Médica dermatologista formada em clínica médica pela UERJ e em dermatologia pelo Instituto de dermatologia Prof. Rubem D...
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O que é Hiperidrose?
A hiperidrose é uma condição médica em que o paciente sua excessivamente e de forma imprevisível. Pessoas com hiperidrose possuem glândulas sudoríparas hiperfuncionantes, podendo suar mesmo quando a temperatura está baixa ou quando estão descansando.
Causas
De acordo com Fabiana Seidl, médica dermatologista, uma das probabilidades para o surgimento dessa condição é uma alteração que ocorre no sistema nervoso. Essa mudança é piorada por fatores emocionais, genéticos ou prática de atividade física. “Os hormônios não parecem desenvolver papel importante na hiperidrose, a não ser que haja alguma doença endócrina (hiperidrose secundária)”, conta.
Suar ajuda a manter o corpo frio. Todas as pessoas suam, especialmente em dias em de temperaturas muito altas, após exercícios físicos ou durante uma situação estressante, que deixe a pessoa muito nervosa, com raiva, envergonhada ou com medo.
No entanto, o suor excessivo também pode ocorrer em outras situações. Pessoas com hiperidrose parecem ter glândulas sudoríparas superativas. O suor incontrolável pode levar à sensação de desconforto significativo, tanto físico como emocional.
Na maioria dos casos de hiperidrose primária, nenhuma causa é encontrada, o que leva os médicos a acreditarem que trata-se de um problema hereditário. Já quando o diagnóstico é de hiperidrose secundária, algumas condições médicas podem ser investigadas como causa:
- Acromegalia
- Condições associadas à ansiedade
- Câncer
- Síndrome carcinoide
- Determinados medicamentos e substâncias de abuso
- Distúrbios de controle de glicose
- Doença cardíaca
- Hipertireoidismo
- Doença pulmonar
- Menopausa
- Doença de Parkinson
- Feocromocitoma
- Lesão na medula espinhal
- Derrame
- Tuberculose ou outras infecções
Sinais
De acordo com Fabiana, a hiperidrose pode ser classificada em duas: primária focal e secundária generalizada.
Primária focal: ocorre por fatores genéticos, com sintomas que se iniciam logo na infância ou adolescência. Entre as principais queixas, estão o suor excessivo em diferentes partes do corpo, como o couro cabeludo, palma das mãos, axila, planta dos pés, face e virilha.
Secundária generalizada: esse tipo de hiperidrose tem início na idade adulta, se manifestando através da produção de suor por todo o corpo, mesmo em períodos de sono. Normalmente, o problema possui ligação com alguma doença ou efeitos causados por medicamentos.
Diagnóstico
O diagnóstico é clínico e baseado nos sintomas e em uma série de questionamentos que são feitos aos pacientes. O médico avaliará a possibilidade da hiperidrose estar relacionada a doenças mais graves.
Caso haja suspeita da condição, é possível que alguns exames sejam solicitados - principalmente nos casos de hiperidrose secundária generalizada. Um dos testes é feito com a aplicação de um papel especial sobre a área afetada pelo suor excessivo, que será pesado após o tempo determinado pelo dermatologista. A quantidade de fluido acumulado pode ajudar a identificar o problema.
Buscando ajuda médica
Consulte um médico se você apresentar:
- Suor prolongado, excessivo e sem explicação
- Sudorese com ou seguida de dor ou pressão no peito
- Sudorese com perda de peso
- Sudorese que ocorre mais frequentemente durante o sono
- Suor com febre, perda de peso, dor no peito, falta de ar ou taquicardia - esses sintomas podem ser um sinal de uma doença subjacente, como o hipertireoidismo
Tratamento
Hiperidrose tem cura?
A condição não tem cura, mas pode ser tratada de acordo com seu diagnóstico. “Para tratar a hiperidrose, em primeiro lugar precisamos determinar se existe alguma doença ou medicamento que esteja precipitando essa condição, já que o tratamento será direcionado para a causa base”, explica Fabiana Seidl .
Como tratar a hiperidrose
O tratamento para suor excessivo causado por hiperidrose costuma ser clínico ou cirúrgico. Nos casos mais leves, podem ser indicados medicamentos orais e de uso tópico, além da aplicação de desodorantes antitranspirantes feitos com sais de alumínio.
Em casos em que o suor ocorre de maneira moderada e em um local específico, como as axilas, a aplicação de botox pode ser uma das recomendações. Entretanto, Fabiana conta que a toxina botulínica possui duração de até nove meses, sendo necessária a manutenção e novas aplicações para que o seu efeito permaneça o mesmo.
Quadros mais graves podem exigir intervenção cirúrgica. Chamado de simpatectomia torácica endoscópica, o procedimento é feito com a retirada das glândulas sudoríparas das axilas, ou de gânglios da cadeia simpática (simpatectomia). Porém, o paciente pode desenvolver hiperidrose compensatória em uma região diferente do corpo.
Dessa forma, o tratamento para a condição deve ser avaliado com cautela para cada quadro clínico, determinando os benefícios e possíveis riscos para cada paciente.
Referências
Ministério da Saúde
Sociedade Brasileira de Dermatologia
Academia Americana de Dermatologia
Mayo Clinic
Fabiana Seidl, médica dermatologista, CRM RJ 5287852-9