Ele é o transtorno neurológico de maior prevalência em todo o mundo. A epilepsia é uma condição que provoca convulsões e até a perda de consciência. Um quadro que nem sempre tem cura, mas pode ser controlado com a orientação médica.
Nosso cérebro é uma verdadeira máquina. Nele, milhares de células trabalham conduzindo impulsos elétricos para qualquer atividade que realizamos. Para mover um braço, por exemplo, ele envia impulsos através dos nervos até os músculos, que se contraem, ou relaxam. O problema é que em algumas pessoas um grupo de neurônios pode se comportar de maneira anormal, causando uma espécie de curto-circuito. O resultado é uma atividade voluntária do corpo, a chamada convulsão.
O neurologista Álvaro Pentagna (CRM/SP 108826) explica que as principais causas da epilepsia seriam, nos mais jovens, doenças genéticas e malformações cerebrais. ?Nos mais velhos, sequelas de derrame, de tumores, ou então uma pessoa que teve um trauma?.
As crises geralmente duram menos de três minutos, podendo ser acompanhadas de perda de consciência, mas elas podem ser mais duradouras. Neste caso, o socorro médico deve ser imediato.?Mesmo que já tenha cessado a crise é importante levar a pessoa para o pronto-atendimento, porque o risco da recorrência de crise é aumentado nas primeiras 48 horas?, afirma o neurologista.
E para fazer o diagnóstico de epilepsia é preciso avaliar o risco de recorrência das crises e sempre tentar descobrir a causa do problema. Dois exames são indicados: a ressonância de crânio e o eletroencefalograma. ?Se você conseguir definir qual é o motivo dessa epilepsia, você pode tentar direcionar uma melhor terapêutica?, diz o especialista.
A maioria das pessoas com epilepsia consegue levar uma vida normal. A cura nem sempre é possível, mas existem muitas alternativas para controlar o problema. Medicações anticonvulsivantes e até cirurgias podem ajudar muitos pacientes. Além disso, alguns cuidados são extremamente importantes.É muito comum os pacientes acharem que, se vão beber, não podem tomar a medicação. Para o neurologista, esta atitude é errada. ?Se ele bebeu, ele tem que tomar [o medicamento], porque isso aumenta o risco de ter uma convulsão?, explica.
Outros motivos são a privação de sono, estresse e, claro, não estar tomando os anticonvulsivantes, contrariando o tratamento prescrito.
Epilepsia: saiba por que acontecem as crises de convulsão
Embora não exista cura, pacientes com o problema podem levar uma vida normal