Formada em Medicina pela Universidade Federal do Maranhão (UFMA), Patrícia Consorte fez especialização em Terapia Intens...
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O que é Choro excessivo (em bebês)?
Nos primeiros meses de vida, o choro é a única forma de comunicação do bebê, que traduz alguma necessidade não atendida. Pode ter diversos propósitos: E ele pode estar com fome, ter feito xixi na fralda, estar com dor, com frio ou calor, estar com a roupinha ou fralda muito apertada, querendo atenção, entre outros.
"Os pequenos não falam e chorar é a forma que eles têm de se comunicarem. Muitas vezes, aos dois meses de idade, eles começam a ter uma malícia de perceber que, ao chorar, conseguem o que querem", considera o pediatra Marcelo Reibscheid, do Hospital e Maternidade São Luiz, em entrevista prévia ao Minha Vida.
Normalmente, os pais conseguem identificar qual é a necessidade da criança, mas quando ele está inconsolável é importante procurar ajuda médica, pois ele também pode estar querendo dizer que está com dor relacionada a algum problema de saúde.
Causas
São muitas as possíveis causas do choro excessivo (em bebês). Desde dores associadas a doenças, até quando a criança está descontente com alguma coisa ou irritada.
Segundo o Departamento de Pediatria da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, as causas mais comuns nos serviços de emergência para choro excessivo em bebês são infecções, traumas e cólicas. Outros problemas são:
- Problemas oculares como presença de um corpo estranho, úlcera de córnea e glaucoma
- Doenças neurológicas
- Reação a medicamentos e vacinas.
De acordo com Consorte, uma das causas mais comuns para o choro é a presença de gases — uma vez que o bebê alimenta-se de leite e passa a maior parte do tempo deitado, dificultando a saída desses flatos.
Fome, frio, calor e a própria imaturidade do bebê também podem causar o choro. Raramente, a razão é dor associada à leucemia, problemas metabólicos e cardíacos. Ainda é possível que mesmo após vários exames não seja identificada a causa do choro, que desaparece espontaneamente um tempo depois, chamada causa idiopática.
Como identificar que o bebê está com cólica?
Embora a cólica do bebê ainda careça de uma explicação científica, Consorte esclarece que ela pode ocorrer devido à imaturidade do eixo intestino-cérebro, que costuma ter seu pico no primeiro mês de vida e acometer 20-30% dos bebês até os primeiros três meses.
"Normalmente o bebê apresenta um endurecimento abdominal e a face ruborizada, começa a flexionar os joelhos e assim mostrar seu incômodo", descreve Marcelo Reibscheid em entrevista prévia.
Bebês nascidos de parto cesáreo, prematuros ou próximo das 37 semanas possuem mais risco de ter cólicas intensas. Elas costumam vir no fim do dia, período chamado de “hora da bruxa”. Devido à dor intensa, o choro pode durar até uma hora seguida. Muitas vezes, nem o seio materno é capaz de acalmá-lo, explica Patrícia.
“Famílias com uma boa rede de apoio costumam ter mais suporte nesse momento, [...] também é importante orientar os pais que o processo da cólica é benigno e irá passar sozinho e que não tem nada de errado com o bebê”, acrescenta a especialista.
Algumas dicas podem ajudar a acalmar o bebê nesse momento, conforme a dor diminui, como:
- Usar panos mornos na barriga do bebê
- Massagear a área
- Colocar o bebê de bruços sob a barriga do pai ou mãe.
Buscando ajuda médica
Se o bebê não para de chorar ou não está conseguindo comer e dormir normalmente, é primordial que os pais entrem em contato com o pediatra. O mesmo deve ser feito caso ele apresente algum outro sintoma, como febre junto com o choro. Ele pode ajudar a identificar o que está acontecendo, o que é normal e o que pode indicar algo mais sério.
Tratamento
Como acalmar o bebê?
Dependendo do motivo pelo qual o bebê chora, é possível lançar mão de algumas atitudes para acalmá-lo, como:
- Enrolar o bebê em uma manta ou lençol. Alguns bebês se sentem mais confortáveis em cobertores, mas isso deve ser feito com cautela para evitar prender a circulação sanguínea
- Falar com o bebê, dançar ou cantar para ele pode ajudar
- Ligar uma música calma
- Dar banhos mornos e prazerosos
- Caso esteja em um ambiente barulhento, basta levá-lo a um local afastado e tranquilo.
Referências
Departamento de Pediatria da Universidade de São Paulo
Clínica Mayo
Patricia Consorte, pediatra e especialista em nutrição materno-infantil. CRM: 1495.