Nutricionista formada pelo Centro Universitário São Camilo, em 2009.Já em 2010 realizou pós-graduação em Terapia Nutrici...
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Nutricionista clínica e Engenheira de Alimentos. Consultora de marketing nutricional e palestrante. Pós-graduada em Nutr...
iMédica Clínica, pós-graduada em Nutrologia e em Síndrome Metabólica pela ABRAN. Responsável pela Curadoria de Artigos Ci...
iO que é Picão-preto?
O picão-preto, também conhecido como carrapicho, erva-picão ou piolho de padre, é uma planta medicinal com propriedades anti-inflamatórias, antibacterianas e antioxidantes. É normalmente usada para tratar quadros de infecção urinária, diabetes, hipertensão e herpes, mas especialmente para o tratamento de úlceras e icterícias, segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA).
Apesar de suas propriedades, o uso do picão-preto deve ser receitado por um médico especialista, uma vez que existem poucos estudos que indicam seus efeitos colaterais em curto e em longo prazo, de acordo com Débora Palos, nutricionista da Clínica Dra. Maria Fernanda Barca.
Benefícios
O picão-preto apresenta propriedade anti-inflamatória, antioxidante, diurética, antimicrobiana, anti-hipertensiva e antidiabética, possuindo flavonoides e compostos fenólicos. De acordo com Débora, a planta também é rica em ferro, magnésio, potássio, vitamina C, E e A.
Por esse perfil nutricional, o picão-preto é usado na medicina tradicional para complementar o tratamento de diversas condições de saúde. Segundo Débora e Charlene Monteiro, nutricionista clínica e engenheira de alimentos, alguns incluem:
- Inflamação: a planta é capaz de regular as citocinas inflamatórias devido à sua propriedade anti-inflamatória, o que ajuda no tratamento e no alívio dos sintomas de reumatismo e de dor de garganta
- Malária: o consumo da planta é capaz de inibir o desenvolvimento e o espalhamento do Plasmodium sp. no sangue, parasita responsável pela doença
- Hipertensão: por ser rico em antioxidantes e flavonoides, o picão-preto ajuda na regulação da pressão arterial e no relaxamento muscular
- Infecção urinária: a ação antimicrobiana do picão-preto age contra as bactérias responsáveis por infecções do trato urinário
- Inchaço: a planta possui propriedades diuréticas, aliviando a retenção de líquidos e combatendo o inchaço por meio da eliminação de urina
- Diabetes: por ter ação antidiabética, a planta contribui para a regulação dos níveis de insulina no sangue, ajudando pacientes com diabetes
- Icterícia: o picão-preto é um medicamento natural, regulamentado pela ANVISA, para o tratamento da icterícia, condição causada pelo aumento de bilirrubina, que confere uma coloração amarelada na pele, nas mucosas e nos olhos
- Cólicas menstruais: o chá de picão-preto auxilia no alívio de cólicas menstruais devido às suas propriedades anti-inflamatórias, explica Aline Rodrigues Zanetta, médica clínica pós-graduada em nutrologia e síndrome metabólica pela Associação Brasileira de Nutrologia (ABRAN). “Por apresentar atividade estrogênica-like, ele também melhora sintomas relacionados à tensão pré-menstrual, fase em que os níveis de estrogênio estão mais baixos”, informa
- Problemas gastrointestinais: o consumo do extrato de picão-preto é capaz de diminuir o volume do suco gástrico e a secreção de ácido e de pepsina, o que ajuda a tratar problemas como dispepsia e diarreia. “O chá atua como um modulador da acidez gástrica, melhorando sintomas de azia e queimação, tem função cicatrizante, além de aumentar a quantidade de bactérias boas em todo trato digestivo”, afirma Zanetta
Apesar de suas propriedades, ainda são necessários mais estudos para comprovar os efeitos do picão-preto. Destaca-se que o seu consumo deve ser realizado sob orientação médica e não deve substituir o tratamento tradicional de condições de saúde.
Como consumir ?
Segundo Débora, todas as partes aéreas da planta (que ficam fora da terra) podem ser usadas, sendo mais frequente o uso das folhas e dos ramos de picão-preto. O modo mais tradicional de consumo é a através de chás, infusões ou compressas mornas.
Também é possível obter os benefícios através do extrato da planta ou de cápsulas do pó. “O jeito que será utilizado depende de recomendação profissional e o objetivo do uso da planta”, acrescenta Débora.
Como preparar chá de picão-preto?
Ingredientes
- 1 colher de (sopa) de picão-preto;
- 1 xícara de chá de água.
Modo de preparo
Coloque uma colher de sopa de picão-preto em um recipiente com uma xícara de chá de água e deixe ferver durante 10 minutos. Após o período, basta filtrar a mistura e consumir de uma a três vezes por dia, conforme recomendação da nutricionista Charlene Monteiro.
Como preparar compressas mornas de picão-preto?
Para preparar a compressa morna, realize a infusão de picão-preto e deixe esfriar até ficar morna. Depois, mergulhe compressas ou gaze limpa na mistura e aplique sobre as articulações ou os músculos doloridos. A compressa pode contribuir para acalmar situações de reumatismo e de dor muscular.
Como preparar gargarejos com picão preto?
De acordo com Zanetta, o picão preto pode ser usado para gargarejos, como tratamento alternativo para garganta inflamada, amigdalite ou faringite. Para isso, prepare a infusão de picão preto, espere até que o chá fique morno e, então, faça o gargarejo até três vezes ao dia.
Onde encontrar ?
O picão-preto pode ser encontrado em lojas de produtos naturais, feiras livres e em alguns supermercados. No Brasil a planta cresce mais frequentemente em jardins limpos, sem produtos tóxicos e longe das ruas.
Contraindicações
O picão-preto é contraindicado para gestantes e lactantes, pessoas com alterações cardíacas ou com hipoglicemia e que possuem alergia ou sensibilidade à cafeína, segundo Débora. Também existem estudos que contraindicam o consumo para crianças, portanto, é indispensável que haja orientação profissional.
“Como existem poucos estudos que indicam os efeitos da planta a curto e a longo prazo, é importante sempre ser recomendado por um profissional”, finaliza a nutricionista.
Referências
Débora Palos, nutricionista da Clínica Dra. Maria Fernanda Barca
Charlene Monteiro, nutricionista clínica e engenheira de alimentos