Graduado pela Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Pernambuco e com especialização em Ginecologia pelo Depar...
iFormado pela Universidade Luterana do Brasil, no Rio Grande do Sul, é especializado em conteúdos de saúde
O que é Polidrâmnio?
Polidrâmnio leve ou hidrâmnio é o excesso de líquido amniótico no final da gestação. Para que seja caracterizado polidrâmnio, a quantidade de fluido mensurada deve estar acima de 2 litros. Outro critério usado pelos obstetras para identificar a situação é a análise durante o exame ultrassonográfico, quando se faz o cálculo do Índice de Líquido Amniótico (ILA).
Para executar esse segundo método, são feitas algumas medidas dos "bolsões" de líquido em alguns quadrantes determinados no útero, sobretudo o maior bolsão. A soma dos valores determina os padrões que definem o ILA. Assim, os possíveis resultados são:
- ILA Normal: de 8 a 25 cm
- ILA diminuído (oligodrâmnio): menos de 8 cm
- ILA aumentado (polidrâmnio): acima de 25 cm.
Dependendo da intensidade do quadro de polidrâmnio, a gestante pode apresentar:
- Barriga maior do que o esperado para o período gestacional
- Desconforto progressivo
- Aumento de peso
- Dificuldade respiratória (dispneia)
- Inchaço nas pernas
- Varizes
- Hemorroidas
A quantidade de líquido amniótico aumenta de acordo com a fase gestacional e, dependendo da causa provável e da ultrassonografia, que deve ser periódica, os sintomas serão mais ou menos intensos.
Até a 18º semana o líquido amniótico é um composto de plasma materno e plasma fetal que se difundem pela pele do feto. Progressivamente, o líquido amniótico é deglutido pelo feto, absorvido por seu intestino e filtrado pelos rins. Consequentemente, esta urina é eliminada pelo feto dentro da bolsa das águas que compõem parte do líquido amniótico.
Outras coisas, como trato gastrointestinal, cordão umbilical e sistema respiratório fetal também têm participação importante na produção de líquido amniótico e, portanto, no volume.
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Causas
Em muitos casos, não há um motivo aparente para o aparecimento do polidrâmnio. Isso porque, às vezes, é um aumento transitório detectado em ultrassonografia de rotina. Este quadro pode regredir espontaneamente sem representar riscos para a mãe e o feto, mas deve ser acompanhado de perto pelo obstetra.
De um modo geral, as causas do polidrâmnio mais frequentes estão associadas a problemas fetais, como, por exemplo:
- Anomalias congênitas de natureza variada (digestivas, cardíacas, hematológicas)
- Tumores
Ou por problemas maternos, como:
- Diabetes gestacional, pois o excesso de açúcar aumenta o peso do feto, que o faz ingerir mais líquido amniótico e produzir mais urina
- Doenças que atingem a placenta
Diagnóstico
Como identificar o polidrâmnio?
Uma rápida avaliação por meio do exame físico obstétrico consegue avaliar se a mulher tem ou não polidrâmnio. O médico poderá complementar o exame medindo o volume do líquido amniótico por meio da ultrassonografia.
O acompanhamento da condição deverá ser feito com todo rigor e suas variantes dependerão das eventuais causas associadas ao problema.
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Buscando ajuda médica
A gestante deve buscar ajuda médica mediante a queixas, tais como, útero sobredistendido, falta de ar, ganho rápido de peso materno, edema nos membros inferiores.
A gestante deve buscar ajuda médica mediante a queixas, tais como:
- Crescimento anormal do útero
- Falta de ar
- Ganho rápido de peso materno
- Inchaço nos membros inferiores.
Tratamento
Em primeiro lugar, é fundamental pesquisar a possível causa do polidrâmnio. Monitorar através do exame clínico e obstétrico, fazer exames periódicos (ultrassonografia obstétrica) e, se houver fatores fetais envolvidos, envolver especialistas em medicina fetal e geneticista nos cuidados.
A drenagem do líquido amniótico excessivo (também chamada de amniocentese esvaziadora) deverá ser reservada para gestantes com muitos sintomas ou quando houver:
- Distensão uterina
- Fundo do útero maior do que o esperado para a idade gestacional
- Dificuldade para se palpar as partes fetais e/ou abafamento dos batimentos cardíacos do bebê. Neste caso, o esvaziamento deverá ser lento, retirando-se entre 500 e 1000 ml e repetindo o processo de acordo com a necessidade.
Vale frisar que o controle deve ser sempre rigoroso e pode exigir intervenções adequadas para cada caso, como atitudes mais conservadoras ou até mesmo a antecipação do parto. A decisão dependerá sempre da causa de base ou das eventuais complicações, e é o obstetra que consegue avaliar cada caso.
Para evitar complicações do polidrâmnio no final da gestação, é possível que o obstetra indique repouso relativo.
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Complicações possíveis
Além dos aspectos associados à gravidade das alterações fetais, o aumento exagerado do volume uterino predispõe ao desencadeamento do trabalho de parto prematuro, a rotura precoce da bolsa das águas - que pode promover o "prolapso de cordão" - e ao descolamento prematuro da placenta.
Diante de qualquer anormalidade percebida por uma gestante, ela deve ser sempre orientada pelo seu obstetra e, após o diagnóstico de polidrâmnio, é importante que a gestante se mantenha sob os cuidados do obstetra.
Se a gestante não tiver um tratamento adequado, as consequências do polidrâmnio podem levar a diversos riscos, como:
- Contrações prematuras e, possivelmente, trabalho de parto prematuro
- Ruptura prematura de membranas fetais, seguida de descolamento prematuro da placenta
- Má posição fetal
- Comprometimento respiratório materno
- Prolapso do cordão umbilical
- Incapacidade de contração do útero depois do parto (atonia uterina)
- Hemorragia pós-parto
- Morte fetal
Referências
Manual MSD