Especialista em Odontopediatria pelo Faculdade de Odontologia da USP;Especialista em Ortodontia e Ortopedia Facial pela...
iRedatora especialista em temas relacionados com bem-estar, família e comportamento.
Membro e professor da Associação Brasileira de Ozonioterapia Cirurgião dentista formado pela UNICAMP Pós graduado na ár...
iO que é Cirurgia ortognática?
A cirurgia ortognática é um procedimento que tem como objetivo a correção dos maxilares, seja pelo excesso ou pela deficiência de crescimento. É realizada por um cirurgião bucomaxilo facial em centro cirúrgico sob anestesia geral. Durante o procedimento, os ossos são reposicionados e fixados com placas e parafusos de titânio.
Ela corrige alterações musculoesqueléticas que envolvem todo o ato mastigatório, como: DTM (disfunção têmpora-mandibular), disfunção da ATM (articulação têmpora-mandibular), problemas de ortognática nos quais a ortodontia convencional não tem sucesso em sua correção, deformidades faciais e correções de alterações devido a doenças ou acidentes.
Além de alterar drasticamente a aparência física, os resultados da cirurgia ajudam a melhorar a mastigação, a fala e a respiração.
Tipos
Quando é indicada?
Caso o crescimento dos maxilares seja muito desfavorável, pode não ser possível (ou desejável) encaixar os dentes apenas com a ortodontia. Quando existe uma discrepância entre a posição do osso maxilar e a mandíbula, existe o que se chama de maloclusão (mordida defeituosa) que pode ser de diferentes tipos:
- Classe 2: também conhecido como retrognatia ou retrognatismo mandibular ou prognatismo maxilar. Ocorre quando a maxila é avançada em relação à mandíbula
- Classe 3: também conhecido como prognatismo mandibular. Ocorre quando a mandíbula está avançada em relação à maxila
Além disso, a cirurgia ortognática também é indicada em casos de:
- Assimetria facial: quando um lado, ou parte de um lado da face está descompensado em relação ao outro.
- Sorriso gengival: quando o excesso de tecido gengival é mostrado ao sorrir
Essas deformidades podem ser acompanhadas por outros problemas de maloclusão, como palato estreito, mordida aberta, mordida cruzada, sobremordida ou apinhamento dentário, além de problemas como como apneia do sono, distúrbios da ATM e dores.
Alternativas menos invasivas
A cirurgia ortognática tem evoluído bastante nos últimos anos, desde o planejamento cirúrgico, realizado em computador, às técnicas cirúrgicas. Embora o planejamento 3D seja um ponto comum em praticamente todas as cirurgias atualmente, a cirurgia minimamente invasiva não deve ser uma promessa a todos que buscam a cirurgia ortognática.
Tratamentos odontopediátricos podem evitar a necessidade de cirurgia no futuro, intervindo na formação mandibular logo nos primeiros anos de vida quando alguma alteração é notada. Técnicas conservadoras e não cirúrgicas diminuem os riscos associados a procedimentos invasivos.
A cirurgia é indicada apenas quando não é possível encontrar outra maneira de obter o resultado desejado. Cada caso deve ser avaliado individualmente.
É necessário usar aparelho?
A cirurgia ortognática está intimamente relacionada com a ortodontia. Portanto, a correção das deformidades dento-crânio-maxilo-faciais sempre envolve um trabalho em equipe entre o ortodontista e o cirurgião bucomaxilo.
Existem diferentes protocolos de cirurgia ortognática:
- Protocolo clássico: é seguido na grande maioria das cirurgias e consiste em tratamento ortodôntico, seguido de cirurgia ortognática, e depois mais tratamento ortodôntico.
- Cirurgia primeiro: neste caso, não há tratamento ortodôntico prévio antes da cirurgia ortognática. Indicada em pacientes que possuem dentes bem alinhados, sendo a única coisa que precisa ser corrigida a desarmonia existente entre a maxila e a mandíbula.
- Cirurgia por último: tratamento ortodôntico seguido de cirurgia ortognática sem posterior tratamento ortodôntico. É aplicada em pacientes que já obtiveram uma boa oclusão com ortodontia, mas que não possuem harmonia facial devido a um mau posicionamento dos ossos faciais.
- Somente cirurgia: somente cirurgia ortognática. É aplicada quando o paciente está com uma boa oclusão e precisa apenas de um reajuste da estrutura óssea, seja para tratar problemas como a apneia do sono ou para alcançar maior harmonia facial.
É importante ressaltar que o protocolo a ser utilizado será definido pelo cirurgião bucomaxilo e pelo ortodontista, não podendo o paciente escolher entre um e outro, pois este é definido com base na posição dos ossos e dentes do paciente.
Quanto custa?
O valor da cirurgia ortognática varia entre R$ 13 e R$ 40 mil, a depender do tipo de procedimento realizado, além do hospital, do cirurgião e da equipe escolhidos.
Por se tratar de uma cirurgia reparadora, ela também pode ser realizada através do Sistema Único de Saúde (SUS) de forma gratuita e pelo convênio médico.
Contraindicações
O procedimento necessita do término do crescimento ósseo da pessoa, sendo contraindicado em crianças e adolescentes; quanto aos idosos, é cada vez mais comum que esse grupo procure tratamento. Mais importante que a idade, é a condição de saúde da pessoa.
Preparos pré e pós-cirúrgicos
Antes da cirurgia, é importante seguir os seguintes preparos:
- Ter a certeza de que todas as dúvidas foram sanadas com o cirurgião;
- Jejum pré-cirúrgico de 8h;
- Uma boa noite de sono.
Quanto ao pós-operatório da cirurgia ortognática, o indicado é:
- Compressa de gelo nos primeiros dias;
- Evitar exposição ao sol e ao calor na primeira semana;
- Higiene oral com cuidado;
- Fonoterapia que trabalhe no controle de edema, dor e recuperação da mímica facial;
- Drenagem, laserterapia, bandagem, entre outros.
Tempo de recuperação
O tempo de recuperação varia de acordo com cada paciente e com o procedimento realizado. Em geral, o paciente já está apto ao retorno do trabalho em três semanas e às atividades físicas de baixa intensidade em trinta dias. A alimentação no primeiro mês deve ser estritamente líquida/pastosa, quando então se autoriza pequenos grãos.
Após o segundo/terceiro mês, o paciente já está liberado para qualquer tipo de alimento. Essa restrição se dá pois, apesar do material de fixação ser de titânio, é nesse período que o osso se consolida.
Visualmente, os resultados começam a aparecer de forma clara a partir do sexto mês, que é quando o inchaço já não se faz mais tão presente. O resultado final é obtido até um ano após a cirurgia.