Vanessa Lobato é nutricionista formada pela Universidade São Judas Tadeu. Pós-graduação em Fisiologia do Exercício...
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O que é Pata-de-vaca?
A pata-de-vaca, também conhecida como unha-de-vaca, é uma planta medicinal conhecida por propriedades antioxidantes, hipoglicemiantes, antimicrobianas e anti-inflamatórias. Suas folhas, flores e cascas do caule são consideradas na medicina popular para o controle do açúcar no sangue e no tratamento de retenção de líquidos, pressão alta e processos inflamatórios.
A planta, cujo nome científico é Bauhinia forficata, não produz insulina da mesma forma que o pâncreas humano e seus benefícios, especialmente no controle glicêmico, não estão cientificamente comprovados. Por isso, a nutricionista Vanessa Lobato alerta que o consumo deve ser supervisionado por um especialista e nunca deve substituir o uso de medicamentos.
“No Brasil, essa planta medicinal compõe a Relação Nacional de Plantas Medicinais de Interesse ao SUS (RENISUS), e por isso está sempre sendo avaliada a sua eficácia, porém os resultados em humanos se contradizem com os resultados em animais”, explica a especialista.
Benefícios
Os possíveis benefícios da pata-de-vaca, ainda em estudo, são:
- Controle dos níveis de açúcar no sangue
- Controle da pressão arterial
- Redução da inflamação
- Redução do inchaço no corpo
- Redução do colesterol ruim
Para que serve
Na medicina popular, as folhas, flores e cascas do caule da pata-de-vaca são usadas no controle das taxas de açúcar no sangue e, consequentemente, no tratamento do diabetes tipo 2. Embora os últimos estudos científicos não tenham apontado associação do uso da Bauhinia forficata na redução da glicemia, Vanessa explica que a relação pode estar ligada à presença de antioxidantes flavonoides, como canferitrina, canferol, rutina e quercetina.
Considerando que o estresse oxidativo desempenha um papel importante nas complicações do diabetes, os antioxidantes poderiam atuar protegendo o pâncreas (órgão responsável pela produção de insulina e controle da glicemia) contra os danos celulares, prevenindo possíveis complicações.
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Por conter ação diurética, que aumenta a eliminação de urina, o chá da pata-de-vaca também pode ser usado para reduzir o inchaço no corpo, reduzindo a retenção de líquidos — além de ajudar no tratamento de problemas urinários, como infecção urinária e cálculos renais. Essa propriedade facilita o bombeamento de sangue no corpo, o que também contribui para a redução da pressão arterial.
Por fim, devido às suas propriedades antioxidantes, o uso da pata-de-vaca pode ser útil para reduzir o colesterol ruim, responsável por formar placas de gordura nas artérias. Isso contribui para a prevenção de problemas cardiovasculares, como aterosclerose e infarto.
Contudo, seu consumo não substitui o tratamento clínico com remédios e não exclui a necessidade de uma dieta saudável. É importante lembrar que a pata-de-vaca ainda está sendo estudada e são necessárias mais pesquisas para confirmarem os benefícios do consumo da planta — especialmente no tratamento de diabetes.
Como consumir ?
A forma mais comum de consumir a pata-de-vaca é através da infusão de suas folhas no preparo de chás, mas ela também pode ser usada de forma mais concentrada — tanto em cápsulas quanto na forma de tintura, com prescrição médica, de acordo com Vanessa. A planta pode ser encontrada em lojas de produtos naturais, farmácias, mercados e algumas feiras livres.
Como fazer chá de pata-de-vaca?
Para preparar o chá de pata-de-vaca, adicione 2g a 5g de folhas secas, previamente cortadas em pequenos pedaços, em um recipiente com 150ml de água fervida. Cubra e deixe em infusão por 10 a 15 minutos. Depois, basta coar e o chá estará pronto para consumo.
Contraindicações
A pata-de-vaca é contraindicada para gestantes e lactantes devido à falta de evidências científicas que assegurem o uso para esse grupo. Pessoas com hipotireoidismo e distúrbios da coagulação sanguínea também não devem usá-la, principalmente por tempo prolongado. Por fim, o uso da pata-de-vaca em conjunto com medicamentos antidiabéticos deve ser supervisionado pelo médico, pois pode provocar quadros de hipoglicemia.
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