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Aurora, filha do surfista Pedro Scooby e da modelo Cintia Dicker, passou por uma cirurgia logo após nascer, no dia 26 de dezembro do ano passado. Depois de semanas, a modelo revelou à revista Vogue o motivo para o procedimento cirúrgico: a bebê foi diagnosticada com gastrosquise.
Trata-se de uma malformação congênita em que o recém-nascido nasce com parte do intestino exposto, ou seja, “para fora” da barriga. Segundo a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), estima-se que quatro a cada 10 mil bebês nascem com a condição.
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"Com doze semanas, descobrimos a gastrosquise no exame morfológico. (...) Não conhecíamos essa condição e tive muito medo por não saber como seria a cirurgia e também a recuperação dela. Eram muitas as dúvidas e inseguranças que martelavam minha cabeça: Como seria o parto? Eu veria o intestino dela para fora? Como seria a UTI? A cirurgia daria certo?", contou Cíntia à Vogue.
O que causa a gastrosquise e como diagnosticar?
A gastrosquise acontece próximo ao umbigo e incide igualmente em meninos e meninas. A incidência vem aumentando com o passar dos anos, sendo mais comum em filhos de gestantes jovens, com menos de 20 anos de idade. As causas ainda não são totalmente conhecidas, mas há algumas teorias. A mais aceita entre elas, segundo o médico Pedro Muñoz Fernandez, cirurgião neonatal do Hospital e Maternidade Santa Joana, é a obstrução de um vaso que nutre a parede abdominal, mais comum à direita do cordão umbilical.
O diagnóstico da gastrosquise é realizado durante a gestação através do ultrassom morfológico, que consegue identificar a saída do intestino pela cavidade abdominal do feto. Também é possível diagnosticar durante o nascimento, já que a condição estará visível.
Ainda de acordo com Pedro Muñoz, a mãe com diagnóstico confirmado deverá ser encaminhada para um hospital com estrutura de UTI neonatal para dar assistência ao recém-nascido. Segundo explica o médico, a estrutura e o atendimento imediato ao bebê são fundamentais para a sobrevivência e para não agravar a doença.
Para que serve a cirurgia e qual é o tratamento pós-cirúrgico?
A cirurgia consiste em recolocar as alças intestinais para dentro da cavidade abdominal do bebê, fechando o orifício em seguida. Em alguns casos, pode ser preciso cobrir o intestino exteriorizado com uma prótese protetora, chamada silo, para que o intestino seja colocado para dentro do abdômen aos poucos - o que pode levar dias ou, até mesmo, semanas.
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Além disso, o bebê também poderá precisar da assistência de medicamentos, que podem incluir antibióticos, em caso de infecção, e soluções de glicose e eletrólitos para nutrição e hidratação. O período de recuperação do recém-nascido pode variar de acordo com fatores como prematuridade e funcionamento do intestino, mas melhorias podem ser notadas em alguns meses após a cirurgia.