Médico graduado pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC) com residência médica em Hematologia-Hemoterapia...
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O que é Exame de ferro?
Frequentemente incluído nos check-ups, o exame de ferro mede os índices deste elemento no organismo para detectar concentrações alteradas que possam ser prejudiciais à saúde, tanto em excesso quanto em deficiência.
O ferro é um elemento fundamental para a produção de hemoglobina, uma proteína presente nos glóbulos vermelhos (hemácias) responsável pelo transporte de oxigênio dos pulmões para o resto do corpo. É importante manter uma dieta balanceada e com alimentos ricos em ferro, como carne vermelha, frango, peixes, feijão e outras leguminosas.
Para que ele serve?
Hematologista e Patologista Clínico e Consultor Médico para Hospitais e Bioquímica Clínica do Grupo Fleury, Gustavo Loureiro esclarece que os exames de ferro geralmente se referem a análises laboratoriais para a avaliação não só dos níveis de ferro, mas de outros componentes como a ferritina, a capacidade total de fixação de ferro e a saturação da transferrina.
“Cada um desses exames fornece informações específicas sobre o status do ferro no organismo e podem ser solicitados em diferentes situações clínicas. A ferritina é frequentemente usada para avaliar os estoques de ferro no corpo, enquanto a saturação da transferrina pode ajudar no diagnóstico de distúrbios relacionados ao excesso ou falta de ferro”, explica.
Na maioria das vezes, a requisição desses exames ocorre quando há alguma suspeita de que possa haver deficiência ou excesso de ferro.
Como ele é feito?
Realizado em poucos minutos, o exame de ferro costuma ser feito por meio de uma coleta de sangue na parte interna do braço. O paciente é liberado logo após a retirada e a amostra é enviada para análise no laboratório.
Recomendações
Para a coleta de ferro sérico, capacidade total de fixação de ferro e saturação da transferrina, é recomendado que ela seja realizada pela manhã com um jejum de 3 horas. Já o de ferritina, a orientação é de que o paciente não esteja em uso de suplementos que contenham biotina em altas doses. O laboratório escolhido poderá informar melhor a respeito do preparo do exame.
Periodicidade do exame
A coleta inicial e as demais coletas dependem de indicação clínica, portanto, não existe uma periodicidade predeterminada para a realização deste exame.
Interpretando resultados
O intervalo de referência normal depende do método utilizado. Porém, geralmente, os valores empregados são:
Ferro sérico
- Recém nascido de até 1 mês: 100-250 mcg/dL.
- 1 mês até 12 meses: 40-100 mcg/dL.
- 12 meses até 12 anos: 50-120 mcg/dL.
- Homem acima de 12 anos: 65-175 mcg/dL.
- Mulher acima de 12 anos: 50-170 mcg/dL
Capacidade Total de Fixação de Ferro
- 250 a 425 mcg/dL
Saturação de transferrina
- Masculino: 20 a 50%
- Feminino: 15 a 50%
Ferritina
- Recém nascido: de 25 a 200 microg/L
- 1 mês: de 200 a 600 microg/L
- 2 a 5 meses: de 50 a 200 microg/L
- 6 meses a 15 anos: de 10 a 150 microg/L.
- Sexo masculino acima de 15 anos: 26 a 446 microg/L
- Sexo feminino acima de 15 anos: 15 a 149 microg/L
Gustavo ressalta que a interpretação dos resultados relacionados ao metabolismo do ferro deve ser feita em conjunto e depende da suspeita clínica.
“Por exemplo, na presença de anemia ferropriva (baixa dos glóbulos vermelhos devido a deficiência de ferro) podem ser observadas queda na concentração de ferritina, aumento da capacidade total de ligação do ferro, diminuição da saturação da transferrina e queda na concentração do ferro sérico”.
É importante salientar que nem todas estas alterações podem ocorrer juntas e ao mesmo tempo, de forma que é imprescindível avaliação médica do caso para a interpretação correta dos testes.
O que pode afetar o resultado?
Múltiplas condições clínicas podem afetar os resultados dos exames relacionados ao metabolismo do ferro, como a presença de quadros inflamatórios, infecciosos, uso de medicamentos, entre outros. Além disso, a interpretação deve ser realizada conforme a suspeita clínica.