Infectologista e consultor em Onco-Hematologia e TMO da Beneficiência Portuguesa de São Paulo. É pesquisador da Coalizão...
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Entender a diferença entre gripe e COVID-19 pode ser uma tarefa desafiadora, já que as doenças possuem diversos sintomas em comum. Dor de garganta, coriza, nariz entupido, febre, tosse e dor de cabeça são alguns dos sinais que podem indicar tanto gripe quanto COVID-19.
Por isso, a única forma de saber com qual doença você está é realizando um teste, que indicará positividade ou não para influenza, o vírus da gripe, ou Sars-CoV-2, o vírus da COVID-19. Além disso, a intensidade dos sintomas pode dar indícios de qual é a infecção que está te afetando, porém, apenas exames como o RT-PCR e o teste rápido podem confirmar o quadro com certeza.
A seguir, reveja quais são os principais sintomas de COVID-19 e gripe e como distinguir as doenças de forma eficaz. Confira:
Sintomas de COVID-19
Os sintomas de COVID-19 variam de acordo com a variante. A primeira variação, a alfa, por exemplo, causa perda ou alteração do olfato e do paladar, febre, tosse persistente, calafrios, perda de apetite e dor muscular. Já a beta e a gama também podem causar diarreia, vômito, dor no corpo, cansaço e fadiga.
As variantes seguintes, como a delta e a ômicron, que circularam em mais intensidade em 2021, podem causar sintomas mais leves, mas são mais transmissível. Seus principais sintomas são:
- Febre
- Coriza
- Dor de cabeça
- Dor de garganta
- Tosse persistente
- Coriza
- Congestão nasal
Entre esses sintomas listados, alguns não costumam ser recorrentes em todos os pacientes que enfrentam a doença. Além disso, de acordo com João Prats, infectologista do hospital Beneficência Portuguesa de São Paulo, há alguns sinais mais atípicos de COVID-19, que são:
- Dores abdominais (similares a quadros de apendicite e pedra na vesícula)
- Alteração na audição (zumbido)
- Alteração nos olhos (similar à conjuntivite)
-
Calafrios
- Gânglios linfáticos aumentados
- Desidratação
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Um dos pontos que ajuda a entender qual a diferença entre gripe e COVID-19 é que a infecção causada pelo coronavírus pode causar efeitos mais graves no corpo do que a gripe, principalmente em pessoas que não tomaram a vacina contra COVID-19.
Outra diferença é o tempo de duração: a COVID-19 pode durar até duas semanas, enquanto a gripe dura, em média, de 7 a 10 dias. Além disso, o coronavírus pode causar efeitos prolongados, conhecidos como COVID-19 longa.
Sintomas de gripe
A gripe, também chamada de influenza, é um dos tipos mais populares de infecção respiratória. Os sintomas da gripe são:
- Febre acima de 38ºC
- Músculos doloridos, especialmente nas costas, braços e pernas
- Calafrios e suores
- Dor de cabeça
- Tosse seca e persistente
- Fadiga e fraqueza
- Congestão nasal
- Dor de garganta
Apesar da gripe apresentar sintomas muito semelhantes à COVID-19, o que levanta suspeitas da infecção pelo coronavírus são alguns critérios epidemiológicos. Manuel Palácio, infectologista do Hospital Anchieta, explica dois fatores diferenciais avaliados na hora do diagnóstico:
- Contato com contaminados: ter tido contato direto com pessoas diagnosticadas com COVID-19 nos últimos 14 dias
- Contato com suspeitos de contaminação: rer tido contato com pessoas que estão com suspeita de COVID-19
Diferença entre gripe, resfriado e COVID-19
Outra infecção que costuma ser confundida com gripe e COVID-19 é o resfriado. Apesar de os sintomas serem parecidos, a intensidade do resfriado é bem menor do que as outras duas doenças e é possível seguir com a rotina normal, na maioria dos casos. Por outro lado, a gripe e a COVID-19 podem gerar sintomas intensos e, muitas vezes, incapacitantes, como a fadiga.
Para te ajudar a entender a diferença entre gripe, resfriado e COVID-19, veja o infográfico abaixo:
Como se prevenir da COVID-19 e da gripe
A principal forma de prevenção contra COVID-19 e gripe é através da vacinação. A vacina da gripe protege contra três tipos de vírus: A-H1N1, A-H3N2 e B e possui de 70% a 90% de eficácia. A cada ano, ela é atualizada para proteger contra as cepas mais recentes, já que o vírus influenza costuma sofrer diferentes mutações.
No Brasil, a vacina da gripe é feita com vírus inativado, ou seja, sem capacidade de causar uma infecção real. Porém, ao ser aplicado, o imunizante “engana” o organismo, estimulando o sistema imunológico a produzir anticorpos contra a doença. A partir disso, uma memória é criada nas células para que elas aprendam a se defender de um eventual vírus ativo, protegendo contra uma infecção real.
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Já para COVID-19, existem cinco vacinas disponíveis no Brasil: Cominarty (Pfizer), Cominarty bivalente (Pfizer), Coronavac (Butantan), Janssen Vaccine e Oxford/Covishield (Fiocruz e Astrazeneca). Com exceção da Janssen e da bivalente, as vacinas devem ser aplicadas em, no mínimo, duas doses, podendo ser administradas mais duas doses de reforço.
Já a Janssen é administrada em dose única, enquanto a bivalente possui capacidade imunizante para cepas atualizadas do coronavírus, incluindo a variante ômicron. Para receber a vacina bivalente, é preciso ter tomado, pelo menos, duas doses da vacina tradicional há quatro meses, no mínimo.