Médico Especialista em Endoscopia Digestiva, Coloproctologia e Gastroenterologia. Membro titular das Sociedades Brasilei...
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O que é Prolapso retal?
O prolapso retal é uma condição em que parte do intestino grosso desliza para fora do organismo através do ânus, normalmente desencadeado pelo esforço durante a evacuação. Mais comum em mulheres idosas, o extravasamento é acompanhado de sintomas como sangramento, corrimento e incontinência fecal.
Causas
A causa do prolapso retal não é completamente compreendida, sendo que fatores congênitos e adquiridos parecem estar envolvidos. Em crianças a doença é incomum, sendo mais frequente em lactentes com fibrose cística e em mulheres idosas que tiveram múltiplos partos normais. Na infância pode estar associado à diarreia, mais comumente nas verminoses, à constipação, à tosse crônica ou à desnutrição.
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Tipos
Há dois tipos de prolapso retal. Eles se dividem em:
- Prolapso total: no primeiro tipo há o prolapso de todas as camadas do reto. Já no segundo, há o prolapso apenas da camada mais interna do reto, ou seja, a mucosa
- Prolapso parcial: também chamado de prolapso mucoso, o comprometimento pode ser circunferencial ou de apenas uma parte da mucosa retal
Sinais
Sintomas de prolapso retal
Os principais sintomas de prolapso retal, que acompanham o extravasamento de parte do intestino pelo ânus, são:
- Constipação intestinal
- Incontinência fecal
- Sangramento
- Corrimento/muco
Diagnóstico
O diagnóstico do prolapso retal é clínico, através do exame físico. Os exames que podem ser feitos para acompanhamento de prolapso retal são:
- Retossigmoidoscopia
- Colonoscopia
- Defecografia
- Cinedefecografia por Ressonância Magnética
Fatores de risco
Os fatores de risco conhecidos para prolapso retal se diferenciam entre adultos e crianças. Em adultos, os fatores incluem:
- Sexo feminino
- Constipação
- Doenças neurológicas
- Nuliparidade (ausência de gestação)
- Redundância do intestino grosso
- Ânus dilatado (fraqueza muscular anal)
- Cirurgias anais e intestinais
- Alterações anatômicas.
Em crianças, os fatores são:
- Diarreia
- Constipação
- Esforço para Urinar (fimose)
- Tosse
- Vômitos
- Desnutrição
- Fibrose cística
- Mielomeningocele
- Espinha bífida.
Buscando ajuda médica
A presença de qualquer estrutura que se exteriorize através do ânus exige consulta médica. O sangramento é um dos principais sinais de alerta.
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Tratamento
O tratamento do prolapso retal é cirúrgico e pode ser feito de diversas maneiras. As mais indicadas incluem:
- Estreitamento do orifício anal: mais indicado para pacientes muito idosos, de elevado risco cirúrgico
- Restauração do assoalho pélvico: consiste na plicatura dos músculos elevadores do ânus, uma técnica no qual o tecido é dobrado ou costurado para reduzir o tamanho
- Ressecção Intestinal: consiste em um procedimento que tem por objetivo remover parte ou todo o intestino
- Suspensão ou fixação do reto: consiste em suturar o reto junto à membrana de tecido conjuntivo fibroso do osso sacro, um osso composto por um conjunto de cinco vértebras fundidas, sustentando-o com pontos e suturas
- Técnica do PPH: é o grampeamento do reto por via anal. Adequado para casos de prolapso parcial
- Ligadura elástica: é utilizada como opção para prolapsos parciais
Além disso, podem ser utilizados medicamentos para fins paliativos e adjuvantes, como aqueles que auxiliam no tratamento da constipação e da incontinência.
Tem cura?
O prolapso retal tem cura. Os melhores índices de curabilidade se dão com as técnicas abdominais, com de reaparecimento do problema em torno de 2% a 10%. Nas crianças, quase sempre há resolução espontânea do problema.
Prevenção
O prolapso retal pode ser prevenido. Porém, mesmo com medidas dietéticas (consumo de alimentos ricos em fibras) e evitar grandes esforços evacuatórios, não há garantias de que o indivíduo predisposto não vá evoluir para o prolapso do reto.
Convivendo (Prognóstico)
Nos casos de prolapso retal que não podem ser submetidos a tratamentos intervencionistas, uma dieta rica em fibras e líquido para facilitar a evacuação e exercícios para fortalecer a musculatura do períneo são medidas auxiliares. A redução manual do prolapso, que consiste no uso de lubrificantes ou produtos que diminuem o edema, pode ser tentada sempre que possível.
Complicações possíveis
As complicações do prolapso uterino são:
- Aumento progressivo do prolapso
- Sangramento
- Gangrena
- Encarceramento do segmento prolapsado, geralmente o útero
Referências
Manual MSD