Formada em Medicina pela Faculdade Estadual de Medicina de São José do Rio Preto e mestre em Dermatologia pela USP. ...
iFormado pela Universidade Luterana do Brasil, no Rio Grande do Sul, é especializado em conteúdos de saúde
O que é Bicho de pé (Túngiase)?
Bicho de pé é o nome popular para a tungíase, uma infecção de pele causada pela pulga Tunga penetrans. Ela se alimenta do sangue humano e, após ser fecundada, penetra na pele e migra para a epiderme formando pequenos túneis tortuosos e avermelhados, às vezes associados a vesículas. A contaminação acontece quando a pessoa pisa no solo contaminado sem proteção nos pés. Os principais sinais são desconforto e dor na região, além de erupção na pele.
Causas
A pulga Tunga penetrans, que se infiltra nos pés, tem tamanho reduzido, não ultrapassando mais de 2mm de comprimento.
Uma vez que penetrou na pele do indivíduo, a fêmea do bicho de pé começa a sugar o sangue para alimentar seus ovos, os parasitas.
É possível ter bicho de pé na mão?
Sim. Ao entrar em contato com a pulga, a pessoa pode sentir incômodo em qualquer região afetada, inclusive nas mãos.
Sinais
O bicho de pé se manifesta de duas formas. Em um primeiro momento, haverá uma erupção cutânea na área afetada, como um caroço vermelho, o que gera prurido (coceira), como uma urticária, ou apenas a marca na pele.
Em casos mais avançados de infecções persistentes, não tratadas ou associadas a infecções de outros microrganismo pode haver:
- Supuração (formação de pus);
- Ulceração;
- Necrose do tecido circundante;
- Deformação e a perda de unhas;
- Dor e desconforto.
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Diagnóstico
O diagnóstico do bicho de pé costuma ser clínico, com base nos sintomas da pele, como erupção cutânea, vermelhidão e coceira.
Além disso, o histórico do paciente com o contato com solo ou areia contaminados são determinantes para identificação do problema.
Por fim, não é preciso realizar exames adicionais para detectar a doença.
Fatores de risco
O maior fator de risco para o bicho de pé são regiões de risco, ou seja, sem saneamento básico, de clima quente e com circulação de animais e, consequentemente, presença de fezes. Por esse motivo, é essencial andar com calçados nesses locais.
Buscando ajuda médica
Ao sentir alguns dos sintomas, deve-se procurar os especialistas responsáveis por diagnosticar e tratar o bicho de pé. Os médicos indicados são:
- Clínico geral;
- Pediatra;
- Dermatologista;
- Infectologista.
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Tratamento
Como tirar o bicho de pé?
O tratamento do bicho de pé consiste em eliminar o bicho de pé da pele e evitar infecções secundárias. Sendo assim, podem ser feitos:
- Crioterapia;
- Uso de medicamentos;
- Remoção por pinça;
- Remoção por curetagem, caso o bicho de pé esteja cheio de sangue e não possa ser removido apenas com pinça.
A extração cirúrgica deve ser realizada apenas em um estabelecimento de saúde equipado ou por um profissional de saúde comunitário experiente, utilizando instrumentos estéreis.
Após a eliminação do bicho de pé, antibióticos tópicos são aplicados à ferida, e há possibilidade de realizar vacina para tétano a fim de prevenir infecções secundárias.
Medicamentos
Os profissionais de saúde podem recomendar medicamentos antiparasitários tópicos, como pomadas ou cremes, e remédios orais. Nessa linha, incluem:
- Tiabendazol;
- Albendazol;
- Ivermectina.
Tem cura?
O bicho de pé tem cura. Ele dura entre quatro a seis semanas, porém, em áreas de risco, como as infecções são frequentes, podem avançar para formas mais graves. É possível que um mesmo indivíduo apresente vários parasitas em diferentes estágios de desenvolvimento.
Prevenção
A melhor forma de prevenir o bicho de pé é utilizar calçados fechados e inseticidas nas áreas afetadas.
Os donos de animais também têm um papel-chave na prevenção destas doenças, cuidando da saúde de seus pets, que incluem:
- Recolher as fezes dos animais ;
- Levar o pet regularmente ao veterinário para tratamento contra parasitas.
Convivendo (Prognóstico)
O bicho de pé é um quadro com duração pré-determinada, mas que causa muitos incômodos, principalmente devido a coceira. Os medicamentos indicados pelos médicos podem ajudar a reduzir esse incomodo e é importante levar o tratamento à risca.
Complicações possíveis
Se não for tratada, a tungíase pode evoluir para necrose dos tecidos. Isso significa que pessoas infectadas e não tratadas têm avanço da doença com grandes chances de realizar amputações em partes da pele ou até mesmo dos dedos.
Referências
Sociedade Brasileira de Dermatologia (SDB)
Centers for Disease Control and Prevention (CDC)
World Health Organization (WHO)