Médico oftalmologista especialista em Córnea, Cirurgia Refrativa, Catarata e Ceratocone. Atualmente, é médico do setor d...
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O que é Cirurgia de miopia?
A cirurgia de miopia, também chamada de cirurgia refrativa, serve para corrigir erros de refração, melhorando a visão para longe. Ela é feita com aplicação de anestesia, sendo indolor, e dura cerca de 5 a 10 minutos em cada olho. Depois da cirurgia os pacientes geralmente podem parar de usar óculos ou lentes de contato, sendo raros os casos em que ficam graus residuais.
Quanto custa?
Em média, o procedimento custa entre R$ 2 mil e R$ 5 mil por olho.
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Tipos
O procedimento pode ser feito de quatro formas diferentes:
1. PRK
Esse é o tipo mais antigo e serve também para corrigir a hipermetropia. Nele, ocorre a remoção da membrana que recobre a córnea por um processo semelhante à raspagem, havendo a aplicação de um laser que irá corrigir o formato do olho.
A cirurgia PRK exige a colocação de uma lente temporária para fazer a função da membrana que foi retirada até que ela se regenere - um processo que leva meses. É possível que, no pós-operatório, o paciente sinta incômodos leves e moderados nos olhos e tenha que se atentar a cuidados, como evitar exposição direta ao sol, usando óculos escuros nos primeiros meses.
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Esse procedimento é indicado principalmente para quem tem córneas muito finas ou para quem não tem uma curvatura adequada para os outros tipos de cirurgia.
2. LASIK
A LASIK faz parte da segunda geração de cirurgias refrativas e, por isso, é menos invasiva. Em vez de retirar a membrana que recobre a córnea, ela faz apenas uma pequena incisão nesse tecido para que o laser possa fazer as devidas correções no olho. Depois, a parte que foi cortada é colocada novamente na posição inicial, facilitando a recuperação. A técnica pode ser usada para corrigir miopia e astigmatismo ao mesmo tempo.
3. SMILE
Essa é a mais moderna de todas as técnicas. Ela é bem parecida com a LASIK. A diferença é que, na SMILE, é possível fazer uma incisão ainda menor na membrana que recobre a córnea - o que reduz os desconfortos e os riscos de complicações no pós-operatório. Assim como na LASIK, pela técnica SMILE é possível corrigir tanto o astigmatismo como a miopia.
4. Lentes intraoculares
As lentes intraoculares podem corrigir até 23 graus de miopia e seis de astigmatismo. Por isso, elas são indicadas para quem tem quadros de miopia mais avançados (acima de oito graus) e para quem pode não responder bem aos procedimentos a laser.
Nesse tipo de cirurgia, é feita a troca do cristalino, a lente natural do olho, por uma artificial. Por isso, ela também pode corrigir problemas de visão causados por catarata, astigmatismo, hipermetropia e presbiopia.
Qual é o melhor tipo?
Somente um oftalmologista pode definir o tipo de cirurgia mais adequado para cada pessoa. Para isso, ele deve fazer alguns exames, como:
- Exame do grau
- Topografia da córnea (avalia a curvatura da córnea)
- Paquimetria (espessura da córnea)
- Mapeamento de retina
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Contraindicações
Alguns fatores podem contraindicar momentaneamente a cirurgia, como gravidez e amamentação. Nesses casos, ela pode ser feita quando a mulher parar de amamentar.
A maioria dos oftalmologistas também pede para que se atinja a maturidade física (ou seja, os 21 anos) e que se aguarde a estabilização do grau para fazer a cirurgia, além de avaliar a real necessidade dela. Quando a pessoa tem menos de um grau de miopia, o uso de óculos é o mais indicado.
Por outro lado, existem situações em que a contraindicação é absoluta, como sofrer com olho seco, diabetes, artrite reumatoide e lúpus devido ao risco de complicações.
Riscos
A cirurgia refrativa a laser oferece um índice baixo de complicações, mas entre as principais estão:
- Olho seco transitório, cursando com sensação de areia, desconforto e olho vermelho
- Dificuldade de cicatrização da córnea, prolongando o tempo de recuperação da acuidade visual
Outras queixas relatadas são presença de desordens nas imagens descritas pelos pacientes por "borramentos" ou "raios anômalos" quando se olha, principalmente, para algum objeto luminoso. A maioria delas são autolimitadas e podem ser corrigidas.
Contudo, mais raramente, podem acontecer complicações severas, como a infecção da córnea, que às vezes deixa sequelas na visão. Para evitar isso, o ideal é seguir à risca as recomendações do médico do pré ao pós-operatório.
Referências
Ministério da Saúde: parte do governo responsável pela administração e manutenção da saúde pública no Brasil.
Conselho Brasileiro de Oftalmologia: principal entidade representativa dos oftalmologistas no Brasil.
MedlinePlus: site mantido pela Biblioteca Nacional de Medicina dos Estados Unidos.
NHS: sistema público de saúde da Inglaterra.