Possui graduação em Medicina pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (1981), doutorado em Ginecologia, Obstet...
iRedatora especialista em conteúdos sobre saúde, família e alimentação.
Ginecologista e obstetra da Pineapple Medicina Integrativa. Graduada pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janei...
iO que é Prolapso uterino?
O prolapso uterino, também chamado de prolapso dos órgãos pélvicos (POP), ocorre quando os músculos e ligamentos do assoalho pélvico se tornam distendidos e flácidos, saindo de suas posições normais na pelve e descendo para a vagina ou pela região externa. Os sintomas do prolapso incluem sensação de que algo está se projetando para fora da vagina ou que está sentada em uma bola – além de problemas de micção ou evacuação.
Causas
O prolapso uterino pode ser causado por diversas condições que provocam dificuldade do suporte dos órgãos pélvicos, principalmente as que alteram a anatomia ou que aumentam a força intra-abdominal. Essas condições incluem:
- Número de gestações prévias
- Predisposição genética
- Prisão de ventre ou tosses crônicas
- Levantamento de peso excessivo ao longo da vida
- Deficiência de hormônios
- Enfraquecimento da musculatura
- Obesidade
- Tabagismo.
Tipos
Existem vários tipos de prolapsos uterinos, que podem envolver uma ou mais estruturas, sendo elas:
- Cistocele: prolapso da bexiga, envolve os órgãos da parede frontal da vagina
- Ureterocele: prolapso da uretra, envolve os órgãos da parede frontal da vagina
- Retocele: prolapso de reto, envolve os órgãos da parede posterior da vagina
- Enterocele: prolapso do intestino delgado, também envolve os os órgãos da parede posterior da vagina.
Todos os tipos de prolapso uterino podem surgir em diferentes graus, do mais leve ao mais grave. O exame clínico e, se necessário, de imagem, podem diferenciar qual o órgão mais acometido e graduar o prolapso.
Sinais
Os principais sintomas do prolapso uterino são:
- Sensação de peso na pelve e na vagina
- Sensação de ter algo para fora
- Pressão na região da pelve
- Incontinência urinária
- Incontinência urinária ou fecal
- Prisão de ventre
- Dor ou incômodo durante a relação sexual
Ressalta-se que nem todo quadro de prolapso uterino apresenta sintomas. Pessoas com grau leve de prolapso podem descobrir a condição somente ao realizarem exames de rotina, como ultrassonografia.
Diagnóstico
O diagnóstico de prolapso uterino é feito através de um exame ginecológico específico. Muitas vezes é preciso fazer exames para avaliar a função da bexiga e dos nervos da pelve, como teste urodinâmico e avaliação neurológica.
Fatores de risco
O risco de desenvolvimento do prolapso dos órgãos pélvicos aumenta com a idade e com condições que alteram a anatomia da pelve ou que aumentam a força intra-abdominal, tais como:
- Constipação ou tosses crônicas
- Múltiplas gestações
- Obesidade
- Levantamento excessivo de peso ao longo da vida.
Quanto maior a idade, maior a probabilidade da falha de sustentação dos tecidos e maiores as chances da ocorrência de prolapsos. Estima-se que mais da metade das mulheres acima dos 80 anos tenha alguma desordem na sustentação da pelve. Pessoas que apresentam problemas na formação do colágeno, substância que ajuda na sustentação dos tecidos, também podem apresentar prolapso uterino.
Tratamento
O tratamento para o prolapso uterino é indicado de acordo com o grau da descida do útero. A terapia hormonal e a fisioterapia específica podem ajudar a aliviar os sintomas, além do uso de pessários vaginais, dispositivos de silicone são colocados na vagina e servem de apoio para os órgãos prolapsados. Contudo, o mais indicado é o procedimento cirúrgico — especialmente em quadros mais graves.
Existem inúmeras cirurgias, que variam conforme a severidade do quadro e a necessidade da paciente. Podem ser por via abdominal, laparoscópica, vaginal, com colocação de telas, entre outros. As pacientes devem ser orientadas que existe uma possibilidade acima de 30% de recorrência.
Tem cura?
A chance de cura para prolapso uterino é de pouco menos de 70% dependendo do quadro, mesmo com cirurgia adequada. Nos casos de recorrência, a paciente pode ser operada novamente.
Prevenção
Reduzir as condições que aumentam a força intra-abdominal, como constipação e obesidade, ajuda a prevenir o problema — bem como realizar atividades físicas e exercícios específicos para fortalecer a musculatura da pelve.
Complicações possíveis
Mulheres com graus importantes de prolapso podem apresentar sintomas compressivos a depender da parede vaginal acometida. Prolapsos severos de parede vaginal anterior podem levar a sintomas urinários, como:
- Hesitação urinária
- Intermitência
- Sensação de esvaziamento vesical incompleto
- Retenção urinária (raramente).
Já o prolapso que afeta os órgãos da parede posterior podem causar sintomas intestinais, como:
- Sensação de esvaziamento incompleto
- Obstipação intestinal
- Incontinência de urgência
- Necessidade de pressão digital para auxiliar na defecação.
O maior risco em casos muito graves é a obstrução com dilatação dos ureteres levando a insuficiência renal.
Referências
Manual MSD