Formada em Medicina pela FAMEMA. Formada em psiquiatria pelo Centro de Atenção Integrada de Saúde Mental de Franco da Ro...
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Redatora especialista em conteúdos sobre saúde, família e alimentação.
O que é Catalepsia?
A catalepsia é uma condição caracterizada pela paralisação dos membros e da cabeça, além da incapacidade de falar, com uma tendência do paciente a se manter em uma posição imóvel (paralisia). Em alguns casos, os eventos de catalepsia podem ser confundidos com a morte, pois a respiração também é afetada. Um episódio de catalepsia pode durar desde minutos a alguns dias, porém, habitualmente, dura entre 1 e 10 minutos.
Durante o estágio REM (último estágio do ciclo do sono, caracterizado por movimentos oculares rápidos), há uma diminuição natural do tônus muscular. No caso da catalepsia, essa característica do sono REM ocorre subitamente durante o dia, causando fraqueza ou paralisia total, mesmo quando a pessoa permanece acordada durante o episódio.
Normalmente, a catalepsia é desencadeada pela excitação emocional. A perda dos movimentos podem ocorrer devido à incapacidade de regular o sono e os estados de vigília. Os ataques podem variar em gravidade, desde uma breve sensação de fraqueza até um total colapso físico.
Causas
Causas da catalepsia
As causas da catalepsia ainda permanecem desconhecidas. Contudo, o distúrbio apresenta uma prevalência na população geral de 2,5% a 40%, sendo possível acontecerem episódios isolados na adolescência ou em associação com privação de sono, uso de álcool, estresse, drogas e sono irregular.
Segundo a psiquiatra Gabriela Galvão, é provável que haja alguma alteração nas áreas do cérebro que controlam os movimentos, seja por predisposição genética ou até mesmo devido a um traumatismo craniano.
“Já se sabe que as pessoas que desenvolvem catalepsia apresentam certo desequilíbrio na atividade de neurotransmissores e receptores cerebrais, como GABA e NMDA, entre outros”, explica a especialista.
Tipos
Tipos de catalepsia
A catalepsia pode ser dividida em dois tipos principais:
Catalepsia patológica
A catalepsia patológica está relacionada a algumas doenças, como:
- Esquizofrenia
- Depressão grave
- Doença de Parkinson
- Epilepsia
- Síndrome de abstinência de drogas, como cocaína
- Intoxicação medicamentosa
- Situações de trauma emocional
- Alcoolismo
Catalepsia projetiva
A catalepsia projetiva, também conhecida na medicina como paralisia do sono, é um fenômeno natural, temporário e benigno do ser humano em que há uma incapacidade total para mover os membros, a cabeça ou falar, ocorrendo ao adormecer ou, mais comumente, ao despertar. O paciente se mantém consciente.
Pode ser acompanhada de uma incapacidade para respirar e por alucinações variadas em cerca de 50% dos casos, durando em média dois minutos.
“Na paralisia do sono, [...] pode-se dizer que ocorre uma pequena falha de comunicação, que faz com que o cérebro demore em estimular a movimentação dos músculos, deixando o indivíduo paralisado e extremamente assustado e angustiado”, explica a psiquiatra Gabriela Galvão.
Saiba mais: Paralisia do sono: como acontece, diagnóstico e tratamento
Sintomas
Sintomas de catalepsia
Os principais sintomas da catalepsia se manifestam quando o paciente, ao acordar, não consegue abrir os olhos, mexer alguma parte do corpo ou pedir ajuda.
Podem ocorrer outros sintomas como:
- Enrijecimento dos membros
- Irresponsividade (falta de respostas a estímulos externos)
- Flexibilidade cérea (sintoma psicomotor em que a pessoa tende a manter uma posição em que é colocada, como permanecer fica na posição deitada)
- Diminuição da mobilidade ocular
- Insensibilidade
- Alucinações
Diagnóstico
Diagnóstico de catalepsia
O diagnóstico de catalepsia é clínico, ou seja, baseado nos sintomas indicados pelo paciente. Só são necessários exames quando se necessita excluir outros diagnósticos diferenciais, como, por exemplo, epilepsia.
