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Muitos são os motivos pelos quais as pessoas devem tomar água nas quantidades recomendadas. Um novo estudo, o mais amplo desse tipo, publicado pela revista Diabetes Care, mostrou que esse líquido também ajuda a diminuir o risco de diabetes.
A quantidade de água ingerida está relacionada à regulação dos níveis de açúcar no sangue. Um hormônio chamado vasopressina, cuja função é evitar a desidratação e manter níveis adequados de eletrólitos - como o sódio e o potássio -, aumenta quando o corpo está recebendo pouca água. Este hormônio, em excesso, leva ao aumento da produção de glicose no fígado, o que, em longo prazo, altera a produção e a resposta à insulina.
Pesquisadores franceses recrutaram participantes para o estudo em nove centros de saúde da França, como a Université Paris-Diderot e o Département d'Endocrinologie, todos em Paris. Mais de três mil homens e mulheres saudáveis, com idades entre 30 e 65 anos, foram acompanhados por quase uma década. Todos tinham níveis normais de glicêmia no início da pesquisa.
Depois de nove anos, cerca de 800 tinham desenvolvido diabetes tipo 2, mas aqueles que consumiram grandes quantidades de água tinham um risco cerca de 30% menor de desenvolver a doença. Foram controlados fatores que poderiam interferir nos resultados, como ingestão de outros líquidos - refrigerantes e bebidas alcoólicas -, exercícios e peso.
Os pesquisadores apontam que a ingestão de água em quantidades adequadas pode ajudar na prevenção do diabetes. No entranto, outros fatores associados também devem ser controlados, como alimentação saudável e controle da obesidade.
Tire suas dúvidas sobre diabetes
No Brasil, cerca de sete milhões de pessoas, acima de 18 anos, têm a doença. Um estudo recente da Sociedade Brasileira de Diabetes, aponta que mais de 60% deles não sabem que têm a doença. Confira as dicas dos especialistas e tire suas dúvidas sobre diabetes.
Saiba mais: Vídeo: Previna o diabetes
O diabético pode consumir mel, açúcar mascavo e caldo de cana sem problemas?
Apesar de naturais, estes alimentos tem açúcar do tipo sacarose, maior vilã dos diabéticos. "O diabético até pode consumir, mas ele deve ter noção de que não pode abusar e compensar com equilíbrio na dieta", explica a nutricionista Patrícia Ramos, coordenadora do Hospital Bandeirantes (São Paulo).
Alguns alimentos ajudam a controlar os níveis de glicose no sangue auxiliando o tratamento do diabetes?
Sim. Isso por conta do Índice Glicêmico (IG) dos alimentos. Quando um alimento tem o índice glicêmico baixo, ele retarda a absorção da glicose pelo sangue e, portanto estabiliza a doença. Mas, quando o índice é alto, esta absorção é rápida e acelera o aumento das taxas de glicose no sangue.
A aplicação de insulina causa dependência química?
A aplicação de insulina não promove qualquer tipo de dependência química ou psíquica. O hormônio é importante para permitir a entrada de glicose na célula, tornando-se fonte de energia.
Dá para evitar a insulina se você não ingere carboidratos?
Depende. O carboidrato eleva a glicemia com mais rapidez, por isso sua ingestão deve ser controlada. "No diabetes Tipo 1, é necessária a aplicação de insulina diariamente, já que o pâncreas não produz este hormônio. Portanto, mesmo que não coma carboidratos, precisará aplicar insulina. No caso do diabetes Tipo 2, a ingestão da insulina vai depender do nível de glicemia. Se estiver controlado, pode-se parar o uso, porém, só um médico poderá fazer esta avaliação", explica Patrícia.
Quem tem diabetes deve fazer somente exercícios leves?
É verdade. Diabéticos devem ser estimulados a fazer atividades físicas, respeitando contra-indicações, se houver. "De uma forma geral, os exercícios melhoram os níveis glicêmicos, porém, quando o gasto calórico é maior do que a reposição de nutrientes após o treino, pode haver um quadro de hipoglicemia", diz a nutricionista.