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Uma pesquisa realizada pelo grupo Oncoclínicas, publicada no Journal of Clinical Oncology, revelou que o diagnóstico de câncer pode elevar o risco de morte em pacientes contaminados com o novo coronavírus.
A análise foi feita com 198 pacientes oncológicos que tiveram COVID-19 entre março e julho de 2020. A taxa de mortalidade entre os participantes foi de 16,7% - um número seis vezes acima do índice global de mortalidade causada pelo vírus.
Os pacientes que apresentaram a maior taxa de mortalidade possuíam o diagnóstico de câncer no trato respiratório, como o câncer de pulmão metastático, linfomas e leucemia. Entre os pesquisados, 84% tinham tumores sólidos e 16% câncer hematológico.
Diferentes tipos de tratamentos e terapias, como a quimioterapia, terapia hormonal, imunoterapia e radioterapia não foram associadas ao número de óbitos revelados pelo estudo.
Risco de contaminação
Os cientistas alegaram que os pacientes em tratamento contra o câncer possuem maior risco de serem infectados, já que há necessidade de visitas frequentes a clínicas e hospitais. Além disso, a baixa imunidade causada pela doença também se torna fator de risco, aumentando a possibilidade de morte caso haja a infecção pelo coronavírus.
Dessa forma, a Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica enviou uma solicitação para o Ministério da Saúde pedindo que esse grupo seja incluído na lista de prioridade nos grupos de vacinação. Segundo a entidade, cerca de 1,5 milhões de brasileiros estão em tratamento oncológico no país.
Outros estudos também já associaram o câncer com o risco de morte por COVID-19. Em uma pesquisa feita com pacientes com o diagnóstico de LLC (leucemia linfocítica crônica) foi revelado um risco aumentado de 89% de hospitalização e 31% de morte.
Entretanto, ainda não há dados suficientes sobre os efeitos das vacinas contra coronavírus em pacientes oncológicos. A recomendação é que haja a orientação de um médico antes de receber a imunização, já que cada tipo de tumor possui características e limitações diferentes.