Infertilidade é a inabilidade do casal atingir a gravidez após um ano de tentativas frequentes, e sem métodos anticonceptivos. Dentre os casais com idade de 15 a 44 anos, a taxa de mulheres inférteis é de 13,9%. A gravidez espontânea, sem tratamento, ocorre mais rapidamente em algumas mulheres do que em outras, dependendo da fisiologia individual ou de fatores comportamentais. Mais da metade das mulheres férteis atinge a gravidez em três meses de tentativas e em seis meses, dois terços. A chance da paciente conseguir engravidar é maior com o aumento da frequência das relações sexuais.
Desde o nascimento do primeiro bebê de proveta por fertilização in vitro (FIV), em 1978, a medicina reprodutiva mudou muito. Várias técnicas passaram a fazer parte do tratamento dos casais inférteis, principalmente no campo da reprodução assistida. Por outro lado, nos últimos anos as mulheres estão adiando a maternidade por se dedicarem mais à vida profissional, aumentando o número de casais inférteis e dificultando a obtenção de resultados positivos.
Existe uma falsa ilusão de que a medicina evoluiu a ponto de solucionar todos os problemas de fertilidade. Com isso, a maior dificuldade enfrentada pelos especialistas em reprodução humana é a influência da idade na diminuição da fertilidade.
Influência da idade na infertilidade
Com o aumento da idade, a fertilidade das mulheres vai diminuindo em decorrência do envelhecimento do organismo e aparecimento de doenças, notadamente após os 30 anos. Estima-se que a chance de uma mulher normal com idade inferior a 30 anos engravidar é de 20% por mês e depois dos 40 é de apenas 5%. Aos 34 anos, 11% das mulheres já são inférteis; aos 40, 33%. A maioria das mulheres tem seu último filho com 41 anos de maneira espontânea. Aos 45 anos, 87% são inférteis. Além disto, os abortamentos aumentam com a idade, quando mais de 40 anos é de 34%.
A idade também influencia os resultados positivos da Fertilização in vitro. Aos 30 anos é de 36%, aos 35 passa para 31%, aos 40 abaixa para 16% e aos 43 vai para somente 6% de nascimentos por tentativa. Por isto, nos últimos anos houve aumento nas indicações de ovodoação. Nesta alternativa terapêutica a mulher recebe óvulos de outra mais nova que são fertilizados com os espermatozóides do seu marido. Caso o homem e a mulher sejam inférteis, eles podem receber óvulos fertilizados, que são os pré-embriões (PE), de outro casal, de forma anônima.
A possibilidade de nascimento de crianças com alterações genéticas passa de 1/500 aos 25 anos para 1/70 aos 40 anos de idade, por isto é importante recorrer-se ao profissional com experiência em aconselhamento genético quando a mulher tem mais idade. São inúmeros os fatores determinantes da infertilidade feminina, que vem aumentando nos últimos anos devido à procura da concepção mais tardia pelas mulheres. Existem vários tratamentos modernos, porém a influência da idade continua um desafio.
Saiba mais: Hábitos que comprometem a fertilidade da mulher
A mulher nasce com 300 a 400 mil óvulos, que vão sendo consumidos durante sua vida reprodutiva, isto é, durante o período que apresenta ciclos menstruais. Portanto, há uma perda média mensal de 1.000 óvulos, apesar de mensalmente somente um atingir a maturidade. Então, compreende-se facilmente que, com o envelhecimento, fisiologicamente a mulher tem sua fertilidade diminuída. Além disso, surgem doenças como endometriose, aderências, miomas, pólipos, entre outras. Uma maneira de medir-se o potencial reprodutivo da mulher (reserva ovariana) é com a dosagem sanguínea do hormônio anti-mulleriano (AMH). Esta dosagem permite ter uma ideia se a mulher tem muitos ou poucos óvulos para se reproduzir. Conheça seu corpo melhor antes de gerar uma vida. Cuide-se!