Claudia Chang é médica endocrinologista especialista pela Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, doutora...
iRedatora especialista na elaboração de conteúdo sobre saúde, beleza e bem-estar.
Médica assistente responsável pelo ambulatório de Doenças Osteometabólicas da unidade de Endocrinologia da Santa Casa de...
iO que é Vitamina D alta?
A vitamina D é considerada alta quando está acima de 100 ng/mL de sangue, quase duas vezes mais do que o ideal, que é de, no máximo, 60 ng/ml. O quadro é conhecido como hipervitaminose D ou intoxicação por vitamina D.
As taxas tendem a ficar elevadas assim depois do uso indiscriminado de suplementos, já que é extremamente difícil atingir tais valores por métodos naturais, como banhos de sol. A condição pode trazer sérias consequências para a saúde, afetando, sobretudo, os rins.
Causas
De acordo com a endocrinologista Claudia Chang, a principal causa de hipervitaminose D é o uso de suplementos em doses elevadas por tempo prolongado. Ela acontece principalmente nos casos de:
- Overdose acidental;
-
Erros de prescrição;
- Suplementação sem supervisão médica.
A condição, porém, é bastante incomum. Dados do IBGE de 2018 apontam que a maioria da população brasileira (99,6% dos homens e 99,2% das mulheres), na verdade, tem vitamina D baixa.
Sinais
Como a vitamina D aumenta a absorção de cálcio no organismo, esses dois nutrientes estão diretamente ligados. Assim, quando o primeiro deles tem as taxas elevadas, o segundo tende a seguir o mesmo caminho, resultando em hipercalcemia (excesso de cálcio no sangue) e, consequentemente, em sintomas como:
- Perda de apetite;
-
Dor de cabeça;
-
Náuseas;
-
Vômitos;
-
Fraqueza muscular;
-
Desidratação;
-
Confusão mental;
- Cálculo renal (pedra nos rins);
-
Hipertensão arterial.
Diagnóstico
Ao notar qualquer um dos sintomas do excesso de vitamina D, o ideal é consultar um médico, que pode ser clínico geral ou endocrinologista. Ele provavelmente pedirá um hemograma para confirmar (ou descartar) o diagnóstico.
Tratamento
O primeiro passo para tratar a hipervitaminose D é suspender o uso de suplementos caso a pessoa ainda esteja tomando. Depois, os especialistas indicam a hidratação por via oral ou intravenosa até que os níveis de vitamina D e cálcio abaixem - o que pode demorar alguns meses, de acordo com a endocrinologista Claudia Chang.
Nessa fase é indicado restringir as fontes dietéticas de cálcio, como derivados do leite, além de tomar medicamentos, como coricosteroides ou bisfonatos, para reduzir a perda desse mineral dos ossos.
Prevenção
Para evitar danos ao organismo, o ideal é focar na prevenção, consultando sempre um especialista antes de tomar qualquer suplemento. Só assim você saberá se realmente precisa de suplementação e quais doses são as mais adequadas para o seu caso.
O acompanhamento médico deve seguir ao longo de todo o tratamento para monitorar as taxas de vitamina D e garantir que elas não estejam ultrapassando os limites do considerado saudável.
Complicações possíveis
Se o problema não for tratado, o cálcio pode começar a depositar-se por todo o organismo, sobretudo nos rins, nos vasos sanguíneos, nos pulmões e no coração - o que pode causar danos permanentes. Alguns casos, inclusive, evoluem para insuficiência renal, coma ou até morte.
“Como tudo, a gente tem que ter um equilíbrio: não pode ter deficiência, mas vitamina D em excesso também tem as suas consequências negativas”, comenta a endocrinologista Manuela Rocha Braz.
Referências
Claudia Chang, médica endocrinologista
Manuela Rocha Braz, médica endocrinologista
Manual MSD
Secretaria da Saúde do Governo do Estado do Rio Grande do Sul