Médica ginecologista especialista em Endoscopia Ginecológica titulada pela FEBRASGO, também professora de Yoga...
iMuita gente ainda relaciona o uso do preservativo como uma forma de prevenir gravidez indesejada. Mas a camisinha é o principal meio de prevenção às IST (Infecções Sexualmente Transmissíveis). Ela deve ser usada em todas as relações sexuais, havendo ou não penetração por via sexual (vaginal ou anal). De acordo com o Departamento de IST/Aids do Ministério da Saúde, 10 milhões de brasileiros já apresentaram algum sintoma relativo às IST.
Segundo avaliação do próprio Ministério da Saúde, o sexo oral seria a modalidade "campeã" do não uso de preservativo. Muitas pessoas consideram que, como não se trata de uma área genital, há pouco ou nenhum risco de contaminação. Isso, logicamente, está errado. O não uso de preservativo em situações como essa é um hábito cultural que precisa ser combatido. As pessoas devem entender que camisinha não deve ser usada só para a penetração vaginal.
O preservativo impede o contato da boca com o sangue - se houver algum ferimento na região - e com a mucosa da vagina e do ânus, evitando, dessa forma, a transmissão de algumas doenças, como herpes, HIV e hepatite. A presença do vírus da Aids na saliva é pequena - daí ser muito difícil a transmissão do HIV através do beijo. Porém, se houver feridas na boca ou mesmo presença de sangue, há possibilidade de ocorrer a transmissão.
No caso de se praticar sexo oral na parceira é essencial o uso de papel filme. Em alguns países, já está sendo utilizado um produto chamado Dental Dam. Trata-se de uma tira de látex que foi inventada para facilitar a realização de procedimentos odontológicos, mas pode ser usada para a prática de sexo oral seguro. Outra forma de se proteger um preservativo ao meio e aplicá-lo na região genital feminina. O importante é que toda a área que terá contato com a boca do(a) parceiro(a) seja coberta.
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E, quando a mulher for praticar sexo oral no parceiro, deve fazê-lo com preservativo desde o início, pois não é apenas o sêmen liberado na ejaculação que pode transmitir doenças: a pele do pênis pode conter lesões, como verrugas e outras não vistas a olho nu, que podem ser transmitidas.
Outras práticas envolvem riscos
Não é só com relação ao sexo oral que as pessoas devem estar atentas. O uso compartilhado de brinquedos sexuais, como vibradores, também é um meio de transmissão de IST, assim como o uso de dedos e outras partes do corpo. O ideal é cada pessoa ter o seu próprio objeto e não compartilhá-lo com ninguém. Se for compartilhar, deve ser lavado com água e sabão, e é ideal que se coloque preservativo a cada utilização.
Essa regra vale mesmo se a pessoa for reutilizar o instrumento em locais diferentes do próprio corpo, como da vagina para o ânus ou para a boca. Apenas dessa forma podemos garantir que não haverá deslocamento de microrganismos de uma região para a outra.
Falta de sintomas facilita sexo sem proteção
A falta de sintomas, em muitos casos, faz com que as pessoas não busquem tratamento e continuem a praticar sexo sem proteção. O ideal é conhecer o seu próprio corpo. O momento do banho é ideal para a pessoa se autoexaminar, prestando atenção se não há nenhuma verruga ou ferida na área genital externa (incluindo o ânus).
No mais, vale sempre reforçar o conselho: as mulheres devem visitar, regularmente, o consultório da ginecologista, e os homens, o do urologista. E, nas consultas ao dentista, qualquer pessoa pode tirar dúvidas com relação à saúde bucal. A visita ao consultório médico possui um peso tão importante porque o profissional tem meios de avaliar se há algo de errado. Como já foi dito, algumas doenças não apresentam sintomas visíveis e olho nu, nem dor ou irritação.
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