Joji Ueno é ginecologista-obstetra. Dirige a Clínica Gera e o Instituto de Ensino e Pesquisa em Medicina Reprodutiva de...
iApós um ano de tentativas de engravidar sem sucesso, o casal deve ser avaliado para se descobrir os fatores determinantes da infertilidade. Em algumas situações especiais, pode-se antecipar essa pesquisa. Isto é, todo casal preocupado com sua fertilidade deverá procurar o ginecologista, que antecipará a pesquisa conforme a idade da paciente ou suspeita de doença.
Quem consultar?
A demora no reconhecimento do problema ou a falta de orientação profissional podem ser decisivas no sucesso em conseguir um filho, portanto a consulta com um especialista pode ser vantajosa. O casal deve analisar a formação médica do profissional, que pode ser um ginecologista ou urologista, especializados em infertilidade feminina ou masculina, respectivamente. O especialista pode fornecer o diagnóstico preciso com tratamento adequado, evitando a utilização da alta tecnologia da medicina reprodutiva. Desta forma, é importante a consulta minuciosa, em que o ginecologista ou urologista entrevista o casal e tem ideia se o problema é de origem feminina, masculina ou de ambos.
Como é a consulta?
Na pesquisa inicial, o casal é avaliado e é a solicitada a análise seminal (espermograma), que avaliará a qualidade dos espermatozoides. A análise seminal deve ser realizada, preferencialmente, em locais especializados, que avaliarão parâmetros importantes, como a morfologia (formato) dos espermatozoides, adequadamente, o que é imprescindível para a conduta terapêutica.
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Os exames na mulher dependerão muito da idade e dos prováveis fatores determinantes da infertilidade. Não se deve perder tempo com exames se a mulher tiver cerca de 40 anos de idade ou possuir causa grave de infertilidade. Dentro do razoável e possível, o ginecologista estudará o padrão menstrual da paciente objetivando diagnosticar alterações hormonais. Caso apresente irregularidades menstruais, ele solicitará exames para diagnóstico e posterior tratamento da disfunção endócrina e prosseguimento da pesquisa básica de esterilidade.
O ginecologista avaliará, ainda, alteração anatômica, por ultrassonografia dos órgãos genitais. Outro exame que estuda a anatomia local é a histerossalpingografia, que é uma chapa do útero e tubas, realizada ao término da menstruação. Ela é feito em clínicas radiológicas.
O teste pós-coito era bastante utilizado no passado e hoje é questionado por diversos especialistas, mas ainda é utilizado por alguns ginecologistas.
O próximo passo é a avaliação da ocorrência da ovulação e suas alterações através do estudo da elevação da progesterona no sangue. Este hormônio é liberado pelo corpo lúteo, após a saída do óvulo do ovário e deverá manter-se alto até próximo da menstruação seguinte para agir no interior do útero, possibilitando a implantação do pré-embrião.
Caso a progesterona não se eleve é sinal de que não houve ovulação. A progesterona também pode diminuir rapidamente nessa fase do período menstrual, impedindo que a mulher fique grávida. Por isso, são colhidas duas dosagens de progesterona. Junto com uma delas deverá ser feita dosagem sanguínea de prolactina, outro hormônio que interfere na fertilidade.
Por outro lado, se a mulher menstrua normalmente a avaliação dos níveis sanguíneos de progesterona e prolactina é pouco importante em relação a causa de infertilidade. A ação da progesterona no útero é constatada pelo exame de fragmentos do endométrio (biopsia de endométrio). A biopsia é realizada através do exame ginecológico alguns dias após a suposta data da ovulação. Atualmente, a indicação principal da biópsia é a avaliação de alterações endometriais que dificultam a fixação do embrião no útero.
A histeroscopia diagnóstica (exame que olha o interior do útero) tem sido utilizada com mais freqüência para a avaliação da infertilidade feminina, devido a sua popularização e pelas potencialidades no diagnóstico de causas intrauterinas na infertilidade.
Diagnóstico
Os exames ficam prontos em até três meses e podem ser feitos por um bom ginecologista. Porém, os tratamentos mais complexos e as cirurgias devem ser realizados por especialistas, após esclarecimento das alternativas terapêuticas ao casal, que decidirá se continuará ou não com o que foi proposto. Eles podem decidir pela adoção ou não terem filhos, tendo em vista que nenhum tratamento garante 100% de taxa de gravidez.
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