Formada em Psicologia há 23 anos pela Unifil, pós graduada em Obesidade e Transtornos Alimentares pela PUC-PR.Hipnoterap...
iQuando se toma a decisão de oficializar uma união, os parceiros seguem regras que são aceitas pela sociedade, como viver para o resto da vida juntos e serem fiéis até que a morte os separe. Em um grande número de uniões, o casamento representa muito mais que seguir essas regras, constituindo a realização de um sonho em que a felicidade e a satisfação pessoal de formar uma família são o foco principal.
Na tomada de decisão pela união, muitas pessoas não levam em conta as diferenças existentes em relação ao parceiro, pois, no ato da paixão, acabam instintivamente afastando qualquer imagem ou situação de aborrecimento. Porém, mais tarde, isso pode desencadear uma série de problemas e insatisfações.
Em 2012, a taxa geral de divórcio atingiu o seu maior valor com 1,8 divórcios para cada mil pessoas de 20 anos ou mais. Desde o início da série histórica das Estatísticas do Registro Civil, em 1984, houve um acréscimo de 36,8% no número de divórcios em relação a 2009. Por outro lado, a taxa geral de separação teve queda significativa, chegando a 0,5 separações para cada mil pessoas de 20 anos ou mais, o menor índice da série (IBGE).
Em algum momento, o casamento para de ser fonte contínua de prazer e surgem os obstáculos, que podem dar início ao declínio de toda felicidade. Quando casamos levamos junto toda nossa vivência anterior, dificuldades pessoais e limitações. Desta forma, todo referencial e todas as dificuldades que cada um traz consigo, são somadas as do parceiro.
Nesse momento, fica claro para os dois o quanto as diferenças são maiores do que imaginadas e quanto será necessário jogo de cintura, tolerância e compreensão de ambas as partes.
Porém, as estatísticas nos revelam que uma grande parcela da população não consegue resolver esses conflitos, optando pela dissolução do casamento. O importante é que, se o casal optar pela separação, cada um reflita sobre todo o processo vivenciado para que possam amadurecer a partir dessa experiência. Assim será possível evoluir como pessoa, melhorando a qualidade de vida e repensando comportamentos, para que, no futuro, possa entrar em um novo relacionamento mais preparado.
O ideal é que possamos vivenciar esse processo como um luto, sendo desaconselhável sair de uma relação e já entrar em outra. Quando isso ocorre, há um risco muito grande de se levar para a próxima união os mesmos problemas e aí só estará mudando de parceiro, mas a situação que pode ter sido um dos impeditivos para um casamento saudável permanece.
Muitas pessoas saem de suas casas diretamente para o casamento e, às vezes, nem podem vivenciar a vida de forma independente. Isso pode ser um motivo a mais para entrar em um novo relacionamento rapidinho, sem ter a experiência de viver sozinho.
Saiba mais: Desejos reprimidos levam a separação
É importante que se tenha claro que um fator que favorece um relacionamento de sucesso é a capacidade de enfrentar a vida sozinho. Vivenciar esse momento de reconstrução e de avaliação de crenças e valores é fundamental para escolher um parceiro mais compatível com seus desejos.