanguíneos. Os cientistas não sabem ao certo por que isso ocorre, mas acreditam que os polifenois contidos no azeite ajudam a proteger a parede dos vasos sanguíneos.
Azeite contra AVC
Outro estudo, realizado pela University of Bordeaux e pelo National Institute of Health and Medical Research (INSERM), na França, e publicado no periódico Neurology sugere que o consumo de azeite de oliva pode ajudar a prevenir AVC (acidente vascular cerebral) em pessoas mais velhas.
Para chegar a essa conclusão, os pesquisadores observaram os registros médicos de 7625 pessoas, de 65 anos ou mais, de três cidades da França: Bordeaux, Dijon e Montpellier. Nenhuma delas tinha histórico de AVC. O consumo de azeite de oliva extra-virgem foi categorizado como "sem uso", "uso moderado" - o uso do azeite apenas para cozinhar, temperar ou com pão - e "uso intenso".
Depois de pouco mais de cinco anos do começo da análise, houve a ocorrência de 148 AVC´s. Ao considerar dieta, prática de atividades físicas, índice de massa corpórea e outros fatores de risco para o acidente vascular cerebral, os estudiosos descobriram que aqueles que usaram regularmente o azeite de oliva para cozinhar e temperar tiveram 41% menos chances de ter um AVC, quando comparados a aqueles que nunca usavam o azeite. Apenas 1,5% dos idosos que consumiam azeite tiveram o acidente, contra 2,6% dos que nunca consumiam.