Possui graduação em Medicina pela Universidade Federal de Pelotas (1998). Atualmente é médica do Hospital das Clínicas d...
iRedatora entusiasta de beleza e nutrição, autora de reportagens sobre alimentação, receitas saudáveis e cuidados pessoais.
iO que é Raiva?
A raiva (hidrofobia) é uma doença infecciosa cerebral, de alta letalidade, comum em animais, mas que também acomete seres humanos. É transmitida a partir da saliva de animais infectados com o vírus da doença, podendo causar sintomas como convulsões, dores, sensibilidade exagerada no local da mordida e salivação abundante. Após o contágio, uma medida de evitar complicações é a vacina contra a raiva.
Causas
A raiva é transmitida pela saliva de animais domésticos, como cães e gatos, ou mamíferos selvagens, como morcegos, que estão infectados com o vírus Lyssavirus. Ao entrar no corpo através de uma mordida ou pele lesionada, o vírus chega ao cérebro, onde causa inchaço e inflamação e gera os sintomas da doença.
Os mamíferos que mais costumam causar a doença são:
- Gatos
- Cachorros
- Vacas
- Furões
- Cabras
- Cavalos.
- Morcegos (principal transmissor)
- Castores
- Coiotes
- Raposas
- Macacos
- Guaxinins
- Gambás
- Marmotas.
Transmissão entre humanos
A raiva pode ser transmitida entre humanos, porém, é mais difícil. A única forma de transmissão da raiva entre humanos devidamente documentada é através do transplante de órgãos, com doador infectado.
Sintomas
Os sintomas de raiva podem incluir:
- Salivação abundante
- Convulsão
- Sensibilidade exagerada e dores no local da mordida
- Perda de sensibilidade e de função muscular
- Febre baixa
- Dormência e formigamento
- Agitação e ansiedade
- Dificuldade de engolir (beber algo provoca espasmos da laringe)
- Mudança de humor
- Náuseas
- Dor de cabeça
Diagnóstico
Se um animal morder você, tente obter o máximo de informações sobre ele. Se houver suspeita de raiva, o animal ficará em observação. Um teste especial chamado imunofluorescência é usado para observar o tecido cerebral depois que o animal morre.
Esse teste pode revelar se o animal tinha raiva ou não. O mesmo teste utilizado em animais pode ser feito para verificar a raiva em seres humanos, usando um pedaço de pele retirada do pescoço. Os médicos podem procurar pelo vírus da raiva na saliva e no fluido espinhal, embora esses testes não sejam tão sensíveis e possam precisar ser repetidos.
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Fatores de risco
Fatores que podem aumentar o risco de uma pessoa contrair raiva são:
- Viajar ou viver em países em desenvolvimento, onde a raiva é mais comum, incluindo países da África e do Sudeste Asiático
- Atividades que possam colocar uma pessoa em contato com animais selvagens que possam ter raiva, como a exploração e acampamentos
- Trabalhar em um laboratório que contenha amostras do vírus da raiva ou com animais contaminados
- Ferimentos na cabeça, pescoço ou mãos, que possam ajudar a levar o vírus da raiva para o cérebro mais rapidamente.
Tratamento
O tratamento para raiva deve seguir um protocolo.
- Lavar a ferida: para evitar a piora do quadro a ferida deve ser limpa com sabão e água. O médico deverá limpar bem a ferida novamente e remover quaisquer objetos estranhos. Na maioria das vezes, não são dados pontos nas feridas causadas pela mordida
- Vacinas preventivas: se houver risco de raiva, você receberá vacinas preventivas. Elas são dadas, geralmente, em cinco doses durante 28 dias
- Imunoglobulina humana para raiva (HRIG): a maioria dos pacientes também recebe esse tratamento, administrado no dia da mordida, indicado em casos de exposição grave ao vírus
A imunização e o tratamento para raiva são recomendados por, pelo menos, 14 dias após a exposição ou a mordida.
Tem cura?
A raiva tem cura, embora seja uma doença fatal quando não cuidada corretamente, é possível prevenir seu desenvolvimento se a vacinação for feita logo após a mordida. Mas, quando os sintomas aparecem, a pessoa raramente sobrevive à doença, mesmo com tratamento.
Prevenção
A única forma de prevenção contra a raiva é através da vacina e da vacinação correta em animais, veja:
- Vacina Profilaxia Pré-Exposição: é indicada, principalmente, para pessoas que estão mais sujeitas a serem contaminadas pelo vírus, como veterinários, biólogos, profissionais de laboratório de virologia e anatomopatologia para raiva, estudantes de veterinária, zootecnia, biologia, agronomia, agrotécnica e áreas afins e para turistas que viajarem para áreas de risco
- Vacinação em animais: quem mantém a criação de animais deve ficar de olho na carteirinha de vacinação. Gatos e cachorros, por exemplo, tomam a vacina contra a raiva todos os anos
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Complicações possíveis
As complicações possíveis que os quadros de raiva podem causar são:
- Alucinações
- Espasmos
- Dificuldade para ingerir líquidos
- Paralisia
- Alterações cardiorrespiratórias
- Retenção urinária
- Obstipação intestinal
- Reação alérgica à vacina
- Coma
- Óbito
Referências
World Health Organization
Centers for Disease Control and Prevention
Ministério da Saúde
Global Alliance for Rabies Control
Mayo Clinic
Sociedade Brasileira de Infectologia
Secretaria de Saúde do Estado do Paraná
Manual MSD