Graduada em Odontologia pela Universidade Santo Amaro, onde também obteve especialização em Periodontia e realizou...
iO próprio nome já diz: peri significa ao redor e donto, dente. Ou seja, periodontal é como chamamos a estrutura que fica ao redor do dente. Ela apresenta duas funções principais: a proteção à gengiva e a sustentação, dada principalmente pelo osso alveolar.
As doenças periodontais são enfermidades de natureza infecciosa e inflamatória que têm como principal agente causador a placa bacteriana, que fica na superfície do dente e dentro do sulco da gengiva. Esta inflamação leva à destruição dos tecidos que circundam o dente, formando as bolsas periodontais, que se tornam grandes reservatórios de bactérias.
Sinais da doença
Os primeiros sinais da doença são: sangramento, inchaço e alteração de cor da gengiva, que se torna mais avermelhada. Já em uma fase mais adiantada pode ocorrer alteração na posição dos dentes, e até o seu amolecimento, que se não tratado pode ser perdido. A doença periodontal acontece na maioria das vezes sem que o indivíduo sinta dor.
Tratamento
O tratamento é a melhor forma de estabilizar a doença. Atitudes preventivas que envolvem consultas de controle e manutenção periódicas são essenciais para alcançar a saúde periodontal. Nestas oportunidades deve ser sempre reforçado o uso do fio dental, escova dental, escova interdental e escova elétrica, que farão a remoção mecânica da placa. O controle químico, através de soluções enxaguatórias para bochechos, pode ser uma alternativa auxiliar em alguma situação que limite a remoção mecânica da placa.
Relação com doenças sistêmicas
Estudos recentes têm apontado as doenças periodontais como fatores de risco para doenças sistêmicas (que atingem outros órgãos): doenças cardíacas, doenças respiratórias, diabetes mellitus, osteoporose, câncer - relação encontrada em estudo publicado em junho no British Medical Journal - e até para o nascimento de bebês prematuros e com baixo peso.
A relação da doença periodontal como fator de risco para doenças sistêmicas aconteceu ainda no final do século XIX e início do século XX. Mas agora, depois de dezenas de estudos que apontam para esta associação - seja por uma via direta, onde a bactéria da gengiva entra na corrente sanguínea e atinge outros órgãos à distância, ou por via indireta, estimulando agentes químicos da inflamação a percorrerem todo o corpo-, a comunidade científica vem pesquisando intensamente este assunto.
Ao contrário do que possa parecer, as doenças da gengiva são muito comuns na população, especialmente acima dos 40 anos. Infelizmente o diagnóstico da doença nem sempre é realizado em sua fase inicial, o que certamente torna mais difícil o tratamento e o controle da doença.
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Dados epidemiológicos, publicados na Revista Periodontia (2007) da Sociedade Brasileira de Periodontologia, apresentam índices de prevalência de 65 a 92% na população geral. Baseados nestes achados, muitos autores apontam a doença periodontal como a maior causa de perda de dentes na vida adulta, afetando três em cada quatro indivíduos em algum momento da vida.
Por isso que cuidar da boca não é apenas uma atenção aos dentes e gengiva, é cuidar também da sua saúde como um todo.