Médico Especialista em Endoscopia Digestiva, Coloproctologia e Gastroenterologia. Membro titular das Sociedades Brasilei...
iO que é Hemorroidectomia?
A hemorroidectomia é a cirurgia para tratamento das hemorroidas. Para tal, há técnicas de ressecção, grampeamento e desarterialização.
Contraindicações
Contraindicações
As contraindicações para hemorroidectomia são:
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- Abscesso
- Gangrena local extensa
- Estenose anal
- Incontinência fecal (relativa)
- Doença de Crohn anal (relativa)
- Imunossupressão grave
- Contraindicações de ordem anestésica e distúrbios de coagulação.
Considerações
Indicações
A hemorroidectomia trata os sintomas causados pela doença hemorroidária. O tratamento cirúrgico é geralmente indicado nas seguintes situações:
- Falha com o tratamento clínico
- Hemorroida interna, em que a ligadura elástica não é suficiente ou contraindicada
- Hemorroidas externas com trombose de repetição
- Prolapso que gere sintomas que interfiram na qualidade de vida
- Sangramento persistente e que ocasione anemia
- Necrose
- Inchaço acentuado às evacuações
- Dor crônica
- Busca por melhora estética.
Exames pré-operatórios
Pacientes com menos de 40 anos e sem comorbidades precisam apenas de exames de sangue. Acima de 40 anos, costuma-se solicitar eletrocardiograma. O raio-x do tórax e outros exames são solicitados de acordo com a necessidade. Para a maioria dos casos, é necessária uma sigmoidoscopia.
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Preparo para o exame
Há que se disponibilizar um período para a recuperação, que varia de 5 a 15 dias caso a caso. O jejum é de 8 horas para alimentos sólidos e 4 horas para água. É necessária uma consulta prévia com o médico anestesiologista. Recomenda-se que realize a cirurgia com profissional especializado e habilitado (coloproctologista). Alguns médicos orientam a realização de um fleet enema via retal algumas horas que antecedem o procedimento.
Como é feita a Hemorroidectomia
O método mais utilizado consiste na ressecção (remoção) dos mamilos hemorroidários. A posição do paciente na mesa cirúrgica pode ser em decúbito ventral (barriga para baixo) ou em posição "ginecológica". Há profissionais que se utilizam de bisturis elétricos, outros do bisturi comum. O fechamento (sutura) ou não da anoderma também é de preferência do cirurgião.
Atualmente há também a técnica do PPH (ressecção da mucosa do reto distal com suspensão das hemorroidas por grampeamento). Utiliza-se de um grampeador que promove uma sutura mecânica com grampos metálicos. Esta técnica está indicada para grandes prolapsos, com acometimento de grande parte da circunferência do ânus. Tem a vantagem de ser menos dolorosa.
O TDH (Desarterialização das Hemorroidas Guiadas Por Doppler) é indicado somente para hemorroidas internas, e ainda carece de maior experiência quanto aos seus resultados. O procedimento é realizado com um anuscópio, que é uma haste flexível da espessura de um centímetro que contém um ultrassom (Doppler), para auxiliar o cirurgião a identificar a artéria. Por meio do Doppler, o cirurgião consegue observar as artérias do paciente por meio de uma tela. É feita então uma ligadura na artéria afetada, reduzindo o fluxo sanguíneo na hemorroida.
Tipo de anestesia
A anestesia pode ser local com sedação ou loco-reginal (raquianestesia).
Qual médico realiza a cirurgia?
A hemorroidectomia é realizada pelo coloproctologista.
Duração do procedimento?
Em torno de 30 minutos de ato operatório.
Recuperação do paciente
Isso depende muito de quanto é necessário remover das hemorroidas. As hemorroidectomias extensas são mais dolorosas e de recuperação mais lenta. A qualidade do cirurgião e sua técnica aplicada também fazem muita diferença. Quando bem indicada, a técnica do PPH implica em benefícios pela rápida recuperação e menos dor em relação às técnicas tradicionais.
Normalmente são necessários de 5 a 15 dias para uma boa recuperação. A cicatrização completa dá-se em torno de 30 dias. Medicamentos analgésicos potentes e facilitadores da evacuação são indicados no pós-operatório.
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Riscos
Técnicas convencionais
- Estenose
- Sangramento
- Incontinência fecal
- Abscessos
- Riscos anestésicos
- Ectrópio da mucosa
- Fístula anal
- Plicomas
- Fissuras residuais.
São raríssimos quando a cirurgia é realizada por um profissional qualificado.
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PPH:
- Infecções
- Dor
- Urgência fecal
- Estenose
- Fístula reto-vaginal
- Recidivas.
Cuidados
É conveniente tratar o máximo das condições clínicas locais associadas, como as dermatites perianais, fissuras, constipação, etc. Orientações adequadas no pós-operatório, de maneira que o paciente esteja seguro e com compreensão das instruções são fundamentais. Informe-se sobre a formação acadêmica e recomendações do cirurgião coloproctologista que escolher para sua cirurgia.