Formada em Psicologia há 23 anos pela Unifil, pós graduada em Obesidade e Transtornos Alimentares pela PUC-PR.Hipnoterap...
iFomos educados a ser sempre educados mesmo que essa atitude gere um grande desconforto para nós. São muitas as situações em que nos sentimos invadidos pelo outro, seja com alguma opinião não solicitada, uma interferência na educação dos filhos ou com intervenções em alguma atividade no trabalho. Nesses momentos, sentimos que o outro não valoriza nosso potencial e que tudo o que produzimos não é satisfatório.
Em parte, esses sentimentos ocorrem porque não nos sentimos seguros com o que fazemos ou porque temos um passado de desvalorização de nossos comportamentos já em nossa família de origem. O incômodo também pode surgir pelo convívio com pessoas que estão acostumadas a falar o que pensam sem qualquer limite e que acabam invadindo o espaço dos outros por achar que seu ponto de vista é sempre o correto.
O problema é que, independentemente da situação, essas ocorrências nos agridem, o que gera mal estar e a sensação de infelicidade. Mas, ao mesmo tempo, acabamos evitando dizer como nos sentimos, aceitando a posição do outro.
O medo de magoar as pessoas ou de desagradá-las impede que pontuemos nossas posições diante do que acontece, como se o simples ato de falar o que pensamos fosse eliminar o afeto que o outro sente por nós. Porém, existe uma grande diferença entre brigar e comunicar. Podemos, sim, dialogar sem perder a razão, mas o medo de algumas pessoas é ser ríspida e colocar para fora o que pensa de forma agressiva, como se este fosse o único meio de se expressar.
O limite existe para ser dado e é importante para a sobrevivência da humanidade desde os tempos mais remotos. Não podemos dirigir após consumir bebida alcoólica. Não podemos comprar tudo o que queremos em uma loja e nem faltar ao trabalho cada vez que bate uma preguiça. Desta forma, as leis existem para organizar o todo, fazendo tudo com que tudo funcione da melhor forma possível. A regra também se aplica a nós e a comunicação que desenvolvemos com os outros.
Sendo assim, dizer de forma assertiva o que queremos para o outro, colocando os limites necessários para que não nos invadam é de extrema importância para nossa saúde física e mental.
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Podemos treinar em casa, sozinhos no quarto a postura que queremos desenvolver:
- Olhe-se no espelho e comece a falar o que deseja dizer ao outro
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- Analise a sua postura, a expressão facial nesses momentos e vá aprimorando aos poucos, pois colocar limites com cara de pedido de desculpas não funciona
- Treine para que sua voz seja tranquila e constante, pois o objetivo é somente comunicar e não agredir
- Confie em sua percepção e desenvolva um discurso coerente, sem dar muita explicação, somente o suficiente para que o outro entenda que não se sente bem com determinada atitude dele.
Um treinamento básico é o caminho a ser seguido e não se esqueça de que nas primeiras vezes não vai ser tão fácil ou mesmo da forma que gostaria. Entretanto, com o tempo, irá perceber que, quando colocamos limites, o outro aprende que não deve invadir nosso espaço e, assim, começará a cultivar atitudes mais coerentes quando tiver que se manifestar.
Na vida tudo é aprendizagem e quando nos dispomos a cuidar de nós mesmos com pequenas atitudes, contribuímos para nosso bem estar emocional e físico.