Graduada em medicina pela Pontifícia Universidade Católica de Sorocaba em 1980. Especialista em Pediatria pelo Conselho...
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O que é Macrocefalia?
A macrocefalia é uma condição em que a circunferência da cabeça da criança é maior do que o esperado para a sua idade. A medida da circunferência da cabeça é realizada em crianças pequenas e em bebês durante os exames de rotina para monitorar o crescimento craniano. A condição pode ser causada por diversos fatores, como distúrbios genéticos, desequilíbrios metabólicos e distúrbios de crescimento cerebral.
Em geral, a circunferência da cabeça do recém-nascido é dois centímetros maior do que a circunferência do peito. A partir dos 6 meses até os dois anos, essas medidas se igualam — e após isso o normal é que a circunferência do peito seja maior do que a da cabeça.
Causas
O mais comum é que a macrocefalia seja uma característica genética familiar, chamada macrocefalia familiar benigna. No entanto, algumas vezes a macrocefalia pode ser sintoma de alguma doença, como:
- Hidrocefalia, o acúmulo de líquidos na cabeça, que pode ser congênita, pós-traumática ou obstrutiva
- Tumores no cérebro
- Sangramento intracraniano
- Hematomas crônicos
- Síndrome de Morquio
- Síndrome de Hurler
- Doença da Canavan
Sinais
A macrocefalia em si não é uma condição que causa sintomas específicos. Os sinais que podem acompanhar a condição dependem da causa subjacente. Os mais comuns incluem:
- Atraso no desenvolvimento motor
- Atraso na fala
- Dor de cabeça constante
- Vômitos
- Letargia
- Irritabilidade
- Convulsões
- Fraqueza muscular
- Alterações psicológicas
- Alterações visuais
Diagnóstico
O diagnóstico de macrocefalia envolve a medição da circunferência da cabeça e a investigação da causa subjacente. A medida é comparada com os padrões de crescimento normal para a idade e o sexo da criança. Se a circunferência da cabeça estiver acima dos percentis esperados, a macrocefalia é identificada.
Depois de verificada a condição, é preciso identificar as causas por meio da realização de exames, analisando principalmente as condições cerebrais — como ressonância magnética, ultrassonografia e tomografia computadorizada. Exames genéticos, análises metabólicas e outros testes podem ser solicitados se houver suspeita de uma condição genética ou metabólica.
Muitas vezes com uma só medição não é possível dizer se a criança está com macrocefalia, e medições futuras são necessárias. Nesses casos, a criança fica sob observação e os pais devem observar se ela apresenta os seguintes sinais:
- Vômito
- Perda de apetite
- Movimentos anormais nos olhos
- Sono excessivo
- Irritabilidade
Buscando ajuda médica
Na maioria dos casos, a macrocefalia é detectada quando a criança vai periodicamente ao pediatra, por isso é importante que os pais respeitem esse ciclo para diagnosticar não só a macrocefalia, mas qualquer outro problema de saúde da criança. A periodicidade recomendada para as consultas é:
- Mensal até os 12 meses
- Depois aos 15 e 18 meses
- Entre dois e quatro anos, duas consultas ao ano
Esta é a rotina para que se consiga detectar de forma precoce não só a macrocefalia, mas outras alterações evitáveis com diagnóstico precoce.
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Tratamento
O tratamento de macrocefalia pode variar de acordo com a causa da condição. Quando ela não apresenta risco para a saúde da criança, não é necessário um tratamento específico — apenas o acompanhamento com o pediatra.
No entanto, se a macrocefalia for provocada por condições subjacentes, como hidrocefalia, tumor cerebral ou malformação craniana, o tratamento pode envolver a drenagem do líquido, uma remoção cirúrgica do tumor ou outras intervenções médicas apropriadas. Em alguns casos, pode ser necessária uma intervenção terapêutica para lidar com os sintomas da macrocefalia — o que pode incluir terapia ocupacional, terapia de fala e terapia física.
Por fim, o suporte emocional e psicossocial é indispensável para pessoas afetadas com macrocefalia e pode envolver o acompanhamento psicológico, a participação em grupos de apoio e outras intervenções adequadas para fornecer suporte ao paciente.
Tem cura?
A cura da macrocefalia depende da causa. Em casos que ela é causada por condições médicas tratáveis, como a hidrocefalia, o tratamento adequado pode resultar na redução do tamanho da cabeça e na melhora dos sintomas associados.
Porém, se a macrocefalia for um traço familiar benigno ou estar relacionada a condições genéticas, por exemplo, pode não haver uma cura definitiva. Nesses casos, o tratamento consiste no controle dos sintomas e no suporte médico e terapêutico ao paciente.
Complicações possíveis
As complicações da macrocefalia dependem da causa subjacente. Nem todas as crianças desenvolvem complicações significativas, especialmente quando a condição é um traço genético benigno. Contudo, a causa subjacente pode provocar alguns problemas ao paciente, como:
- Malformações cerebrais
- Aumento da pressão intracraniana
- Distúrbios neurológicos
- Hidrocefalia
- Consequências emocionais e sociais, como dificuldades de autoestima e estresse emocional
Referências
Manual MSD