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Ficar de pé por longos períodos durante a gravidez pode impactar o crescimento do bebê, aponta um estudo publicado no jornal Occupational and Environmental Medicine. Os resultados foram conduzidos por pesquisadores do Erasmus Medical Center, em Rotterdam, Holanda.
Os autores acompanharam 4.600 mulheres durante a gravidez, sendo que 40% delas eram profissionais que passavam aproximadamente oito horas por dia de pé - como cabeleireiras, vendedoras e babás -, totalizando 40 horas por semana. Metade das mulheres no estudo trabalhava entre 25 e 39 horas por semana e as outros 10% não trabalhava ou possuia atividades que ocupavam menos do que 25 horas por semana.
Após o nascimento dos bebês, os pesquisadores notaram que os filhos das mulheres que trabalharam 40 horas por semana possuiam a cabeça cerca de um centímetro menor do que a média. No entanto, não foi notada qualquer diferença no desenvolvimento neurológico dessas crianças.
Os pesquisadores concluíram ainda que trabalhar durante a gravidez não interferiu no peso, no tamanho ou no nascimento dos bebês, ao contrário do que se pensava antes. Os autores alertam, porém, que a mulher trabalha muitas horas em pé deve pensar em pedir uma redução da jornada de trabalho, pelo menos no último trimestre da gestação, para que não haja qualquer transtorno.
Mude os hábitos para ter uma gravidez tranquila
Há algumas mudanças de hábitos que a mulher deve realizar em nome do desenvolvimento de uma gestação tranquila e livre de incômodos. Os ginecologistas Denis José Nascimento, presidente da comissão de gravidez de alto risco da Febrasgo (Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia) e Mário Martinez, obstetra do Hospital e Maternidade São Luiz, listam os tópicos que merecem atenção especial durante os nove meses:
Tomar banhos muito quentes
Uma grávida que toma banhos muito quentes, ou vai à sauna, pode ter problemas de queda de pressão e até mesmo desmaios. "A gestante tem os vasos naturalmente mais abertos para facilitar a troca de sangue com seu bebê, e a água quente aumenta ainda mais essa dilatação, causando a queda de pressão", explica Mário Martinez.
Usar hidratantes com altas doses de ureia
O uso da ureia durante a gravidez não é indicado pela Anvisa, pois trata-se de uma substância tóxica que pode prejudicar o bebê de alguma forma. Como alternativa, o especialistas indica os óleos de semente de uva e de amêndoas, que penetram a pele, hidratam e não fazem mal ao bebê.
Fazer química no cabelo
Tratamentos químicos como tinturas, escova progressiva e outros tipos de alisamento são todos tóxicos ao bebê. "Alguns tonalizantes sem amônia podem ser usados, desde que não entrem em contato com a raiz do cabelo", afirma o obstetra Mário. "Mesmo assim, o ideal é levar a embalagem ao médico na consulta pré-natal e pedir a opinião dele quanto ao uso."
Abusar do peso na musculação
A atividade física é altamente recomendada neste período, mas a mulher precisa ter cuidado com os exageros. Pegar peso demais, segundo o ginecologista Denis, causa lombalgia, e pode até levar a um parto prematuro.
Usar salto alto
A mudança no centro de gravidade da gestante, causada pelo crescimento da barriga, já dificulta os movimentos. "Com o salto, a mulher começa a andar com as pernas abertas, para aumentar a base de apoio do corpo?, afirma Mário Martinez. ?Com isso, cresce o risco de quedas, além dos problemas relacionados à postura", completa. Por isso, prefira sapatilhas, chinelos e sapatos mais baixos. Se a ocasião pedir saltos, 4cm são o limite seguro.
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Ingerir café demais
Mais de 150ml de café por dia (o equivalente a três xícaras) pode causar problemas ao feto. "A cafeína tem ação vasoconstritora e, em excesso, atrapalha a transfusão de sangue da mãe pra criança", explica Denis Nascimento. Isso significa que o feto receberá menos nutrientes e pode ter o desenvolvimento prejudicado.