Formado pela Escola Paulista de Medicina – Residente em Oftalmologia pela Escola Paulista de Medicina – O Dr. Caio Regat...
iRedatora especialista em conteúdos sobre saúde, família e alimentação.
O que é Daltonismo?
O daltonismo, também chamado de discromatopsia, é um distúrbio de visão em que o indivíduo não é capaz de reconhecer e de diferenciar algumas cores específicas. Na forma mais comum de daltonismo, as pessoas apresentam falta de percepção das cores vermelho e verde — e, com menos frequência, azul e amarelo.
Causas
O daltonismo é um distúrbio genético ligado ao cromossomo X. Neste distúrbio, ocorre um problema com os pigmentos de determinadas cores em células nervosas do olho, chamadas de cones, localizadas na retina. Mesmo que apenas um pigmento esteja faltando, uma pessoa pode apresentar problemas para reconhecer e identificar diversas cores, tonalidades ou brilho.
Tipos
Existem três tipos principais de daltonismo, sendo eles:
- Protanopia: é o tipo mais comum de todos e é caracterizado, principalmente, pela diminuição ou ausência total do pigmento vermelho. No lugar dele, o indivíduo com o distúrbio pode enxergar tons de marrom, verde ou cinza, mas, em geral, varia de acordo com a quantidade de pigmentos que o objeto possui. Neste tipo, o verde tende a parecer semelhante ao vermelho
- Deuteranopia: uma pessoa com este tipo de daltonismo não é capaz de distinguir a cor verde. Mas, da mesma forma que ocorre com a protanopia, os tons vistos geralmente são puxados para o marrom. Assim, quando ela observa uma árvore, enxerga tudo em apenas uma cor, com uma pequena diferença de tonalidade entre tronco e folhas
- Tritanopia: é o tipo mais raro de daltonismo e interfere na distinção e reconhecimento das cores azul e amarelo. Uma pessoa com este tipo de visão não perde totalmente a noção do azul, mas enxerga em tonalidades diferentes. Já o amarelo vira um rosa-claro. Pessoas com tritanopia também não enxergam a cor laranja
Sinais
Os sintomas de daltonismo costumam variar de intensidade de acordo com o tipo do distúrbio. Em geral, os sinais mais comuns podem incluir:
- Dificuldade para enxergar cores e suas diferentes tonalidades e brilhos de maneira normal
- Incapacidade de distinguir a diferença entre as tonalidades de cores iguais ou semelhantes
Muitas vezes, os sintomas podem ser tão leves que algumas pessoas podem nem perceber que são daltônicas. Contudo, é comum que os pais notem sinais de daltonismo quando uma criança está aprendendo a diferenciar as cores.
Diagnóstico
Teste de daltonismo
O diagnóstico de daltonismo é feito a partir do histórico clínico e familiar do paciente, além do teste de Ishihara — um dos mais utilizados para a detecção da doença. O método é composto de um conjunto de 38 placas com pontos coloridos em intensidades diferentes. No centro dessas placas há um numeral com uma cor que o indivíduo com daltonismo pode não identificar.
O resultado é fácil de se chegar: se você enxergar o número no centro, não é daltônico. Se não enxergar, melhor procurar um especialista. As cores do teste variam para diagnosticar o grau e o tipo de daltonismo do paciente.
Em alguns casos, o especialista pode indicar um exame de eletrorretinografia — que avalia a função da retina por meio de eletrodos que captam a atividade elétrica em resposta a estímulos luminosos.
Fatores de risco
Os fatores de risco do daltonismo são:
- Genética: o daltonismo quase sempre está associado a um gene recessivo ligado ao cromossomo X. Desse modo, praticamente todas as pessoas afetadas pela doença são homens
- Doenças: algumas condições também podem levar ao daltonismo, como diabetes, Alzheimer, Parkinson, leucemia e anemia falciforme. Outras doenças do olho, como glaucoma e degeneração macular, também podem contribuir para o problema
- Medicamentos: remédios usados para tratar hipertensão arterial e alguns distúrbios psicológicos podem elevar as chances de uma pessoa desenvolver daltonismo
- Produtos químicos: uma pessoa que for exposta a determinados produtos químicos, como sulfureto de carbono e alguns fertilizantes, também pode ser mais suscetível ao daltonismo
- Envelhecimento: a capacidade de enxergar, distinguir e reconhecer cores pode se deteriorar lentamente como parte natural do processo de envelhecimento
Na consulta médica
Especialistas que podem diagnosticar daltonismo são:
- Clínico geral
- Oftalmologista
- Pediatra
- Neurologista
Buscando ajuda médica
O teste rápido de daltonismo pode revelar se o paciente tem a doença ou não. Se você notar que seu filho está confundindo as cores ou está com dificuldade para distinguir algumas, principalmente vermelho e verde, procure um especialista para que sejam feitos os testes necessários.
Tratamento
O daltonismo não tem cura, mas pode ser tratado e suas consequências minimizadas. Existem lentes de contato e óculos especiais que auxiliam as pessoas com daltonismo a distinguir cores muito semelhantes.
Convivendo (Prognóstico)
O daltonismo é uma condição para toda a vida e seus portadores conseguem adaptar-se muito bem a ele. Diminuir a incidência de luminosidade dos ambientes pode ajudar pessoas com daltonismo a enxergarem e a distinguirem as cores um pouco melhor. A única recomendação é que pessoas com daltonismo não almejem profissões que exijam a visão perfeita. É o caso, por exemplo, de pilotos de avião.
Referências
Ministério da Saúde
Sociedade Brasileira de Oftalmologia
Manual MSD