Fatores de risco
Os fatores de risco ainda permanecem desconhecidos pela ciência. No entanto, algumas condições que podem aumentar o risco:
- Alimentação farta durante a noite
- Uso de bebidas alcoólicas à noite
- Bebidas estimulantes (café e energético) à noite
- Atividades intensas noturnas
- Estresse
Buscando ajuda médica
Os ataques de sono decorrentes da catalepsia já são, por si só, motivos mais que suficientes para buscar ajuda médica. Se você apresentar perda dos movimentos durante o dia ou ataques frequentes durante o sono é essencial procurar um especialista imediatamente.
“Essas condições podem ser muito angustiantes, de forma que o acompanhamento médico será de grande valia”, acrescenta Gabriela.
Os especialistas que podem diagnosticar a catalepsia são:
- Clínico geral
- Neurologista
- Psiquiatra
- Médico especialista em medicina do sono
Tratamento
Tratamento de catalepsia
O tratamento para catalepsia irá depender da causa-base e da gravidade do quadro. Em caso de doença psiquiátrica, por exemplo, será necessária a administração de medicamentos ansiolíticos, psicoestimulantes e outros.
Em se tratando da doença de Parkinson, o tratamento envolve a administração de antiparkinsonianos. Para intoxicação medicamentosa, é necessária uma lavagem gástrica e/ou antídotos.
O tratamento é individualizado, a depender da causa e da gravidade do quadro.
Saiba mais: Parkinson: o que é sintomas, tratamento e como adiar o avanço da doença
Medicamentos
Remédios para catalepsia
Os medicamentos para catalepsia mais usados para o tratamento são:
Somente um médico pode dizer qual o medicamento mais indicado para o seu caso, bem como a dosagem correta e a duração do tratamento. Siga sempre à risca as orientações do seu médico e NUNCA se automedique. Não interrompa o uso do medicamento sem consultar um médico antes e, se tomá-lo mais de uma vez ou em quantidades muito maiores do que a prescrita, siga as instruções na bula.
Tem cura?
Catalepsia tem cura?
Não há cura para a catalepsia, pois não se trata de uma doença, mas sim de um fenômeno natural. Contudo, com medicamentos e adaptações no estilo de vida é possível controlar os sintomas.
Prevenção
Como prevenir catalepsia?
Para prevenir a catalepsia é importante evitar fatores desencadeantes, como:
- Privação de sono
- Álcool
- Drogas
- Não seguir tratamento adequado das doenças de base, caso elas existam, como a esquizofrenia e a depressão, por exemplo.
Convivendo (Prognóstico)
Além do tratamento médico, feito basicamente com medicamentos, modificações no estilo de vida também são importantes para controlar os sintomas da narcolepsia. Confira algumas medidas que você pode adotar:
- Procure dormir e acordar na mesma hora todos os dias, incluindo aos finais de semana
- Tire cochilos regularmente durante o dia, 20 minutos podem ajudar a reduzir a sonolência por entre uma a três horas
- Evite nicotina e álcool. A utilização destas substâncias, especialmente à noite, pode agravar os sinais e sintomas da narcolepsia
- Faça exercícios físicos regularmente. A atividade física pode ajudar a regular o sono durante a noite e o dia
Complicações possíveis
Se não for devidamente tratada, a catalepsia pode causar algumas complicações na qualidade de vida e no desempenho acadêmico, profissional e social.
Segundo Gabriela Galvão, a desnutrição e a desidratação podem ser problemas enfrentados pelo paciente, uma vez que ele não é capaz de se alimentar devido ao estado de rigidez.
Saiba mais: Distúrbios do sono podem afetar a memória e a concentração
Referências
Juliana Amm, neurologista do Hospital Santa Paula
Narcolepsy and Overwhelming Daytime Sleep Society of Australia: grupo de apoio criado para ajudar pessoas com distúrbios do sono
National Sleep Foundation: organização beneficente americana sem fins lucrativos que visa fornecer informações especializadas sobre questões relacionadas à saúde do sono
Gabriela Galvão, psiquiatra e formada em psiquiatria pelo Centro de Atenção Integrada de Saúde Mental de Franco da Rocha - CRM/SP: 169.146