Graduado em medicina pela Universidade Federal de Alfenas (UNIFAL-MG), com residência médica em Genética Médica pelo Hos...
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iO que é Teste de fragmentação do DNA espermático?
Alguns espermatozoides podem ter seu DNA quebrado e ter esses fragmentos soltos no sêmen. Desde os anos 2000 vários estudos mostram que uma maior quantidade de fragmentos de DNA no sêmen estão relacionados a maiores taxas de infertilidade.
Isso ocorre porque esse tipo de gameta não tem a mesma qualidade dos que não se fragmentaram e também não consegue gerar um bebê saudável, o que normalmente leva ao aborto espontâneo. É normal que a fragmentação do DNA ocorra com alguns espermatozoides, mas quando há muitos fragmentos de DNA no esperma, as chances da gravidez ocorrer espontaneamente é menor. Por tudo isso esse exame é feito de forma complementar ao espermograma.
Mas é importante ressaltar que muitas vezes os índices altos de fragmentos de DNA no sêmen podem ser resultado de algum problema específico, como tabagismo, consumo de alimentos inflamatórios, uso de corticoides e até mesmo uma temperatura elevada nos testículos. Resolver esses problemas pode normalizar as taxas do teste de fragmentação do DNA espermático.
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Outros nomes
Índice de fragmentação de DNA no sêmen, DFI (sigla inglesa do método), Tunel, Comet ou SCSA
Quando o exame é pedido
Normalmente esse exame é um complemento do espermograma e é feito em casais inférteis sem causa aparente, homens com mais de 40 anos de idade e homens com histórico de exposição a agentes tóxicos para os testículos. Alguns centros de fertilização podem recomendar esse teste para casais com falhas na inseminação artificial ou homens com alterações graves no sêmen.
Contraindicações
Não há contraindicações para o exame, assim como para o espermograma, ele pode ser feito por qualquer homem em idade reprodutiva. Mas, pacientes com oligospermia severa podem não ter resultado pelo baixo número de espermatozoides.
Possíveis complicações
Por se tratar de um exame de coleta e análise laboratorial, o teste de fragmentação do DNA espermático não envolve complicações ou riscos.
Considerações
O que significa o resultado do exame?
O resultado do exame é um index chamado de IFDNA. Ele representa o percentual de espermatozoides que teve o seu DNA fragmentado, ou seja, que não são capazes de completar o DNA do embrião. Quanto maior a porcentagem de gametas nessas condições, maior a probabilidade do embrião não se desenvolver ou não se implantar e assim ocorrer algum aborto espontâneo.
Caso a porcentagem seja muito alta, esse poderá se o principal motivo de um casal não conseguir engravidar ou de a mulher ter uma série de abortos de repetição. Isso também pode atrapalhar os resultados do coito programado e da inseminação artificial, ou mesmo da fertilização in vitro com assisted hatching. Nesses casos, pode ser indicada a fertilização in vitro usando a técnica de injeção intracitoplasmática de espermatozoides (ICSI), em que um espermatozoide analisado e mais saudável é injetado diretamente dentro do óvulo, com o uso de uma agulha fina.
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Mas é importante ressaltar que esse valor não é fixo, a maior fragmentação do DNA dos espermatozoides pode ser causada por maus hábitos ou outros fatores como: ter os testículos aquecidos, tabagismo, dieta rica em alimentos inflamatórios, uso de corticoides, entre outros... E se esses fatores forem revertidos, os resultados podem voltar novamente a serem satisfatórios.
Valores normais
Homens com até 2% de espermatozoides com DNA fragmentado são considerados férteis. Porém, apenas IFDNA acima de 27% é um resultado em que o homem terá dificuldades para que a gravidez ocorra naturalmente ou mesmo com inseminação artificial. Os valores normais dependem da técnica aplicada.
O que significam resultados anormais?
Homens com mais de 27% dos espermatozoides com DNA fragmentado encontrarão maior dificuldade para engravidar uma mulher, mesmo com inseminação artificial. Mas esse não é um valor fixo, afinal essa fragmentação pode ser causada por fatores transitórios como: altas temperaturas nos testículos, tabagismo, dieta rica em alimentos inflamatórios, uso de corticoides, entre outros.
Onde fazer o exame
Este exame não está disponível na rede pública de saúde nem é coberto pelos convênios médicos. Mas está disponível em clínicas e hospitais particulares.
Como é feito?
A coleta é feita da mesma forma que o espermograma, através de masturbação. Para tanto, os laboratórios fornecem estímulos como filmes e revistas. Mas é preciso ter cuidado na hora da coleta: é muito importante que o paciente ejacule dentro do frasco e não faça uso de lubrificantes, pois essas condições interferem no resultado do exame.
Depois disso, a amostra é levada para laboratório. Além de serem testadas as categorias comuns do espermograma, como volume, viscosidade do sêmen e motilidade e vitalidade dos espermatozoides, ele também analisa o índice de fragmentação do DNA dos espermatozoides, quebrando essas cadeias de DNA usando uma técnica chamada Tunel. Assim é determinada a porcentagem de espermatozoides que tiveram seu DNA fragmentado e com isso é possível avaliar os resultados e a fertilidade deste homem.
Pré-requisitos
O essencial é que o paciente tenha abstinência sexual de 2 a 7 dias. No caso, não apenas o sexo, como também a masturbação e qualquer outra ação que cause ejaculação. Não é necessário jejum alimentar nem nenhum outro tipo de cuidado.
Recomendações pós-exame
Após a coleta não há nenhum cuidado específico que o paciente precise seguir. Ele pode voltar à sua rotina normalmente.
Referências
Ginecologista especialista em infertilidade Renato Tomioka (CRM-SP 130.201), da Clínica Vida Bem Vinda, de São Paulo
Urologista Conrado Alvarenga (CRM SP 116.006), da Clínica Vida Bem Vinda, em São Paulo
Revisado pelo geneticista Ciro Martinhago (CRM-SP 102030), diretor do departamento de genética médica do Salomão Zoppi Diagnósticos